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Eu te apaguei da minha mente em um minuto de tempo, mas os resquícios da sua passagem ainda estão aqui
entranhados nas minhas vértebras.
Eu olho para você agora e recordo-me dos momentos de loucura da juventude
e você sequer pensa mais nisso,
Porque sua vida se destoou da minha há muitos outonos atrás;
E eu permaneci exatamente onde você me largou;
Na esquina que leva para lugar nenhum.
Eu quero te dizer que sim, eu li suas cartas;
E atirei-as ao fogo logo depois.
Você não deveria ser tão amável.
Depois te escrevi rascunhos miseráveis para me redimir, mas não compareci ao encontro que marcamos para te ouvir ler minhas palavras ávidas em voz alta.
Porque eu não sou amável.
Infame!
Você vendeu nossas histórias e eu não estava em seus agradecimentos finais,
não sei se tinha o direito de sentir, depois de tudo, a dor de perceber seu absoluto desdém pelo que eu te fiz, mas eu senti.
Meu desagradável amado,
Seu impetuoso ato de inépcia ao falar de mim aos seus amigos é notável,
nunca entendeu as coisas pelo que elas eram e, ainda assim, me coloca como aquela que perfurou o seu peito com uma adaga enferrujada e assisti sua morte de maneira impassível,
Como se a lâmina não estivesse sempre diante dos seus olhos...
Apesar das suas hipérboles toscas e além dos arcos sombrios a mim designados;
Meu nome está cravado na sua mente e sempre correrá por suas veias.
Meu amor despiu-se e encontrastes um manequim, tal qual bukowski pressagiou
porque ele exigiu mais do que eu poderia te dar,
E não soube ser o que você precisava
contudo, fui o que faltava para acabar com seus devaneios eufônicos a respeito das paixões;
Agora sabes que não são tão belas quanto os romances clássicos das telas de cinema fazem parecer.
E apesar de todos os voos para o céu e aterrissagens bruscas no desfiladeiro do inferno em que vivemos,
Todos os anos, quando o sol nasce pela segunda vez, e nós abrimos os mesmos olhos assustados de vir ao mundo, eu lembro de você.
Eu quero te dizer que...
Eu não sou amável,
Não porque não te amei de volta
e sim porque não amo nada que não esteja a mim envolta.
Depois de viver nas bordas da sua vida por tempo demais,
Estou esgotada disso
e te esgotei enquanto isso,
e, de forma nenhuma, me sinto arrependida do que fui.
Porque sempre soube que sou
indelevelmente instável.
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Unlovely Beloved
Poetry''O amor é uma névoa que queima com a primeira luz de realidade.''- Bukowski, C. Um alívio, reduto e confortável que se aproxima com eflúvio de felicidade e esgota-se como uma repentina e frágil neblina ao amanhecer, carregada de mágoas e da beleza...
