Você manda e eu obedeço

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- Então, quais são as suas ideias, Jennie?

- Eu... não sei, senhora Manoban, isso foi de repente e-

- Está sem palavras, eu te entendo. Tive a mesma reação quando Kevin me pediu em casamento, mas você tem que ter tudo planejado, é algo marcante em sua vida. O que acha de alugarmos um chalé e fazer a cerimônia na floresta? Ou até mesmo no Canadá, na neve. Será lindo de qualquer forma.

- Por que não... fazemos algo tradicional? Na igreja? - Victória fez uma careta, negou e ali eu entendi que organizar um casamento seria bem mais complicado do que eu pensava - Tudo bem, então... na praia? Eu já vi alguns e acho lindo.

- Ah não ser que queira levar um caldo conforme caminha até a sua futura esposa - ela respondeu, me fazendo arquear as sobrancelhas em uma tentativa de dizer "porra, velha, o casamento é meu".

- É só não fazermos de frente ao mar e sim, em direção a areia, sem caldos, sem tsunamis, sem confusão.

- Jennie, querida, as suas ideias são muito chulas e sem graças, estou vendo que terei que contratar alguém profissional nessa área.

Respondeu, ainda olhando para o seu tablet, aonde ali tinha cores de decorações, modelos de vestidos, flores, e até mesmo um raio de um padre que ela queria, já que segundo ela, foi o mesmo que realizou o casório entre ela e Kevin, me fazendo pensar apenas; como esse velho ainda está vivo? Pedido perdão pelo o pensamento tão errado a um servente da igreja ou sei lá o que. Religião não era o meu forte.

Respirei aliviada quando ela se afastou, procurando com os meus olhos Lalisa, a encontrando em um certo canto da sala, com uma mulher, meus olhos se espremeram quando percebi certa proximidade e o jeito desconfortável que Lalisa se remexia, dando risadas falsas e claramente, querendo fugir daquele lugar. Caminhei com um pouco de pressa, sorrindo quando o seu braço me contornou quase que imediatamente, me colocando sobre o meio no mesmo segundo.

- Olha só se não é a noiva de sorte - a mulher disse, dando um sorriso nada convidativo, eu retribui da mesma forma - Que mau educação a minha, prazer, eu me chamo Caroline, conheço a Lali desde criança, nossos pais são grandes amigos, não é, Lali?

Lali? Quem ela pensava que era?

- Um prazer te conhecer, e eu acho muito importante pessoas do ciclo antigo da minha noiva esteja presente nessa ocasião tão maravilhosa, não acha, meu amor? - questionei, direcionando os olhos para Lalisa, a mesma reprimiu um sorriso e assentiu como uma boa cachorra adestrada pela a sua dona. No caso, eu.

- Lali provavelmente já falou sobre mim pra você, sempre estávamos juntas, e era até engraçado. Você se lembra, Lali? Quando as pessoas achavam que erámos um casal? Tínhamos um grande potencial para sermos um.

- Pra falar a verdade não - eu cantarolei, quebrando o seu riso falso - Sempre estamos ocupadas demais pensando no nosso futuro, quase não lembramos do passado. E você sabe, o passado da minha mulher, sem mim, não é importante.

- Nossa, que mulher tóxica - ela brincou, eu arqueei uma sobrancelha.

- Eu sou, tomo conta do que é meu.

- Não se sinta ameaçada, Jen.

- Ameaçada? Por você? - eu a olhei, dos pés a cabeça, dando uma risada nasalada, me encostando ainda mais contra o corpo de Lalisa, cobrindo a sua mão com a minha quando os seus braços passaram ao meu redor - Eu me garanto. E pode começar a me chamar de senhora Manoban, caso não se importe.

- Bom, de qualquer forma, podem contar com a minha ajuda com os preparativos do casamento, posso organizá-lo como se fosse o meu.

- Não iremos precisar - sorri, olhando a sua feição quando Lalisa colocou o seu rosto sobre a curva do meu pescoço, apenas para soltar uma breve risada que apenas eu pude ouvir - Não estamos com a menor pressa, certo, amor?

My Dear Wife - Jenlisa Version -Donde viven las historias. Descúbrelo ahora