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FANTASMAS ERAM REAIS e Mahara Ramamurthy havia perdido as contas de quantos desses seres éteres haviam cruzado seu caminho ao longo dos vinte e cinco anos de existência

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FANTASMAS ERAM REAIS e Mahara Ramamurthy havia perdido as contas de quantos desses seres éteres haviam cruzado seu caminho ao longo dos vinte e cinco anos de existência. Desde tenra idade descobriu ter a estranha capacidade de comunicar-se com aqueles que já partiram dessa para "melhor", sendo mais preciso, ela tem a capacidade de se comunicar com aqueles que, por alguma razão, permaneceram presos no plano terreno ao invés de serem sugados aos céus ou inferno.

Lidar com os seres sobrenaturais em qualquer lugar que estivesse era uma situação corriqueira dentro da rotina da jovem escritora desde o nascimento. Enquanto muitos chamariam isso como o pior dos pesadelos, principalmente pela falta de privacidade, Mahara tratava como uma terça-feira qualquer. E por possuir a peculiaridade desde muito nova, ela aprendeu a ignorá-los.

Não os ignorava por sentir medo ou desgosto, sentimentos que estavam bem distante do seu coração, mas para não ser tratada como louca. Quando criança os fantasmas presos na Terra eram seus únicos amigos em qualquer lugar que fosse, ela nunca se sentiu sozinha e sempre tinha companhia para compartilhar uma boa história fantasiosa criada por sua mente fértil. Entretanto falar sozinha era visto com maus olhos pelos encarnados, principalmente por aqueles que não acreditavam que a vida prosseguia depois do desencarne.

Mahara chegou a perder a conta de quantas vezes fora enviada para clínicas especializadas em saúde mental por a considerarem como esquizofrênica, além de não permanecer por muito tempo dentro de uma única família adotiva, sendo transferida constantemente até completar dezoito anos por não desejarem uma "esquisita" embaixo do mesmo teto.

Quando alcançou a vida adulta ela percebeu que se quisesse viver normalmente com sua condição peculiar teria de ignorar qualquer ser místico que cruzasse seu caminho. Mesmo eles sendo os responsáveis por sua carreira bem consolidada como escritora, tendo vários livros publicados com inspirações nas vidas terrenas daqueles que cruzaram seu caminho.

E era para manter a estabilidade da sua carreira que estava mudando-se por tempo indeterminado para o interior do país, mais precisamente para a mansão Button. Um casarão vitoriano caindo aos pedaços, localizado no meio do nada e que sua agente estava enchendo a boca para dizer que seria "um poço de inspiração" para o próximo romance. No fundo ela sabia que aquela era uma forma de editora apressá-la na criação do mais novo livro, pois Mahara não era o tipo de mulher que apreciava a calmaria do interior e lugares antigos, dessa forma ela acabaria o trabalho o mais rápido que conseguisse para voltar ao agito da cidade grande.

Segurando em uma mão a pesada bolsa de viagem e na outra a maleta do notebook, ela ingressou com o pé direito na mansão caindo aos pedaços que serviria como seu lar até a finalização do próximo livro, o que poderia ser o tempo de meses ou algumas semanas dependendo da sua inspiração.

"Ai, merda!" Pensou Mahara no instante que cruzou a porta de entrada e deparou com o comitê de boas-vindas. Parados próximos da grande escadaria que dava para os andares superiores oito pessoas, ou melhor, fantasmas a observavam cheios de curiosidade. Um neandertal, três com roupas vitorianas, um soldado da segunda guerra, o ex-primeiro ministro, um escoteiro e uma "bruxa" falavam animados ao seu respeito, deixando-a constrangida e ao mesmo tempo nervosa pela quantidade de fantasmas que teria de lidar. Apesar de saber que teria de lidar com assombrações por ser uma casa antiga, não havia cogitado que seriam tantas.

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⏰ Last updated: Jan 05, 2023 ⏰

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𝐏𝐀𝐑𝐀𝐍𝐎𝐑𝐌𝐀𝐋  ⇢  Gʜᴏsᴛs ﹙BBC﹚Where stories live. Discover now