𝐃𝐞𝐯𝐢𝐥 𝐈𝐧 𝐃𝐢𝐬𝐠𝐮𝐢𝐬𝐞

1. Look Like An Angel

A.Z Fell e Anthony J. Crowley ── Azira e Crowley, para os mais íntimos. ── eram amigos a muitos anos.
E desde de que começaram a faculdade juntos, tinham um sonho em conjunto, que era abrirem suas lojas.

E após terminarem seus estudos e juntarem suas economias, seus sonhos finalmente foram realizados, e Azira conseguiu abrir sua tão desejada livraria, e Crowley, sua cafeteria ao lado da loja do amigo.

E todas as noites desde a abertura das lojas, os dois se encontravam no final do expediente para relaxarem enquanto tomavam chá, e contar o que havia acontecido no dia.

Mas algumas vezes durante a semana,o homem esguio fechava o café mais cedo e na maioria das vezes no seu tempo livre, decidia visitar o 'anjo' que ainda estava em seu horário de trabalho, simplesmente porquê gostava de sentir a presença do mais velho.
Mas na maior parte do tempo ficava sentado em um canto afastado, mexendo em seu celular ou observando Azira organizar seus livros, atender algum cliente, ler algum de seus livros novos, ou apenas fazia companhia quando não havia nenhum cliente no momento.

E em todos esses anos de amizade, Crowley havia começado a notar várias coisas em Azira.
Como seu hábito de ter sempre reorganizar seus livros pro cores, ordem alfabética ou de preferência ou tamanho, ter tudo organizado e ficar com aflição quando algo está fora do lugar que normalmente estaria; Mas ironicamente ter sua livraria sempre desorganizada.
Mas de acordo com o loiro; "Era uma bagunça organizada."
Pois só ele saberia onde suas coisas estariam no meio das pilhas de livros.

E com isso, Crowley também notou algumas outras manias do mais velho; Como ele nunca conseguia manter contato visual com ninguém, mas por alguma razão frequentemente tentava manter com o ruivo e sempre elogiava o quão bonitos eram seus olhos cor de âmbar; E todas as vezes acabava o deixando envergonhado com o comentário.
Outra mania que o barista achava adorável no bibliotecário, era quando ele começava um livro novo e ficava animado com o que lia, ele iria imediatamente com todo seu entusiasmo contar para o ruivo toda sua experiência com reações, opiniões e teorias. E mesmo que Crowley não entendesse uma palavra do que o seu amigo dizia, ele escutava atentamente sua explicação só porquê achava fascinante a forma com que ele falava com tanta euforia e paixão sobre o que apreciava.

Então por essas e outras razões; Como sua aparência pura e encantadora com cabelos loiros, olhos azuis iguais ao céu, vestimentas sempre em tons pastéis, feições delicadas, sua maneira de falar e sua gentileza;
Crowley, ainda na época da faculdade, passou a chamá-lo de anjo; como um apelido carinhoso graças a sua aura angelical.

Mas ao notar todas as suas manias, hábitos, e até suas falhas e imperfeições. Esse apelido começou a soar meio...irônico.

A livraria nunca foi um local muito movimentado, e alguns dos poucos clientes que passavam por lá, estranhamente nunca mais voltavam.
E por isso, Crowley começou a suspeitar motivo do "desaparecimento" dos clientes.
Já que todos que tinham o privilégio de conhecer Azira, se apaixonavam a primeira vista pela gentileza e simpatia do homem e sempre eram agraciados por sua presença.

Então nas visitas seguintes, Crowley passou a prestar mais atenção na forma como Azira atendia seus clientes. E se surpreendeu ao notar algo que nunca havia notado antes;

Ele nunca tinha visto Azira vender algum de seus livros.

Por essa motivo, o ruivo estava sentado na cadeira da escrivaninha, observando atentamente o loiro conversar com seu possível comprador. E presenciou o exato momento onde Azira fazia de tudo para não vender sua edição favorita de O segredo de Lily Audley.