CAPÍTULO 1 - PRIMEIRO DIA DE AULA

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"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."

―William Shakespeare


Nem amanheceu e eu já estou acordada, olho no visor do meu celular e vejo que são 04h45min da manha, tento dormir, mas quando fecho os olhos à mesma imagem me vem à cabeça: seu corpo se chocando e se enfiando em meio às engrenagens do carro, seu rosto deformado, seu funeral, não há tormenta pior do que isso se lembrar de suas ultimas palavras sussurradas "vai ficar tudo bem Caitlin, observe o céu azul..." é dolorido, como se lembrar dela sem chorar? Sem perder a esperança, o controle dos sentimentos, nesta cama desconhecida eu me sinto só. Saio do meu quarto e vou direto a cozinha, pego um pouco de água em um copo e começo a beber ate ouvir uma voz atrás de mim dizendo:

- também perdeu o sono?

- sim, mas já vou subir- me viro e vejo olhos cinza e frios me fitando, meu pai.

- também sonhou com sua mãe?- ele pergunta bem baixo (bem que ele podia falar um pouquinho mais alto, né?).

- sim, como foi o seu sonho?-Pergunto me virando para não olhar em seus olhos

- no dia em que nos casamos, ela estava radiante, ela era igualzinha a você, ficou mais feliz quando descobriu que estava grávida de você, eu também fiquei, e você qual lembrança que virou um pesadelo a você, querida?

- sonhei no dia em que ela morreu, eu fiquei e ela se foi, sonhara também com se enterro, foi humilhante- lagrimas começaram a brotar em meus olhos, mas eu lutei para que não cair- eu... Eu sinto falta dela... Papai- viro-me para abraça-lo e começamos a chora- quero ir embora pai!

- vamos começar a vida aqui filha, Chicago não existe mais para nós.

Mudamos-nos faz uma semana para Nova York, meu pai havia arrumado uma namorada, eu nunca a conheci, mas, vou conhece-lá, pois eles se pretendem se casar e morar aqui. Não sei por quanto tempo choramos por que quando acordei o sol já estava nascendo, levanto e olho no relógio e já são 05h50min da manha começo a ficar sonolenta, falo ao meu pai que vou voltar a dormir.

Acordo às 6h20min com o meu despertador tocando (ou melhor, berrando) dou um salto de susto na cama e bato a cabeça no chão, e me recomponho rapidamente, pego uma calça jeans preta e uma blusa branca e um tênis preto, pego minha blusa de frio com capuz preto e coloco-a e cubro minha cabeça com o capuz.

Descendo as escadas fico pensando sobre essa madrugada, não choro desde o enterro da minha mãe há uns 12 anos atrás, elimino esses pensamentos da minha cabeça e pego minha mochila e vou a pé para a escola nova.

Chegando lá me deparo com uma multidão de alunos piores do que delinquentes, tento desviar de todos deles, consigo entrar nessa escola e vou direto para a diretoria, chegando lá bato na porta e enfio a cabeça na porta e pergunto:

-com licença, posso entrar?

- claro que pode! Sente- se aqui na minha frente- diz uma senhora de cabelos brancos e um sorriso brincalhão

Sento na sua frente, mas, ela se agacha ao meu lado e começa a me perguntar:

- você é a mais nova aluna aqui nesta escola?

Olhando para seus olhos pretos e entusiasmados digo:

- sim sou.

- Linda Maiser, prazer, sou sua nova diretora, você é filha de Nicolas Zayer?- ela estende uma das mãos para me cumprimentar

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