[06] • ALGO • [ BadBuddy | PatPran ] ):)

r o u n d | 03

"Ok, eu posso usar isso." Pran diz em um tom sério e Pat encontra seu olhar, assistindo Pran caminhar lento em sua direção, com um volume já aparente sob o uniforme, focado nos lábios raivosos.

"Pran? Por que você está me olhando assim?"

E de repente, a raiva de Pat se transformou em curiosidade. Desde que Pran começou as aulas de wrestling, Pat tem notado que ele tem andado muito estranho, mesmo para a estranheza normal de Pran. Pat sente que não está se atentando a algo, que pode estar deixando algo passar. Os lábios de Pran encontram os seus num beijo suave, um pouco diferente do que Pat esperava pelo fogo nos olhos do outro. 

"Use isso e lute comigo, ok?" Pran sussurra com desejo.

"O que-" Antes de terminar de perguntar, Pran fez um movimento rápido, empurrando Pat para baixo, repetindo a mesma posição que Pat o viu fazer na aula.

"Sabia que antes de você chegar lá, era eu quem estava embaixo do meu colega de luta?" Pran diz enquanto arrasta seu volume devagar pela bunda de Pat. Cruel.

"Você quer brincar com a minha mente, né?" Pat mal respira. "Se você quer que eu te foda tanto assim, por que não me pede logo?"

"Como é mesmo aquilo que você diz? Qual a graça disso?"

"Pran, eu vou acabar com você –porra! Você sempre acaba nesse tipo de posição nessas aulas?" Pran solta um riso engasgado quando Pat se levanta do chão com Pran pendurado em suas costas.

"Então você é mesmo mais forte que eu!"

Pat empurra as pernas de Pran até que seus pés encontrem o tapete e se vira para beijá-lo, de olhos fechados, dizendo suavemente com o rostos colado no dele e de uma vez:

"Eu te amo pra caralho, e eu nunca vou te machucar, mas /ok/, eu vou lutar com você! E Deus sabe por que você quer tanto isso, mas você está me deixando com tanto tesão agora –porra, Pran! Não sei fazer seus movimentos de luta, mas eu vou fazer os meus."

E com uma simples rasteira, Pat joga Pran — com cuidado — no chão. Pran enfia uma de suas pernas entre as de Pat e os vira no tapete, movendo-se para cima dele, roçando de novo a sua ereção sobre o quadril do outro vestido com calças sociais.

Esse contraste da organização de Pat, com um Pran seminu e suado, era algo novo também.

"Você está vestindo roupas demais."

"Se você quer tanto lutar comigo, então tente tirar."

Insistentemente, Pran consegue abrir os botões da blusa de Pat quando Pat o deita novamente no chão e de repente eles estão rolando por todo o tapete da sala, lutando de igual para igual, exatamente como Pran queria. Mas, ao que parece, talvez até Pran não soubesse por que ele queria tanto lutar. Pelo menos ele não tinha certeza, até ver aquele olhar no rosto de Pat. Um olhar que dizia claramente: "Olha só! Um novo Pran para eu desvendar!"

E era isso.

Ele e Pat estão juntos há mais de seis anos. As famílias já sabem sobre eles. Os amigos já sabem sobre eles. E tudo parece perfeito, mas mesmo com toda a segurança sobre seu próprio corpo, personalidade e autoestima, infelizmente, o maior medo de Pran ainda residia ali, que era o medo de que ele e Pat, por algum motivo, parassem de dar certo. 

Eles têm um amor um pelo outro que, como o próprio Pat disse uma vez, "pareceria um filme romântico se fosse contado". Mas os filmes românticos têm um fim. E se ele perder o interesse em Pran? E se agora que não existe mais nada que os impeça de ficarem juntos; agora que não há algo contra o que lutar, algo para conquistar, eles perceberem que não há mais nada ali?