Sangue Divino | Noart

CAPÍTULO 03

Noah.

— Eu já disse que não, Jacob! — Linsey diz ainda insistindo nessa briga. Com os braços cruzados parecendo uma criança.

— Eu não perguntei se você quer ir, eu mandei você ir! Pare de bobagem, parece uma humana fazendo birra. — Largo o livro na prateleira do meu escritório, em seguida me acomodo na minha poltrona.

— Mas, parece que é isso que você quer que eu me torne. — Ela se aproxima da mesa que é a única coisa entre eu e ela, e começa a apontar o dedo na minha cara. — A porra de uma humana! — Ela se inclina ficando cara a cara comigo. — Você não pode fazer isso Noah, não comigo. Não pode me colocar em uma escola para humanos! Não sei se você sabe ou se você se faz de burro, mas, humanos e vampiros frequentando o mesmo ambiente nunca dá certo! — Ela se afasta colocando a mão entre os seus cabelos loiros. — De onde tirou essa ideia estúpida?! Foi o Bailey? Olha, eu sei que ele me odeia mas não é pra tanto, Noah, é sério. Eu faço qualquer coisa pra não ir pra essa escolinha de merda. — Ela me olha com o olhar desesperado.

— Isso não tem nada a ver com o Bailey. Você não tem escolha, eu sou o seu irmão mais velho, você é minha responsabilidade. — Ela ri.

— Você fala igualzinho a um humano.

— E você igual a uma pirralha. — Ela me encara entediada dessa conversa, confesso que também estava ficando. — Não falou que queria se meter nos nossos negócios? Que queria ajudar?! — Ela me encara desconfiada — Então, é isso que eu estou fazendo. Só que preciso que você fique nessa escola, tem uma pessoa da qual eu quero que você fique de olho.

— Eu falei que queria ajudar nos negócios, não que queria virar babá de humanos! — Ela se senta mais calma na outra poltrona em frente a escrivaninha. — Tudo isso tem alguma coisa a ver com a Rachel ter vindo aqui?! O que ela estava fazendo aqui, Noah? Porque chamou uma bruxa pra cá? Oque ela fazia no nosso território?

— Chega! Pare de fazer tantas perguntas. Ela só me ajudou a descobrir algumas coisas.

— Quer saber, Jacob?! Se vira com essa bruxinha de merda! — Ela se levanta e caminha em direção a porta.

— É sobre a Scarlett. — Ela fica imóvel, mas no mesmo instante em que escuta o nome pronunciado ela retorna a poltrona novamente.

— O que tem ela, Noah? Sobre o que você e a Rachel conversaram? — Suspiro, me preparando para contar e realmente disposto a abrir o jogo com ela.

— Rachel descobriu que antes da Scarlett morrer ela tinha um segredo, que agora foi revelado e atualmente encontrado. — Ela me encara confusa.

— Não entendo. Que segredo é esse?

— Ela... ela estava grávida antes de morrer, Linsey. — Ela me olha espantada.

— O que você disse? Isso é mesmo sério, Jacob? — Assinto com a cabeça. — Então, você ia ser pai...

— Eu ainda vou ser pai, Lin. — Ela me encara mais confusa ainda.

— Você está doido, Noah? A Scarlett está morta, você tem que aceitar isso. O bebê também.

— É aí que está. Ele não tá morto, Lin.

— Como tem tanta certeza disso?

— É por isso que Rachel estave aqui. Ela me informou tudo o que eu precisava saber sobre o bebê, e aonde ele está agora. — Ela se levanta rapidamente.

— Então vamos buscá-lo imediatamente... — Antes dela continuar, já a corto.

— No momento isso não é possível. Ele ainda não nasceu. — Ela me encara confusa novamente.

— Não estou entendendo, Noah. Pode me explicar claramente antes que eu enlouqueça de vez?

— Ele está localizado na barriga da duplicata de Scarlett.

— Scarlett tem uma duplicata?

— Por incrível que pareça, sim ela tem.

— Então a lenda é verdadeira. E, aonde está a duplicata da Scareltt, Noah?

— Nesse momento, na escola. Ela é uma humana adolescente, provavelmente nem sabe que está grávida, e ainda por cima grávida de um vampiro se nunca ao menos ter se relacionado com um. — Rio.

— Agora entendi tudo, por isso esse papo de escola de humanos.

— Então, vai me ajudar agora? — Ela revira os olhos.

— Oque você não me pede que eu não faço?! — Ela dá as costas e vai em direção a porta do escritório.

— Isso mesmo. Continue assim irmãzinha. — Falo com sorriso debochado e em troca ela me mostra o dedo do meio.