Quando se é adolescente nada parece muito errado,não temos tanta noção das consequências,já que perante a lei não arcamos com muita coisa.
— essa foi a última vez Julia...a última — disse minha mãe irritada.
— mãe,não foi nada demais.
— não foi? você saiu de casa escondida,bebeu,se drogou e ainda bateu meu carro,você podia ter morrido,pra mim já chega,arruma suas malas,amanhã você vai pra fazenda do seu pai e só vai voltar de lá daqui a uns meses,quando tiver feito dezoito anos e puder arcar com as consequências dos seus atos.
— eu não vou para aquele lugar.
— você não tem escolha — realmente não tive escolha,no dia seguinte tive que ir para aquele fim de mundo,quatro horas de carro até lá.
Quando enfim cheguei ao fim do mundo,um peão e uma senhora me receberam,depois de dar as boas vindas,pegaram minhas malas e me levaram a meu quarto.
— sinta-se a vontade senhorita,se precisar de algo é só me procurar— disse a senhora.
— seu nome é?
— Madalena.
— onde está meu pai Madalena?
— foi a fazenda vizinha resolver uns assuntos.
— entendi...eu vou dar uma volta por aí — sai do enorme casarão e caminhei pelos arredores,avistei o estábulo,sempre achei cavalos muito fofos,quando eram doceis claro,entrei no mesmo e logo avistei um lindíssimo cavalo preto na baia,me aproximei e ele baixou a cabeça,parecia esperar um carinho,eu então fiz — que bonito você é,as coisas por aqui estão muito diferente.
— as coisas por aqui não são como imaginava? dondoca — me virei para ver de quem se tratava e fiquei pasma ao ver um belo peão que aparentava ter uns trinta anos,seus cabelos escuros davam um belo contraste com sua pele e seus olhos negros eram penetrantes.
— é ...realmente não são,começando pelo peão.
— por que diz isso?
— esperava um peão mal vestido e cheirando a estábulo — disse e vi um sorriso surgir no canto de seus lábios.
— esse cavalo é o preferido do patrão,ele não gosta que ninguém mecha nele.
— não creio que ele vá se incomodar pela filha dele ter feito um carinho nele.
— você é filha do patrão? desculpe,não sabia,quando ele disse que a garotinha dele viria morar aqui achei que fosse uma criança.
— criança ... Que piada.
— pelo visto é uma adolescente mimada.
— muito,quem sabe se eu te pedir de presente para meu pai ele me dá,não tem o que fazer não? vaza.
— ora,não seja abusada e eu realmente tenho muito o que fazer,sai da frente menina — ele passou a minha frente e abriu a porteira da baia,pude sentir seu perfume amadeirado invadir meu nariz, tê-lo não seria uma má ideia.
— calma peão — lhe lancei um sorriso sínico em seguida sai dali.
Os dias estavam se passando rápido,a fazenda não era tão chata quanto imaginava,eu tinha uma ótima diversão,perturbar Pedro,meu peão favorito,a verdade é que queria levá-lo para a cama.
— bom dia Pedro.
— se veio me perturbar e atrapalhar meu trabalho volte por onde veio,não estou de bom humor — ele disse claramente irritado.