-Por que?- me afasto um pouco e ela parece esperar por isso.

-Eu queria saber mais sobre você.- ela coloca uma mecha atrás da orelha.

-O que você quer saber?- cedo.

-Como conseguiu essa cicatriz?- ela pergunta de forma cuidadosa.

-Amelia...

-Por favor.- ela me observa.

-Quando me levaram dos meus pais.- digo.- Eles os mataram na minha frente e eu tentei fugir. Eles me pegaram e um dos caras era sádico e fez isso.- desvio o olhar dela.- Esfregavam água com sal todos os dias, pra não sarar.

-Sinto muito.- a mão dela toca meu joelho.

-Não é culpa sua.- balanço a cabeça.

-Isso deveria parar de acontecer.- ela abaixa a cabeça.- Não sei por que ainda fazem isso, mesmo sem nenhum dinheiro eles ainda querem destruir famílias e...- ela respira fundo.- Não deveria ter acontecido isso com você e com ninguém.

-Se não fosse por eles, eu não estaria aqui.- digo mais calmo.

-Mas isso é injusto...

-Me conte alguma coisa da sua infância.- peço e ela parece surpresa.

-Quando eu era pequena, eu queria umas estrelas que brilham no escuro, todas as crianças tinham essas estrelas.- ela sorri fraco.- Eu falei pro meu pai por semanas, até que ele chegou em casa com uma sacola daquelas estrelas.- os olhos dela brilharam.-  Ele não esperou minha mãe para montar, subiu em uma escada e começou a colar. Só que as vezes meu pai pode ser bem atrapalhado...

-Ele caiu?- pergunto.

-Ele caiu.- ela concorda.- Quebrou o braço e a bronca da minha mãe foi para nós dois, parecia que ela tinha duas crianças.- ela ri.- Minha mãe precisou ir resolver um negócio e meu pai subiu de novo naquela escada e voltou a colar aquelas estrelas como se não tivesse acontecido nada.

-Você queria muito mesmo, então.- a observo e ela sorri lentamente.

-Eu tentei tirar elas do meu quarto, pra trazer pra cá.- ela balança a cabeça.- Acontece que a cola delas é muito forte.

-Por que não comprou mais?- franzo as sobrancelhas.

-Não sei onde vende mais.- ela balança os ombros.- Enfim, é coisa pra criança, acho.

-Eu não...

-O que é na sacola?- ela levanta e vai até a sacola.- Achei que só ia trazer a pizza.

-Ah, no caminho eu passei por essa loja e pensei em comprar.- minto.

Ela sorri para mim e abre a caixa de donuts, então trás para perto de mim e pega um deles enquanto vai até a TV para mudar de canal. Observo ela ficando surpresa pelo recheio e logo ela acha um filme qualquer para parar lá.

-Você lembra dos seus pais?- pergunta baixo.

-Não.- balanço a cabeça.- Lembro só que a minha casa tinha cheiro de biscoitos.

Ela começa a andar na minha direção e segura minha mão, sorrio quando ela começa a me puxar para o quarto e depois oara o banheiro. Fecho a porta com o pé e Amelia liga o chuveiro antes de tirar a blusa e entrar embaixo da água.

Observo ela colocar os cabelos para trás e tiro as calças quando seus olhos abrem e me encaram. Entro no box espaçoso e levo minha mão até a nuca dela para aproximar de mim, avanço contra a boca dela e Amelia sorri quando recua o rosto para me provocar.

Avanço mais uma vez e ela ri quando recua de novo e meus lábios tocam de leve nos seus, então agarro seu corpo e a coloco no colo antes de a beijar com força. Ela solta um gemido baixo e simplesmente me descontrolo perto dela.

🔸

Amy

Estou sentada na ponta da cama enquanto assisto Nathan se vestir, ele ajeita as lâminas na roupa e esconde a arma no cós da calça antes de colocar o casaco. Olho para o relógio e faço careta quando vejo que ainda está bem cedo para ele ir embora.

Nathan senta do meu lado e começa a colocar os sapatos, coloco os cabelos molhados para trás e o observo enquanto ele ajeita os cadarços. Assim que termina de amarrar e coloca os pés no chão, subo no colo dele.

-Amelia.- ele suspira.- Eu realmente tenho que ir.

-Eu sei.- afasto os cabelos molhados do rosto dele.

-Eu não vou conseguir ir com você assim.- ele aperta minha coxa.

-Eu sei.- assinto.

-Porra...

Ele me beija e seguro seus ombros enquanto seus lábios tomam os meus de forma violenta. Meus dedos entram nos cabelos dele e Nathan me vira na cama para me deitar, ele pressiona seus quadris contra os meus e mordo o lábio dele.

Franzo as sobrancelhas quando Nathan simplesmente parece sumir e abro os olhos vendo que ele levantou. Deito minha cabeça na cama e ele sorri antes de apertar meu tornozelo, então começa a ir embora e passo a mão pelo meu rosto quando ele sai.

Estou quase resolvendo que vou dormir quando meu celular vibra com uma mensagem. Me estico para a mesinha de cabeceira e fico de bruços na cama quando abro a caixa de mensagem para ver que é um número desconhecido.

"Se divertindo com o meu menino, Amélia?"

Franzo as sobrancelhas e sento na cama.

"Quem é?"

"Quem você acha que é? Quem criou o Nathan?"

"Como conseguiu esse número?"

Olho pelas janelas e tento prestar atenção em algo suspeito antes do meu celular vibrar com mais uma mensagem. Sento na cama e abro a caixa de mensagem para ver uma mensagem que eu realmente não queria ler.

"Estamos mais perto do que imagina"

"Acha que eu tenho medo de vocês?"

"Deveria. Eu vou ser o seu maior pesadelo"

O Primeiro Erro - 5° Geração Where stories live. Discover now