— Aonde eu estava com a cabeça quando concordei em irmos para o campo? — Devon resmungava sem parar.
— Pare de reclamar! — Eve exigiu. — Sabe muito bem que está na época de irmos. Não iremos mudar agora, e as crianças adoram.
— Eu sei que gostam, eu também aprecio.
— Qual o problema então?
— Quanto mais eles crescem mais temos que carregar coisas.
— Sabe que é normal, e quanto forem maiores será ainda pior.
— Não estou preparado para vê-los crescidos.
— Terá de se acostumar. Pense apenas que ainda irá demorar para ficarem adultos.
Quando Eleonor nasceu o casal decidiram-se ter mais filhos. Queriam que fossem próximos uns dos outros, para crescerem juntos. Então, tiveram Aretha e Nicolas.
Por mas que fossem pequenos ainda, faziam uma bela bagunça. Os três juntos valiam por dez, deixavam Eve e Devon malucos.
Quando seus filhos juntavam-se com as crianças de seus amigos era uma confusão certa. Brincavam e brigavam o tempo inteiro.
— Mamãe, não estou encontrando o senhor bigode. — Aretha choramingava.
— Já procurou no seu quarto?
— Sim, ele não está lá.
— Olhou no baú de brinquedos?
— Já fiz.
— Procure-o no meu escritório. — resmungou Devon. — Aquele gato tem costume de ficar na minha mesa.
— Irei procurá-lo.
Aretha saiu correndo, porém desviou seu caminho após Nicolas lhe dar um pontapé. Ela saiu atrás do irmão.
— Por que decidimos ter mais filhos? — Devon, perguntou vendo as crianças brigando.
— Coloco toda a culpa em você.
— Em mim?
— Foi você quem insistiu.
— Eu não me lembro de vê-la reclamando.
— Se não reclamei foi porque estava enfeitiçada pelos seus encantos.
— Diga-me, quais são meus encantos?
— Não posso dizer.
— Talvez seja meus beijos... ou minhas mãos. Melhor ainda, talvez seja meu jeito de fazer amor. — ele sussurrava próximo ao ouvido dela.
— Temos que sair em poucos minutos, então pare de tentar me seduzir.
— Te seduzir é o que faço de melhor. E, amo fazer.
— Devon... não brinque comigo.
— Mamãe! — Nicolas gritou, acabando com o clima do casal. — Tire Aretha de cima de mim!
A menina estava em cima do irmão, lhe puxando os cabelos.
— É sua vez de resolver. — Eve disse ao marido.
— Pare de bater no seu irmão!
— Mas foi ele que começou. — a menina protestou.
— Não interessa, solte-o.
— Mas, papai.
— Ande logo!
— Está bem. — com muito custo, Aretha soltou o irmão.
— Não bata nele novamente. E você, não provoque mais sua irmã.
— Sim, papai. — os dois responderam juntos.
— Agora vão terminar de arrumar tudo para irmos.
— Muito bem, conseguiu acabar com a briga. — Eve elogiou, assim que as crianças saíram.
— Uma hora eles terão de parar com as brigas.
— Quando estiverem maior, tudo se ajeitará.
— Onde está Eleonor?
— Estava arrumando uma mala de brinquedos para levar.
— Papai! — ouviram a filha gritando.
Saíram correndo, assim que chegaram ao quarto da criança virão os três brigando novamente. Eleonor mordia Nicolas no braço, ele lhe puxava os cabelos e Aretha tentava soltá-lo.
— Céus, Eve. — Devon estava espantado. — Não sei se quero mais esses filhos.
— Sabe que não podemos trocá-los. — respondeu rindo.
— E, porque não? Ou podemos fazer filhos novos, talvez os próximos não briguem tanto.
— Não pode estar falando sério. Eles são crianças, precisam de mais disciplinas. Pare de lhes dar tudo que querem, verá como mudarão.
— Não dou tudo que querem.
— Não mesmo? Aretha lhe pediu um gato, e você deu. Eleonor um cachorro, você comprou um. Nicolas quis um coelho, agora temos um.
— Talvez, eu goste de presenteá-los.
— Precisa diminuir.
— Mas não sou o único. Nossas mães também, enchem essas crianças de brinquedos.
— Acha que podemos controlá-las?
— Sabe que nunca conseguiremos.
— Temos que pensar em algo.
— Filhos novos?
— Não!
— Estou sem ideias.
— No momento, pensaremos apenas em como acalmá-los para podermos viajar.
— Vamos separá-los. Eu pego Aretha e você o Nicolas.
Devon sentia-se maluco na maioria das vezes que estava com os filhos, mas não mudaria nada. Ele gostava de toda aquela bagunça mesmo que estivesse perdendo os cabelos.
Seus filhos, e Eve eram seu mundo. Tudo para ele, não imaginava viver sem eles.
Sabia que o sentimento de Eve era recíproco, pois ela lhe murmurava todas as noites.
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Um Amor para Lady Eve
RomanceLady Eve Bowmen, dedicou sua vida para cuidar da mãe que havia adoecido com os anos. Quando não estava ao lado da mãe, escondia-se na biblioteca onde lia seus romances favoritos. Seus dias eram sempre os mesmos. Entretanto, numa manhã sua vida mudo...