Capítulo 20

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Os passos do conde se tornaram um pouco menos firmes assim que saiu da mansão. Foi diretamente para o jardim florido, onde havia visto Seokjin minutos antes. Encontro-o exatamente no mesmo lugar, observando o céu, sentado em um dos bancos de madeira que haviam pelo local.

O ômega não demorou a sentir a presença do alfa e voltar-se para ele. O menor abriu um pequeno sorriso, que acalmou um pouco o coração do outro homem. Seokjin parecia receptivo a sua presença. Talvez o menor não tivesse nojo dele como supunha, ou talvez apenas escondesse bem.

— Vejo que gostou mesmo do jardim. — o alfa comentou, nervoso, parando a alguns metros do ômega. Uniu as mãos atrás das costas e adquiriu uma postura ereta, tentando disfarçar a ansiedade que sentia.

A postura séria do alfa não assustou o menor, o qual alargou ainda mais o sorriso.

— Sim, é muito lindo. E tem uma grande variedade de flores.

O alfa olhou em volta. O jardim realmente possuía uma grande diversidade de plantas. Seu pai alfa tinha escolhido e definido onde plantar cada uma delas anos antes, quando o marido ficara doente. Fora o modo que encontrara para alegrar as manhãs do ômega, que, após adoecer, mal conseguia sair do quarto.

Namjoon ajudou o pai alfa a plantar as primeiras mudas, mas foi mandado embora antes que o jardim ficasse pronto. Por anos, sentiu mágoa, mas depois entendeu os motivos do alfa mais velho. Ele não queria que o filho visse o outro pai definhar até morrer, seria doloroso e traumatizante. Quando voltara à Baekje, o jardim já estava terminado e o seu amado pai ômega já havia falecido. Poucos anos depois, perdeu o outro pai, assumindo o título de conde de Baekje.

— Meu pai alfa que fez tudo... — comentou, um pouco nostálgico — Meu pai ômega adorava flores, então ele encheu o jardim com várias delas para que ele pudesse ter uma linda paisagem do quarto deles todas às manhãs ao acordar. 

— Sério? Que bonito! — o moreno olhou em volta, observando cada pequeno detalhe da paisagem. Seus olhos brilhavam de uma forma única, o alfa notou. — Por isso que é tão perfeito. Foi feito com amor. Por isso é tão aconchegando ficar aqui.

Quando os olhos do ômega pararam no marido novamente, os dois ficaram em silêncio. Encararam-se por alguns segundos até que o menor desviou o olhar ao sentir as bochechas corarem. O cheiro do alfa estava mexendo com o seu lobo, assim como aqueles olhos bem desenhados estavam mexendo com o seu coração.

Novamente, Namjoon percebeu nervosismo vindo do ômega. No entanto, antes que pudesse recuar, White o lembrou que ele não poderia simplesmente supor o que o outro estava sentindo. O lobo o encorajou a se aproximar mais, a não desistir, e assim o humano fez. Namjoon deu quatro passos curtos e lentos até o marido e sentou-se no mesmo banco de madeira em que o ômega se encontrava, mas na extremidade oposta.

Suspirou e observou a paisagem, assim como Seokjin.

— Sente falta da capital?

O ômega o encarou novamente.

— Não exatamente. Sinto falta de algumas pessoas, como a cozinheira que trabalhava na casa da minha tia, a sra. Dobbs, mas da cidade em si... acho que não.

— Retornarei à capital daqui um mês. Irei ao casamento de um amigo. Gostaria de me acompanhar? Poderá ver sua amiga e quem mais quiser.

Os olhos do ômega brilharam. Adoraria acompanhar o alfa aonde quer que fosse. Porém, no minuto seguinte, lembrou-se da tia.

— Já é seguro voltar?

Namjoon olhou para ele.

— Se a questão for o poder que a sua tia tinha sobre você, então sim. Ela não poderá obrigá-lo a nada. É meu marido agora, minha responsabilidade, não dela. Mas, se as questões forem outras, deves avaliar o que for possível para ti.

O ômega do Conde | NamjinWhere stories live. Discover now