9- Academia de luta (1191k)

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Cinco da tarde, ele estava na minha porta. Dessa vez deixou claro o que iríamos fazer só de vê-lo. Ele estava com roupa de treino, um short de malha e regata dry branca.
Coloco uma calça legging preta e um top branco da Nike.

Ao entrar no seu R34 que estava a minha esperar de frente ao meu prédio Devil estava escolhendo uma música em seu som, ele foi saltando as músicas até chegar a um bom rock, eu o conhecia porque era um dos meus preferidos, Aerials-System Of A Down.

– Oi! – Digo.

Devil lança um olhar por cima de seus óculos escuros e eu entendo aquilo como "Oi também!". 

Como todas as outras vezes ele sai acelerando fazendo um barulhento ronco no motor e em menos de cinco minutos chegamos ao que parecia ser nosso destino, uma academia.

O local estava vazio e logo estranhei. – Cadê as pessoas? – Questiono.
– Quando estou na cidade, costumo fechar a academia nas quintas pra treinar.
– Ela é sua?
– Não, mas eu pago um valor justo ao dono.

É... era o que faltava.

– Então, diga-me, o que sabe de luta?
– De boxe só a guarda, de capoeira só o gingo, mas de jiu-jítsu eu fiz dois anos seguidos sei um pouquinho a mais.
Ele joga as luvas de boxe e eu as agarro no ar.
– Cada um ensina o que sabe um pouco. – Ele sugere, eu acho uma boa ideia.
– Aceito.
– Mantém a guarda.

 
Faço o que ele pediu.


– Vamos começar pelo Jab, ele é desferido pela mão da guarda é o mais rápido. O jab é feito com uma rotação baixa do torso para subir o impacto do golpe e você retorna o mais rápido possível para guarda, não se esqueça de sempre mantê-la. – Diz ele fazendo o golpe em mim em câmera lenta de passo a passo.
– Peguei.
– Certo, agora o direto. Ele é desferido pela mão de trás da guarda, você precisa de impulso para ser bem forte. Além de exigir uma rotação maior do torso, exige um pequeno impulso com a perna para ganhar mais força no golpe.
– Esse eu treinava na cara dos meus primos, mas não tão correto assim. – Digo sorrindo ao lembrar-me das lutinhas de infância.
– Muito bom! – Devil sorrir.

 
Devil me ensina o uppercut, cruzado, gancho, algumas técnicas de defesas e etc... Como sempre eu fico encantada com sua habilidade, ele parecia ser multi funções.
Após algumas horas de boxe, treinamos os golpes no saco de pancada. E já me sentia a própria Honda.

 
Agora era a minha vez ensinar o jiu-jítsu.


– Os nomes são mais difíceis para decorar, mas preste bem atenção nos movimentos que vai dar certo.
– Estou pronto!
– Vamos começar sentados, projeção e quedas são um pouco complexo pra aprender no primeiro dia assim.
– Certo.
– Vamos começar com um bem famoso e mais fácil de decorar o nome: mata leão.
– Esse eu sei, ah que ótimo, então vamos pro cem quilos. Peço que deite de barriga para cima e joelhos abaixados.

 
Devil faz o que falei.

 
– Vou realizar o arm lock. Golpe perigoso que pode levar seu braço embora. – Sorrio. – Projeto o quadril em cima de seu braço e faça um movimento de adução com as pernas, e com o dedão pra cima puxo seu braço para mim. – Rapidamente Devil bate no tapete.
– Lembra que você esta ensinando em. – Diz ele fazendo piada.
– Agora americana. – Faço o peso de cem quilos nele que é meu corpo por cima do seu,  com meus dois joelhos encostados na sua lateral, um perto da axila e outro próximo ao seu quadril, estando nessa posição é aplicado pressão ao peito do adversário. – Isso é posição dos cem quilos, agora vamos pra americana. – Envolvo seu braço com meu braço ao contrário ao dele, segurando seu punho. Seu braço paralelo passa de baixo do cotovelo do adversário até eu alcançar meu próprio punho, aproximo o braço do oponente a lateral do seu corpo e faço uma alavancada para cima, em direção a sua cabeça.

 
Coloco força no golpe e logo ele responde com as duas batidas no carpete.
– Incrível! Outro golpe que leva meu braço, minha mão.
– Agora vamos pra montada, peço licença desde já. – Não quero que ele pense mal de mim, apesar de eu esta pensando tanto mal conosco tendo todo esse contato físico, mas consigo me controlar.
– Toda. Continuo deitado?
– Sim.

 
Passo para cima dele sentando em cima de sua barriga, e tudo fica meio estranho, mas vou fazer a linha de que ta tudo bem. – Com os joelhos e pés no chão deixando as costas do oponente no tatame. É uma das posições mais dominantes nessa luta.
Ele me olha, diretamente nos meus olhos me deixando totalmente tímida.
Aproximo-me dele, quase encostando eu rosto no seu e seguro seu braço executando a americana. – Na montada também é feito esse golpe. Entendeu?
– Sim, eu entendi. – Diz ele sem nenhuma expressão.
Puxo-o pela camisa trazendo-o para cima de mim. – Esse é o meu preferido, triângulo, um lindo estrangulamento.

 
Prendo-o por cima de mim, entrelaçando minhas pernas na sua cintura, sem pensar muito em seu corpo nessa posição em cima de mim. Tiro o quadril pro lado e faço movimento de adução com as pernas, passando-as em seu pescoço fechando o estrangulamento.
Ele dar duas batidas e eu o solto do golpe
Solto as pernas e ele continua por cima de mim, daquele jeito.

 
Observo-o tudo, seus braços com seu peito, até seu trapézio. Que corpo lindo, e eu rosto... nesse ângulo, era melhor ainda, sua boca estava semi aberta e ele dessa vez me olhava com um tremendo desejo, e de repente aquela Blake cheia de jogos e sedução acende em mim. E eu não resisto em não olhá-lo com toda a maldade e segundas intenções que eu tinha.
Não tinha como não acontecer, ele não resistiu e caiu em meus beijos. Sua mão entrelaça em meu pescoço e ele usa certa força.
Eu não cabia dentro de mim, queria arrancar nossas roupas e já foder loucamente, era inacreditável que aquilo estava realmente acontecendo.
Seu beijo invadiu todo meu eu, fazendo-me transbordar.


Mas não, eu queria fazer-lo gostar de mim, então eu não poderia permitir que ele me fodesse aqui nesse lugar.
Desvio meu rosto pausando o beijo.
– Acho que é melhor pararmos. – Sussurro.
Ele solta um longe suspiro. – Também acho, não foi essa luta que íamos ensinar um para o outro. – Ele ainda usa senso de humor.
– Não mesmo.


Juntamos nossas coisas e deixamos o local.
O caminho não era longe mais com o silêncio e climão pareceu até que eu estava voltando para o Brasil.


Chegamos na frente do prédio e dessa vez eu não enrolei, já fui abrindo a  porta do carro.
– Foi um prazer lutar com você. – Ele ainda diz.
– O prazer foi todo meu. – Respondo sem nem olhá-lo.


Entro no elevador, faltando soltar foguetes. Na altura do campeonato eu realmente pensei que jamais conseguiria aquele homem, mas como sempre, eles não resistem, são homens. Passe o tempo que for, que ele vai atrás.

Refém II • A 1000/H (FINALIZADA)Where stories live. Discover now