Sangue Divino | Noart

CAPÍTULO 02

Sina.

— Joalin, estou falando sério. Ontem um vampiro esteve no meu quarto! — Eles se entreolham, claro que não acreditariam em mim.

— Sina...

— Vampiros não existem. É eu ja sei, você disse isso muitas vezes.

— Si, por favor, tente parar com essas loucuras, isto certamente nao esta fazendo bem a voce.

Sabia que não acreditariam em mim. Nem vou tentar contar ao Joshua, é capaz de ele me internar no hospício por estar vendo alucinações. Dou pequenos goles no meu chá a minha frente, pensando seriamente na noite de ontem.

• • •

— Deu mesmo certo! — Ele me olha confuso.

— Oque exatamente deu certo?

— Ah, pode parar por aí. Até parece que você não sabe! Veja, você está mesmo aqui. Um vampiro no meu quarto! Dá pra acreditar? — Ele revira os olhos e se levanta sem tirar os olhos de mim. — Não dá para acreditar que você está mesmo aqui! As donas do site vão pirar quando souberem que o teste deu certo. — Ele vem até mim rapidamente.

— Você não vai falar de mim em site algum. Não vai me dizer que acreditou nessa bobagem de teste?! Não seja estúpida, eu apenas estava por perto e senti o cheiro do seu sangue. — Ele fala com sua mão gélida e palida sobre o corte que eu havia feito no meu dedo para retirar as gotas de sangue. — Outra fanática por vampiros. Tem sorte de eu não estar na seca por sangue, caso eu estivesse, te mataria nesse mesmo instante. — Ele fala e eu me solto rapidamente dele.

— Vai me matar? Juro que se tentar algo eu grito, eu não estou sozinha.

— Como eu disse: não estou na seca por sangue. — Ele começa a caminhar pelo meu quarto. — Quem sabe na próxima.

— Não vai ter uma próxima, acredite. — Cruzo os braços realmente começando a ficar desconfortável na presença e com o jeito que ele me olha.

— Espero que sim, seu sangue não é de se jogar fora. Afinal, posso lhe dar um conselho? — Ele caminha até a janela do quarto, que até então está aberta.

— Um vampiro? Me dando um conselho?! — Alargo um sorriso risonho em meu rosto. Ele se vira pra mim e me encara com a imensidão verde que possui os seus olhos.

— Nunca mais tente atrair um vampiro, teve sorte que foi somente eu que senti o seu cheiro, caso contrário, estaria morta nesse exato momento. — Retiro o sorriso risonho do meu rosto rapidamente, me tornando séria.

Ouço um barulho da porta, desvio o olhar do dele para a porta, e quando olho para a janela, ele já não estava mais lá.

• • •

— Hey, Sina! — Ouço o chamado de Joalin, que acaba atraindo a minha atenção e me tirando dos meus pensamentos. — Já faz 3 minutos que estou te chamando, o sinal já tocou, vamos? — Ela se levanta, fazendo eu perceber que o Bailey já havia ido para o treino.

— Ah, claro. Vamos. — Me levanto e pego a minha mochila sobre a mesa.

E seguimos direto para a aula de espanhol com a professora Jimena. Assim que chegamos atrasadas, percebemos que havíamos acabado de atrapalhar a apresentação da aluna nova.

— Ah, discúlpeme profesora Jimena, lamentamos llegar tarde, ¿podemos pasar?

— ¡Pueden entrar y sentarse chicas! Pero, ya no voy a permitir este tipo de retrasos, ¿entiendes? — Assentimos com a cabeça e nos sentamos. — Puedes seguir querida.

A aluna nova possuía cabelos loiros e algumas mechas platinadas, possuía olhos verdes azulados e roupas pretas, jaqueta de couro e calça jeans.

— Me chamo Linsey, vim do Alasca, me mudei pra cá por motivos pessoais. Não tenho mais nada a dizer, vão me conhecer melhor ao decorrer do tempo. — Dito isso ela se senta na terceira carteira ao lado de Celeste, a nerd da sala. Ela percebe que estou a encarando e começa a me encarar de volta.

— ¡Bien, ahora sigamos con la lección! — Desvio o olhar do dela e começo a prestar atenção na aula de espanhol.

Sinto que ela me olha sempre que pode e sempre que tem chance, pois Celeste insiste em ajudar Linsey com as tarefas atrasadas. Não é da minha conta, mas essa garota é muito estranha.