Capítulo 7

105 14 97
                                    

Na manhã seguinte, as duas carruagens estavam prontas para partirmos. Tínhamos pertences o suficiente para a viagem, comida e levaríamos um grupo com seis guardas reais.

Ermy faria parte do grupo, porque embora eu estivesse decepcionada, Kardama ainda queria vigiá-lo de perto.

Cada carruagem tinha espaço para seis pessoas, além do cocheiro e do assento atrás, que permitia q ida de duas pessoas. Assim, os guardas revezariam turnos e não pararíamos até que chegássemos ao território dos elfos.

— Cuide-se, filha — minha mãe disse segurando minhas mãos enquanto se despedia.

— Leve também uma capa, pode fazer frio. — Dahle se aproximou com uma capa branca, mas parou para curvar sua cabeça quando seu caminho cruzou com o do rei. — Majestade.

— Onde estava na hora do ataque morroian que adormeceu o rei Malkiur, Dahle? — Kardama perguntou estreitando os olhos.

Dahle recuou e o encarou surpresa. Depois, demonstrou que estava ofendida por tal pergunta. Dei um passo para tentar alcançá-los, mas contive meu próprio movimento. Era apenas uma pergunta e ela deveria saber responder. Afinal, era muito confiável, como parte da família, e jamais seria capaz de nos trair.

— Eu estava na cozinha, ajudando no preparo das refeições, é claro. Acha que eu trairia a família Zupen depois de tantos anos servindo? Eles são como uma família para mim!

— Eu não disse que suspeitava de você — ele respondeu estreitando os olhos. Seu tom de voz era tão frio que poderia facilmente congelar alguém. — Mas é evidente que todos devem ser investigados. Afinal, se o traidor fosse óbvio, não teria conseguido entrar no castelo e cumprir seu objetivo. Não quero ofendê-la, mas peço que compreenda.

Dahle balançou a cabeça para mostrar que entendeu, embora ainda demonstrasse mágoa em seu olhar.

— Sim, majestade.

Kardama olhou para Nair antes de continuar a falar.

— Parte do exército itzan deve chegar ainda hoje. Eles tem ordem para vasculhar o castelo em busca da capa encardida ou de qualquer objeto suspeito. Não fique assustada.

Minha mãe balançou a cabeça para concordar e voltou a me encarar para segurar meu rosto. Assim como eu, ela também estava ansiosa para que meu pai acordasse e para encontrarmos o responsável por todo o pesadelo que estávamos vivendo.

— Vou estar esperando por você, filha. Volte logo e traga o antídoto.

Sorri e balancei a cabeça para mostrar que entendi.

Entrei na carruagem onde iria acompanhada por Kardama. Ali, estaríamos sozinhos apesar do espaço disponível. Ao lado de fora, o cocheiro guiaria os cavalos ao lado de um guarda itzan na frente e outros dois atrás.

Na carruagem atrás, iriam quatro guardas sombrios, cinco arunienses e outro cocheiro. Assim, estaríamos protegidos o suficiente no trajeto até o império elfo, que demoraria cerca de três dias.

Assim que entramos na carruagem, sentados de frente um para o outro, e fechamos a porta para partir, o rei sombrio ajeitou seu corpo e quebrou o silêncio.

— Dahle mentiu sobre estar na cozinha na hora do ataque. Isso a torna uma suspeita em potencial.

Franzi o cenho e inclinei meu corpo para trás afim de ver Dahle e minha mãe, que ainda estavam paradas no jardim, observando nossa partida.gf

— Como sabe disso? — perguntei. — Pode um palpite errado.

— Eu já tinha questionado os cozinheiros antes e chequei a lista com os nomes de todos que estavam ali. Ela não estava entre eles — Kardama explicou, então olhou para a floresta através da janela fechada. — Agora resta descobrirmos o motivo dessa mentira.

A Coroa de Luz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora