•2•

150 18 16
                                    

Bill estava na escola, embaixo das escadas, tirando a carta de dentro do envelope azul, havia chegado mais uma essa manhã, mas não teve tempo para ler ainda.

Deu um sorriso de canto ao ver a caligrafia já conhecida pelo mesmo, achava incrível como seja lá quem estivesse por trás das cartas tinha a letra perfeita e nenhum erro de português. Ficava se perguntando quantas vezes o outro garoto lia e relia as cartas para as deixar perfeitas.

Então antes de ler ficou se perguntando quem realmente estava escrevendo aquilo, podia ser nome, sobrenome, foto até mesmo a cor do cabelo já tiraria um pouco sua curiosidade.

Será que em alguma das cartas o tal namorado de ninguém daria dicas de quem seria ele?

Encarando o teto o Denbrough começa a criar imagens em sua cabeça sobre como seria o misterioso cara que enviava as cartas.

Escorou a cabeça na parede em uma forma de se esconder dos adolescentes que passavam pelos corredores voltando para duas salas. Ele abre a carta e começa a ler..

Olá ninguém, como vai?
Advinha quem começou
a pegar no meu pé
pra descobrir seu nome?
É...ela realmente não se
cansa, mas contando
que ela n conte pro meu
pai tudo bem. Eles são
separados sabe?
Aí ela vai querer voltar
a se aproximar achando
que eu "melhorei" mas
eu continuo igual e
não quero ser uma
decepção duas vezes,
mas enfim, ninguém agora
você se chama Alicia,
merda é tão estranho
chamar alguém que
tenho q considerar par
romântico por um nome
feminino, sei lá, vou
continuar te chamando
de ninguém, tudo bem?

Ass. Namorado de ninguém...
Mais uma vez.

... Ok, Bill tinha achado aquela carta um tanto quanto suspeita, quer dizer, o tal garoto tinha... Se assumido?

Talvez não fosse aquilo e o Denbrough tinha apenas entendido errado, entendido corretamente ou não ele avia se identificado, o que era mais estranho ainda.

Ele mexe a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. Pelo menos o tal garoto tinha falado um pouco da sua vida sem ser sua mãe ou seu namoro falso, por mais que não fosse algo realmente bom.

Quando ele se referiu a ser uma decepção pro pai ele quis dizer sobre gostar de caras? Se Bill contasse pra seu pai como ele reagiria.

Ele balança a cabeça mais uma vez e levanta só tentando não pensar nisso, ele olha uma última vez a carta lendo algumas partes e então a guarda voltando para a sala de aula.

Essa última carta realmente tinha mexido com ele, e foi tão simples, mas conseguiu deixar sua cabeça pior que seu quarto, e olha que seu quarto era dos piores..

Com amor, Ninguém (Stenbrough)Where stories live. Discover now