Decidido a manter discrição, apenas disse:
— Irei sozinho, milorde.
— Certo. Então até mais tarde.
O alfa fez uma pequena reverência e depois se retirou, fechando a porta ao sair.
Seokjin não era bobo, sabia bem porque Namjoon não iria com Hoseok até o condado como de costume. Ficara acordado na noite anterior à espera do marido e vira quando e em que estado ele chegara em casa.
Já passava de meia noite. O ômega observava pela janela, escondido na penumbra do quarto, a entrada da mansão. Namjoon chegara em sua carruagem junto a dois criados, os quais o ajudaram a descer e o seguraram para que não caísse, já que no primeiro passo que dera sozinho, quase fora ao chão. Junto a eles, Hoseok chegara montado na égua de Namjoon. Possivelmente fora buscá-la junto ao patrão em alguma taverna na cidade.
Seokjin sentiu seu coração apertar ao ver o estado do marido. O alfa subira com dificuldade, tropeçando nos próprios pés, os degraus que davam acesso a varanda e a porta principal do casarão. Estava completamente bêbado, isto era óbvio. Não era a primeira vez nos últimos dias que ele retornava assim para casa.
O ômega suspirou e abraçou o próprio corpo, um pouco angustiado. Queria ir até o marido, ajudá-lo, mas duvidava que o alfa quisesse vê-lo. Era melhor ficar ali, no quarto, sem chamar atenção. Assim, não pioraria a situação.
Voltou para a cama, mas não deitou. Ficou atento aos sons do corredor, esperando algum sinal da aproximação de Namjoon e dos outros. Quando ouviu alguns múrmuros, indicando a circulação de pessoas, levantou e foi até a porta para ouvir melhor.
— Me solta!
Era a voz de Namjoon, Seokjin reconheceu. Ele parecia irritado.
— Desculpe-me, milorde, mas... — uma outra voz respondeu, um pouco mais baixo, mas logo foi interrompida.
— Me solte! Me solte agora! Está machucando o meu braço... — o conde falou ainda mais alto e Seokjin pôde ouvir o chocar de corpos e algo bater com força na parede.
— Oh, desculpe-me, desculpe-me... — a segunda voz disse, com angustia.
— Precisa tomar cuidado com o ombro esquerdo dele, Seonghwa, ele ainda sente dores por conta do ferimento. — Seokjin conhecia a terceira voz, era de Hoseok. — Podem ir, eu cuido dele a partir daqui.
Ainda no quarto, o ômega pôde ouvir passos se afastando e depois, mais baixo, novamente Hoseok:
— Milorde, apoie-se em mim, sim? Assim poderei levá-lo para o quarto.
— Me deixe em paz, Hoseok!
— Apenas quero ajudá-lo, senhor. Vamos, segure-se em mim, não o deixarei cair.
— Não preciso de sua ajuda, posso fazer isso sozinho! Por que não vai procurar um alfa por aí para se divertir e me deixa em paz?
— Namjoon... — A voz do alfa soara surpresa, mas ao mesmo tempo triste. E aquela fora a primeira vez que o ômega ouvira o criado chamar o conde pelo nome. Geralmente, Hoseok o tratava de modo formal, apesar de ter crescido junto com o alfa.
Recompondo-se, o criado pediu mais uma vez:
— Vamos, senhor, por favor. E cuidado para não fazer barulho, milorde Seokjin está dormindo.
Após alguns segundos de silêncio, Seokjin pôde ouvir um suspiro assustado e depois o barulho novamente de algo, ou alguém, caindo. Dessa vez, achava que o impacto tinha sido no chão.
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O ômega do Conde | Namjin
RomancePor um instante, Seokjin sentiu medo. Sabia que no luxuoso salão toda a nobreza aguardava, ansiosa. Queriam conhecer o jovem ômega que se casara com o orgulhoso conde de Baekje, repelido pelo antigo noivo ao voltar do front deformado por um feriment...
Capítulo 30
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