Jungkook deixou escapar um soluço engasgado e afundou o rosto ainda mais no peito de Jimin. Não, não estava calmo, não queria olhar com calma. Lágrimas escorreram pelas bochechas de Jimin, abundantes.

— Acho que seria uma boa ideia, antes de entrar com o processo judicial, contar para sua mãe da faculdade de dança. — Jimin prendeu ainda mais o choro ao ver Jungkook pressionar as mãos em punho, até os nós dos dedos ficarem brancos. — Não é por confiar nela, sabe? É porque você tem uma chance a mais de conseguir. Se você contar, há duas alternativas: ela aceitar ou recusar. Por mais que a gente ache ela aceitar muito improvável, não é 0%. Se ela recusar, você entra em processo judicial. Se você começar com o processo judicial, perde a primeira opção de falar com ela, porque já estamos partindo para a falta de confiança.

Um silêncio longo tomou a sala de estar. O corpo de Jungkook não relaxou um músculo sequer e isso preocupava Jimin, que tentou voltar com a carícia nas costas alheias. Porém, Jungkook reagiu ao seu toque como se fosse brasa e pulou para fora do sofá.

Jimin sentiu seu coração cair do peito ao observá-lo, em pé, encarando-o com um olhar de puro desamparo e traição emoldurado pelo rosto vermelho de tristeza. Já distante, ele enterrou o rosto entre as mãos e gritou:

— Você não sabe! Porra, você não sabe! Você não entende o que é nunca ter confiado nos seus pais!

Jimin levantou-se do sofá, avançando a passos cuidadosos. Estendeu o braço, pedindo permissão para tocá-lo quando ele levantou o rosto das mãos. Jungkook baixou o rosto e deixou os ombros caírem, dando espaço. Jimin, então, avançou os últimos centímetros que os separavam e encaixou seu corpo no dele. Acomodou o rosto alheio em seu ombro e afundou as mãos nos fios macios.

— Você tem razão, gracinha... — sussurrou, doce e doído. — Eu não entendo.

Passaram mais um tempo daquela maneira: Jungkook chorando e Jimin acarinhando-o. Porém, os longos minutos davam espaço para Jungkook assimilar tudo que acontecia e, pior, tudo que havia dito. A forma que havia dito.

— Jimin, desculpa, desculpa, desculpa! — Jungkook chorou mais no ombro alheio e seu corpo perdeu as forças. As pernas foram cedendo, e deslizou pelo corpo do namorado até estar abraçado às suas coxas, de joelhos no chão. — Eu não queria gritar com você!

Mais um dia sem se sentir ele mesmo. Jungkook não aguentava mais. Abraçou as pernas de Jimin com força, arrependido como nunca. As palavras de Jimin doeram como nada saído da boca dele doeu antes, mas Jungkook sabia que ele se importava.

Agoniado com a nova camada de tristeza cobrindo alguém tão doce, Jimin ajoelhou-se no chão. Acomodou o rosto de Jungkook entre as mãos, com cuidado, e o fez olhá-lo. Não estava magoado. Estava ali por ele. Beijou-lhe a testa, o nariz e as bochechas úmidas. Devagar, um de cada vez.

— Eu sei que você não queria, gracinha... Não fica assim por minha causa também. Está tudo bem; tudo, tudo bem. — Jimin beijou-lhe as bochechas de novo, pois havia mais lágrimas banhando-as. Era salgado e sofrido. — Me diz como você quer passar seu alerta vermelho... Eu faço o que você pedir.

— Me perdoa? — Era uma súplica.

— Não estou magoado com você, gracinha... — Beijou mais uma vez suas bochechas.

— Me perdoa mesmo assim...

Jimin mordeu os lábios e conectou seu olhar ao de Jungkook de forma mais profunda. Os olhos de jabuticaba suplicavam tanto quanto a voz quebrada. Então, soltou um suspiro a contragosto e sussurrou:

— Te perdoo, Jungkook... — Mais um beijo no namorado, dessa vez na testa. — Pode me perdoar também? Sei que, assim como você, não falei nada intrinsecamente errado; mas gostaria que me perdoasse por te fazer chorar.

Uma suposta facção de balé • jikookNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ