Prólogo

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ASIER HÉRNANDEZ – anos atrás.

Meu corpo relaxa instantaneamente na cadeira de couro original, minhas pernas se cruzam enquanto meus olhos estão avaliando calmamente a cena diante à mim. Movo apenas meu olhar até o meu soldado, que se aproxima com cautela e ergue o charuto na minha direção, já aceso, apenas pego da sua mão e levo até meus lábios tratando em seguida.

A uma família na minha frente, todos ajoelhados e visivelmente aterrorizados. O homem que me deve uma boa quantia em dinheiro, está de cabeça baixa, tendo seus braços em trono de sua esposa que chora em silêncio. A um menino em torno dos seus onze anos, ao lado do pai que segura firmemente na mão de duas crianças, uma menina um pouco mais nova que encara meus seguranças e um menino que está mais perto da mãe.

— Me lembro da última vez que estive aqui – fico de pé, segurando meu charuto entre os dedos e caminho em torno da família – Sua esposa estava grávida, não é, Barac? Onde se encontra a quarta criança?

Ele não me responde, apenas mantém sua cabeça baixa, faço sinal para o soldado que estava logo atrás dele que entende o recado e puxa o cabelo do homem, fazendo com que ele ergue-se a cabeça e me olhasse. Barac me deve muito, nem se eu o matasse conseguiria quitar nossa dívida. Meu pai jamais permitiria que um devedor continuasse vivo.

— Para o seu próprio bem e de sua família, comece a responder às minhas perguntas – paro diante à ele, me agachando e o encarando – Eu não terei dó na hora de matá-los na sua frente, então, comece a falar.

— Morreu – é a primeira vez que ele fala – Minha esposa estava esperando uma menina, mas ela morreu antes mesmo de nascer, senhor.

— Meus pêsames – me ergo, dando passos em direção as crianças que choram em silêncio – Quais são seus nomes? – o mais velho olha para o pai, que assente para o menino.

— Me chamo Zakel – sussura, tentando esconder seu desespero – Ela se chama Letícia e o mais novo é o Elizeu.

— Bom menino – passo a mão em seus cabelos castanhos, volto a ficar de pé e sento na cadeira de couro, me encostando.

A ordem que recebi do meu pai é de matar apenas Barac, assim sua dívida seria quitada e estaríamos kits. Mas não posso deixar provas de quem sou, meu rosto está em todos os jornais, sites e revistas possíveis. Sou um homem público com o sobrenome que tenho, essas crianças poderiam facilmente me denunciar futuramente.

— Você me deve uma vida, Baruc.

— Senhor.. eu.. – levanto minha mão, mandando o mesmo se calar.

— Não fiz nenhuma pergunta, então, cale-se. – abro um sorriso – Quando você veio até mim pedindo dinheiro, eu não exitei em ajudá-lo, mas não escondi as minhas condições para isso.

Suspiro, voltando a me levantar e caminhar levemente em torno da família assustada. Ainda sou novo, tenho vinte e um anos, estou apenas começando nessa vida de assassino da organização, até eu herdar a cadeira Espanhola, no estou aberto à erros.

— Você falhou com o nosso acordo, lhe dei mais uma chance para me pagar e você falhou novamente. – fico atrás dele, percebendo como sua respiração está mais elevada e seu corpo da espasmos de medo – Pelo seu erro você e sua família pagarão com a vida.

— Eu implor..

— Eu mandei calar-se! – grito, fazendo o choro das crianças aumentaram gradativamente – Não chorem, pequenos, minha mãe sempre dizia que crianças boas vão para o paraíso após à morte.

— Meus filhos não! – a mulher implora, chorando sem pudor algum. Encaro o meu chefe de segurança que está com as armas apontadas para eles.

Me afasto um pouco, voltando para a minha posição inicial, na frente deles. Ergo minha mão direita com dois dedos levantados, após abaixá-los meus homens entenderam o comando e começaram a atirar na família ajoelhada. Os corpos começaram a cair rapidamente, me aproximo devagar percebendo que a mãe morreu de olhos abertos e as crianças também.

— Devedores não merecem perdão – falo, deslizando meu dedão pelo resto da bela mulher de olhos e cabelos castanhos. Fecho seus olhos e faço o mesmo com as crianças. – Limpem tudo, o corpo de Barac deverá ser dado para os crocodilos, já a mãe e as crianças poderam ser enterrados.

— Sim, senhor – meu chefe de segurança responde.

Nesse mesmo momento, ouvimos um barulho de pneu queimando no asfalto, meus homens correm até a área da frente. Permaneço no mesmo local, avaliando os corpos caídos à minha frente, pego meu paninho e limpo minhas mãos.

— Quem era? – pergunto ao meu chefe de segurança, quando o mesmo retorna ao interior da casa.

— Não sabemos ainda, senhor. Conseguimos o final da placa, iremos rastrear e mandarei homens para cuidar do serviço.

— Não quero testemunhas.

— E não haverá, senhor.

Vendida pra ti Where stories live. Discover now