CAPÍTULO 2: um plano e uma reunião

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- Talvez possamos pedir ajuda ao seu cunhado. - Persephone sugere sendo apoiada por Selene. Ela olha para Freya ainda distraída com seus pensamentos e cutuca a amiga, a acordando para o problema atual.

- Sim, deve mesmo - afirma Freya olhando feio para Persephone que a cutucou.

- Por favor, parem. - A loira fala dando um sorriso que em nada refletia o que sentia. - Eu sei que desejam ajudar, com a melhor intenção meninas, mas a verdade é que não há nada que possamos fazer. Se eu fugir, meu pai irá atrás de mim e eu sou propriedade dele perante a lei. E o que o sr. Carter poderá fazer? Se ele me abrigar, poderá arranjar muitos problemas e minha família já lhe causou o suficiente.

Por alguns instantes todas apenas se entreolharam. Aurora pousou seu olhar na janela que permitia que os raios de sol da manhã inundasse o ambiente. O tempo não refletia em nada o que se passava no coração de Aurora, mesmo que no fundo, sabia que talvez ir morar com um monstro fosse melhor que continuar a sofrer em sua casa. Mas, então percebeu que ficaria longe de Selene e isso a entristeceu.

- Você não pode desistir tão rápido Aurora. - Selene continua alheia à divagação da loira. - E seríamos péssimas amigas se nem ao menos tentarmos ajudar você.

- Você é a pessoa mais gentil e doce que conheço, Aurora - Freya fala sincera, como sempre, se levantando e caminhando até a loira, em seguida sentando ao lado dela e segurando suas mãos. - E queremos que tenha a felicidade que merece.

- Tive uma ideia! - Persephone fala de supetão, atraindo a atenção das outras garotas que apesar dos anos de amizade, não haviam ainda se acostumado o suficiente para não serem pegas de surpresa.

Elas rapidamente formaram uma pequena roda ao redor da ruiva, esperando as palavras que viriam a seguir. Repentinamente, Aurora se permitiu um pouco de esperança, afinal, Persephone era genial e se havia alguém que podia a tirar de tal situação sinistra era ela.

- Então, nós faremos o seguinte. - A ruiva tem um sorriso traquina no rosto.

~

Devon costumava acordar cedo e naquele dia não havia sido diferente. Estava no escritório desde cedo, onde havia também tomado seu café e agora estava revisando alguns contratos que o sr. Wood havia lhe deixado. A manhã passou rapidamente e quando percebeu o relógio marcava onze e meia. Era hora de fazer uma pausa. Naquela semana havia negligenciado tanto sua mãe quanto sua irmã mais nova Julie, mas ainda não estava preparado para discutir suas motivações matrimoniais.

Seu escritório era um lugar que refletia quem ele era. Soturno, mas não sombrio, bastante masculino, em cores sóbrias. Salvo algum item ou outro, presente de suas irmãs ou mãe. Passou o olhar pela mesa e então avistou no canto o jornal que havia sido deixado ali pela manhã. Com ele em mãos, passou pelas colunas políticas e econômicas, com os assuntos referentes ao parlamento, suas decisões e demais assuntos solenes, a parte econômica trazia a notícia que a Companhia Carter havia recentemente adquirido mais propriedades no norte que possuíam potencial para extração de minério. Seu dono era um visionário americano, como quem Devon simpatizava, pois era um homem de coragem e bons olhos para os negócios.

Porém, nenhuma notícia ou informação pareceu relevante, após ele ler a nota de anúncio de seu noivado com Lady Aurora Bradshaw. Seus olhos passaram pelas palavras genéricas que demonstraram a forma como tudo ocorreu: a nota era tão trivial quanto a realidade. O que a senhorita estaria pensando? Se ela levasse em conta tudo que haviam dito sobre ele, certamente estaria embarcando na próxima embarcação para o continente. O que o fez sorrir de maneira autodepreciativa. Entretanto, como seu fiel amigo Elijah dissera, ela era filha de um homem desesperado por dinheiro, certamente não estava alheia a sua situação, assim, ele poderia ser o próprio diabo que ela o receberia de bom grado se pudesse ter acesso a sua fortuna.

Uma Duquesa para NorfolkWhere stories live. Discover now