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Johnny acordou com o cabelo de Emma em seu rosto e sorriu involuntariamente. Na noite passada, tinham deitado sem malícia alguma na cama de Johnny, e tiveram várias conversas sussurradas. Ele contou a Emma sobre algumas de suas viagens, as turnês e as gravações. Contou como o mundo era incrível, e se surpreendeu quando ela disse que nunca tinha saído da França.

— Meu pai não gosta da ideia de me deixar explorar o mundo. Ele diz que meu lugar é aqui, onde ele pode manter os olhos em mim.

— Seu pai é um merda. — Foi sincero, observando a expressão triste de Emma. Não era fácil para ela. — Na próxima viagem que eu fizer com Lily-Rose e Jack, faço questão que você vá.

— Tá bem. — Emma sorriu, esperançosa, mesmo sabendo que seu pai jamais permitiria.

O homem se sentou na cama, tendo cuidado para não acordar a morena. Ainda era cedo, ele chutaria umas cinco da manhã, já que os raios de sol estavam começando a se mostrar. Emma se remexeu, sentindo falta do corpo de Johnny, e passou o braço em suas pernas sem sequer abrir os olhos. Novamente ele sorriu.

Emma tinha uma coisa que ele não sabia explicar o quê era, apenas estava lá, apenas o atraía puxando para mais e mais perto. Claro que não estava apaixonado por ela, mas sentia necessidade de sua companhia, e de protegê-la. E comer ela. Johnny balançou a cabeça em negação, tentando afastar aquele pensamento.

— Tá tudo bem? — Ela murmurou sonolenta, ainda sem abrir os olhos. — Você parece agitado...

— Não é nada. Volte a dormir.

Emma suspirou e abriu os olhos, sentando na cama e bocejando. Ela se aproximou dele e encostou a cabeça em seu ombro, olhando em seu rosto.

— O que foi? — Ela estava com muito sono, dava pra notar, mas ainda assim preferiu saber o que estava acontecendo ao invés de dormir.

— Não é nada, eu só estava pensando.

— Pensando em que?

— ... Em você.

Ela ficou calada por uns segundos, sentindo as bochechas esquentarem, e por fim soltou uma risada.

— Então eu sou "nada"?

Johnny ficou sem jeito quando ela disse aquilo, e Emma riu ainda mais.

— Estou brincando. — Disse abraçando ele e fechando os olhos, ainda com a cabeça deitada no ombro do mais velho. Ela gostava daquilo, de carinho. Gostava dele. — No que exatamente você estava pensando sobre mim?

— Hum... — Johnny se ajeitou, passando o braço por sua cintura. — Que você é gostosa, que seu boquete é um dos melhores que já recebi.

Ela sorriu num misto de safadeza e orgulho.

— Uau... Um dos melhores boquetes que Johnny Depp recebeu... Esse título não é pouca coisa. — Johnny riu, vendo ela sentar em seu colo e passar os braços por seu pescoço. — O que mais?

Johnny ficou alguns segundos em silêncio, e Emma soube que vinha algo ruim.

— Que nós não devíamos estar fazendo isso. Que não é certo. Que se a imprensa souber, eu estou fodido.

Emma bufou, revirando os olhos e se afastando. Ele tinha conseguido acabar com o clima, estava indo tão bem antes disso!

— Não acho isso, Johnny. Eu não entendo como o que nós estamos fazendo pode ser errado. Eu estou me sentindo bem, estou me sentindo desejada e bem. Você não está se sentindo bem? — Perguntou com mágoa no tom, e o homem tratou de negar.

daddy issues; Johnny DeppOnde as histórias ganham vida. Descobre agora