Capitulo 12.

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Felipe olhou pra mim com aquela carinha de cachorro com fome então não tive coragem mesmo de falar que eu era apenas "a irmã do melhor amigo".
- Namorada sério? meu filho tomou juízo? Essa menina só pode ser um anjo ! - O pai dele falou vindo na minha direção sorridente e me deu um beijo na testa.
É, eu estava com muita vergonha, por um momento pensei em me esconder, que situação o Felipe foi me enfiar.
- Pois é pai, não tinha como continuar sendo vagabundo com uma princesa dessa. Você me entende. - Ele falou rindo como se o pai entendesse mesmo, coisas de homem.
Então o Felipe pegou minha mão e entrou pra casa, lá dentro eu soltei a mão dele.
- Felipe? o que foi aquilo? namorada? Cê ta doido menino ?
- Queria que eu falasse o que? Que não é minha namorada e sim a irmã do meu melhor amigo frente de todo mundo? Você viu como minha mãe tava feliz? - Aquelas palavras faziam sentido pra mim então eu resolvi seguir com isso, pelo menos hoje. Ele me mostrou a casa toda e disse que ia beber uma com os pais eu falei que ia olhar umas fotos que tinham na sala. A casa realmente tava cheia, acho que tinha gente de fora dormindo lá, tinha umas garotas muito bonitas em um quarto, deviam ser da minha idade, eu apenas sorri e passei direto. Fui lá pra fora e sentei perto do Felipe, resolvi ficar quietinha apenas escutando eles falavam de família e eu não conhecia muita gente. Já estava ficando tarde e percebi que o Felipe já estava meio bêbado, não só ele mas todos que estavam na mesa, do nada eles levantaram e foram dançar, foi quando as garotas saíram do quarto e uma delas chamou o Felipe pra dançar. Eu continuei sentada até que senti meu celular vibrando, olhei no visor era o Gabriel.
- Oi maninhaaaa - Ele falou empolgado.
- Oi Gabriel onde você ta?
- Tô num barzinho mana, como ta a festa ae?
- Tá legal, só família . - eu ri.
- Então tá bom, depois a gente se fala, se cuida !
- Tá bom, beijos.
Ele desligou, quando olhei pro pessoal dançando procurei o Felipe e percebi que ele não estava mais lá, meus olhos iam de um lado pro outro nada ver ele e por incrível que pareça a garota também tinha sumido, senti uma sensação estranha e um arrepio ruim eu queria saber cadê ele, por que ele não estava ali junto com todo mundo ???
Então resolvi entrar na casa procurei ele na sala, na cozinha, no banheiro e por último nos quartos, tinha uma porta fechada então me aproximei e abri tentando não fazer barulho quando finalmente pude ter uma visão do interior do quarto parecia que alguém enfiava uma faca no meu peito, ele estava sentado na cama com a garota no seu colo, não era só uns beijos ela estava com a saia levantada, ele de costas para porta mas dava para perceber sua bermuda aberta ela fazia movimentos lentos no seu colo com os olhos fechados. Não tinha como negar o que eu via, eu precisava sair dali logo porque se ela abrisse os olhos iria me ver, mas ela sorria e gemia baixinho enquanto eu fique ali completamente paralisada até que senti uma lágrima rolar no meu rosto então fechei a porta com cuidado e entrei no quarto da frente trancando a porta, me sentei no chão eu já não conseguia segurar as lágrimas, então desmoronei, a dor que deveria ser apenas no meu peito fazia meu corpo todo doer. Eu tinha que achar algo pra me cortar, precisava aliviar isso, levantei correndo e entrei no banheiro, mexi no armarinho com muita necessidade, até que achei uma preciosa gilete. Vinha mil coisas na minha cabeça, os minutos passaram e me senti mais aliviada. Levantei, fiquei me olhando no espelho e vi que teria que esperar meus olhos voltarem ao normal, estavam vermelhos demais. Eu limpei meu braço, o que fez doer novamente, tava ardendo. Foi aí que que​ eu pensei - Que idiota Júlia, você não tá com blusa de manga comprida ! - Como eu podia ser tão burra ? Voltei pro quarto e sentei na cama, alguém bateu na porta mas fiquei quieta, então chamou meu nome, era o Felipe.
- Júlia? vem cá meu amor, vamos dançar. Pela voz deu pra perceber que ele ainda estava bêbado. Que guri Idiota. Continuei calada, até ele começar a falar .
- Fica ae sozinha então sua bebezona enquanto todo mundo se diverte. Eu não vou ficar te esperando a vida toda daqui 9 meses vou ser papai mesmo.
Eu não entendi direito o que ele quis dizer mas ouvia ele rir. Ele estava muito fora de si. Infelizmente eu entendi que ele disse que ia ser pai, como assim o Felipe ia ser pai? Depois disso não ouvi mais nada provavelmente ele tinha saido dali. Eu mergulhei nos meus pensamentos deitada na cama daquele quarto e acabei dormindo.

Felipe narrando:
Acordei com muita dor de cabeça, sentei olhando pros lados e estava dormindo no sofá. Ah, não era de se assustar, sempre que tinha esses churras eu acabava dormindo pelos cantos de tanto beber. Eu estava pra lá de confuso, segurei minha cabeça entre minhas pernas - Ai que dor caralho ! Foi então que lembrei da Júlia, levantei sem muito equilíbrio e vi minha mãe na cozinha. Fui até ela.
- Mãe, Cadê a Júlia? Eu não lembro de nada. - eu ri.
- Uai filho. Você disse ontem que ela estava " trancada " no quarto, que ela gostava de ficar assim. - Ela disse e continuou lavando umas vasilhas , deviam ser da festinha de ontem.
- E ela ainda não acordou? - Eu olhei com cara de preocupado.
- Não... Nenhum sinal dela até agora filho. Achei estranho você não ter dormido no quarto que ela.
Quando mãe falou quarto eu lembrei que tinha chamado ela no quarto de visitas então sorri e sai da cozinha indo até lá. No caminho acabei topando com a filha da amiga da minha mãe, logo lembrei que a gente tinha se pegado. Ela sorria olhando pra mim eu apenas ignorei e continuei procurando a Júlia, quando cheguei no quarto a porta estava realmente trancada. Então chamei ela umas 4 vezes e nada dela responder eu já estava ficando preocupado não tive outra ideia a não ser arrombar essa porta. Me joguei algumas vezes contra a porta e consegui fazer ela abrir. Julia estava acordando, como sempre estava rolando na cama, eu estava me sentindo um idiota, pois se ela tava ali, claro que eu deixei ela sozinha na festa e ela preferiu se isolar. Entrei no quarto, olhando pra ela que ainda não tinha aberto os olhos, foi quando vi as marcas no braço dela. PORRA JÚLIA ! DE NOVO? Eu sai do quarto rápido entrando no quarto onde tinha umas roupas minha, peguei uma blusa de frio e voltei pro quarto que ela estava, sem pensar muito, sentei na cama, puxando-a fazendo ela sentar e fui vestindo a blusa nela. Ela acordou um pouco assustada e olhava pra mim sem entender nada, eu estava com muita raiva por ela ter se machucado de novo, mas não queria discutir ali, então fiquei me segurando.

- Felipe o que acha que tá fazendo? - Ela continuava me olhando.
- Fica calada Júlia, no carro conversamos. - Falei com a voz firme e ela ficou quieta, acho que ficou com medo, não sei. Então levantei segurei ela acima do cotovelo pra não machucar onde ela havia se cortado.

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