Todos gritam e abraço Duwen apertado. Vamos só invadir o local que nossos pais estão aprisionados e matar todos que estão lá, e depois matar o resta da gangue não podemos correr o risco disso vir a acontecer novamente um dia. 

Pego as bolsas que preciso com munições, granadas, algumas facas e armas. Coloco meus coturnos pesados cheios de facas que vou precisar e meu colete a prova de balas. Preparamos os carros e seguimos nossos destinos. 

– Vai dar tudo certo, eu prometo. – Jordan sussurra contra meus lábios antes de me beijar lentamente. 

– Só me prometa que ficará bem, sei que vai dar tudo certo. – Peço um pouco desesperada encarando seus olhos que não me olham.

– Não posso prometer isso. – Sussurra de volta e nego rapidamente vendo ele fechar a porta do Jeep e Nate dar partida. 

Sei que é inevitável que alguém saia machucado mas quero levar todos vivos de volta, toda batalha tem mortos e feridos mas não vou deixar a minha ter. 

– Nate e Xavier matem os seguranças, um por um sem que os outros percebam. – Começa a dar as ordens quando estamos próximos do casarão. – Max, Assombrado e Pump ataquem por trás. Crystel, Travis, Bruce, James e Emy ataquem por cima do campo onde está a localização dos meus pais. 

Olho para Duwen e agarro sua mão a entrelaçando com a minha. 

– Duwen, Jordan, Miles, Well, Mill e Mary vamos atacar pela entrada. Não pensem muito, apenas matem eles. Todos eles. – Falo por fim vendo um por um dos seguranças caírem mortos.

Abro a porta do Jeep e desço junto de Duwen, coloca as munições e as granadas em meus coturnos e pego um rifle pronta para resgatar meus pais. Granadas são jogadas de cima destruindo todo o teto e dando visão para Crystel e os outros. 

– Achamos eles. – Ouço pelo radinho Travis dizer. 

– Esperem meu comando. – Falo vendo os portões se abrirem. O som de tiros chega a ser ensurdecedor e o cheiro de ferro embrulha meu estômago. 

Miro em alguns homens que vem em nossas direção e atiro sem pensar muito, meus olhos param na sala que meus pais estão e sem pensar muito corro até eles para os libertar. 

– HOPE! – Ouço Duwen e Jordan gritarem e a tempo consigo ver um cara vindo com uma faca em minha direção antes dele cair por ter levado um tiro atras da cabeça, ele consegue acertar meu ombro enfiando a faca em minha pele. Grito pressionando o local onde a faca continua enfiada. 

– Continuem fazendo o que é para ser feito. – Digo pelo radinho, eles me olham mas continuam atirando. Mila vai para a central de computadores para hackear o sistema liberando a sala que meus pais estão. 

Duwen me ajuda a levantar e entramos na sala com Jordan e Well atras nos escoltando. Meu coração dá um salto ao ver meus pais sentados e acorrentados. Corremos até eles tirando as correntes. 

– Filhos. – A voz da minha mãe sai fraquinha.

– Não fala nada, descansa mãe. – Peço a abraçando apertado enquanto Duwen abraça nosso pai. Não consigo acreditar que enfim conseguimos os encontrar, eles estão bem fracos pois provavelmente nem alimentaram eles direito.

– Sinto muito, mãe e pai. – Murmuro abraçando os dois junto a Duwen.

– Nada disso é culpa de vocês, não é culpa de ninguém. – Mãe diz deixando beijos em nossos rostos. – Nós amamos muito vocês, filhos. 

– Vamos tirar eles daqui. – Well fala pegando meu pai no colo e Duwen ajuda minha mãe se levantar.

Tudo passa diante dos meus olhos rápido demais, tudo o que escuto são gritos e o que vejo é sangue. Minha mãe havia sido baleada no peito ao entrar na frente do meu pai para ele não ser atingido, grito horrorizada e corro até ela. 

– Não mãe, por favor. – Sussurro abraçando seu corpo mole e fraco. – Não me deixa, por favor mãe....

– Me desculpa por ter dado essa vida pra vocês, amo demais minha família nunca se esqueçam disso. – Diz bem fraca antes de fechar os olhos e me deixar aqui. Chacoalho seu corpo sem vida gritando para que ela volte e não me abandone. 

– Hope... – Jordan me tira de perto do corpo da minha mãe, soco seu peito repetidas vezes para que ele me solte mas não funciona.  Corro meus olhos até Duwen que está com o rosto coberto de sangue e vejo um corpo caído no chão, cheio de buracos de tiro, é o cara da tatuagem de cobra que vi no dia do sequestro dos meus pai. Ele que queria matar meu pai mas minha mãe entrou na frente.

– Explodam tudo. – Duwen ordena pegando o corpo de nossa mãe e jogando por cima dos ombros, saindo dali junto com o resto da gangue. Olho em volta perdida, sem saber o que fazer e que exatamente estou sentindo nesse momento, isso tudo é culpa desse amor tóxico deles.

É claro que eu não queria que nenhum dos meus pais morressem, mas minha mãe amou tanto meu pai ao ponto de sacrificar sua vida várias vezes e morrer por ele. O vazio no meu pai é imenso e é inevitável não me culpar e culpar meu pai. 

– Vamos embora, Hope. 

– Pode ir, Jordan. Fica no comando pra mim, preciso de um tempo. – Falo firme. Jordan agarra minha mão mas o afasto subindo em um dos Jeeps vazio. – Não se preocupe, logo eu volto. 

– Hope...você tá com uma faca no ombro, precisamos tirar-la.

– Depois....depois tiramos. – Dou de ombros, a dor da faca não está me afetando. Acelero querendo sair dali o mais rápido possível, pelo retrovisor vejo o fogo se espalhando e Jordan me olhando preocupado. Não sei por quanto tempo fiquei dirigindo , mas ao parar e olhar ao redor vi que já estava escuro.

Sei que tenho que ficar ao lado da minha família após a perda da nossa mãe, mas preciso de um tempo para organizar meus sentimentos e pensamentos se não vou surtar. Minha mãe era tão incrível, amorosa e sempre me apoiava em tudo e ela partir sem que eu pudesse me desculpar está doendo muito. 

Nunca que eu imaginaria isso tudo que aconteceu, jamais pensei que um dos meus pais pudessem morrer, sei que eles não são imortais mas também sabia que eles não morreriam tão cedo. Isso com certeza desmorona todo mundo, estamos sem a pessoa que nos dava combustível para viver e não sei o que será de todos nós a partir de agora. 


My GângsterWhere stories live. Discover now