•1•

172 20 4
                                    

E lá estava o jovem Denbrough, colocando seus tênis pra ajudar seu pai, novamente.

Fazia uma semana desde que o garoto leu a carta, desde então, não viu mais nada parecido, tudo tinha voltado ao normal, a triste onde de contas que tem que se pagar na vida adulta, Bill achava aquilo deprimente.

─ Filho hoje não tem muita coisa ─ falava seu pai do lado de fora esperando o garoto já com as cartas separadas, reconheceu de longe o papel cor de céu nas mãos do mais velho.

─ quero essa parte, nos vemos mais tarde ─ ele pega o monte onde viu a carta e sai correndo entregar as que tinham endereços.

E então, casa por casa, carta por carta, o garoto encheu as caixas de correio da vizinhança, e novamente aquela carta específica avia ficado.

Mais uma vez, nada escrito no envelope, ele se senta na calçada e abre a carta tirando uma folha arrancada de um caderno, mais uma vez a caligrafia linda.

Sabe ninguém, tenho
certeza que você acha
que eu deveria sei lá,
conhece ruma garota
de verdade pra dizer
que eh minha namorada,
mas eu nunca gostei
de uma garota em
pretendo começar agora,
mas minha mãe
continua no meu pé,
então ninguém, a partir de
hoje vc tem olhos
azuis e cabelo castanho,
sinto muito se originalmente
você era loira ou ruiva,
enfim, por hoje é só

Ass. Namorado de ninguém.

Bill sorria lendo cada palavra, achava aquilo adorável, o jeito que quem estava por trás das cartas usava as letras e como tinha o descrito corretamente, chegou até a olhar em volta pra ter certeza que não estava sendo observando.

Ele vai correndo pra casa e pro seu quarto, colocando a carta junto da primeira, fecha a gaveta e se joga na cama pensando que talvez na próxima semana poderia se passar por ninguém mais uma vez..

Com amor, Ninguém (Stenbrough)Where stories live. Discover now