Draco apertou o corpo de Potter ainda mais forte, esperando que ele lhe causasse dor suficiente para fazê-lo soltar o cabelo de Draco. No entanto, Potter se recusou a ceder e se debateu selvagemente. No meio de sua luta, Draco sentiu os lábios de Potter roçarem sua têmpora antes que o hálito quente de Potter fizesse cócegas em sua orelha. Por um segundo, Draco pensou que Potter iria mordê-lo, mas Potter apenas rosnou, — Deixe-me sair! — De novo.

— Deixar você ir! — Draco disse, sua cabeça doendo algo horrível.

— Oh, pelo amor de Deus, — Potter resmungou e soltou o cabelo de Draco. Draco quase chorou de alívio; sua cabeça estava em chamas. Ele abandonou a mão de Potter em sua coxa para esfregar seu couro cabeludo dolorido.

— Malfoy, — Potter disse, sua voz estranhamente abafada. Ele estava batendo no peito de Draco com a mão e se contorcendo continuamente. Draco franziu a testa e então, horrorizado, percebeu que ainda estava esmagando Potter em um abraço firme, pressionando o rosto do idiota em seu ombro. Ele rapidamente soltou o quadril de Potter e afrouxou o aperto de seu braço o máximo que pôde. Potter se afastou imediatamente e endireitou o pescoço, engolindo avidamente por ar. Seu cabelo estava uma bagunça e suas bochechas estavam coradas, seus lábios se separando enquanto ele ofegava pesadamente.

Potter tinha lábios bonitos, Draco notou aleatoriamente enquanto esfregava a cabeça e olhava para o rosto de Potter através do cabelo que caía sobre seus olhos. Eles eram cheios e bem formados e pareciam firmes. Draco se pegou imaginando se eles só pareciam firmes ou se eles se sentiriam firmes também.

Draco piscou, chocado com seus próprios pensamentos. O que os havia causado? Trauma na cabeça era a possibilidade óbvia. Ele havia sofrido um traumatismo craniano grave quando Potter o acertou. Era por isso que ele tinha pensamentos tão bobos.

A língua de Potter roçou seu lábio inferior, deixando-o brilhante e úmido; Draco inconscientemente imitou o movimento, e então quase se esbofeteou. Este comportamento foi definitivamente o resultado de um traumatismo craniano. Ele era um caso perdido. Em seguida, ele decidiria que abraçar Potter era confortável ao invés de horrível. McGonagall poderia expulsá-lo; pouco importava - Draco passaria o resto de seus dias na Ala Janus Thickey.

— Malfoy, você quer ser expulso? — Potter perguntou, obviamente lendo os pensamentos de Draco. — Porque eu não.

— Por quê você se importa? — Draco resmungou e então imitou o tom enérgico de McGonagall. — Você tem um cargo no Ministério esperando por você!

— Não importa. Eu não vou aceitar até sentir que mereci.

— Espero que você esteja preparado para ficar desempregado para sempre.

Os olhos de Potter se estreitaram e Draco distraidamente notou que quando ele fez isso seu nariz torceu um pouco. Foi uma visão engraçada. Não é bonito, no entanto.

— Você sabe que esta é minha primeira detenção este ano? — Potter desabafou. — Eu tenho estudado e me mantido longe de problemas- isso significa você. Se você não me suporta, então por que você não pode simplesmente me ignorar como eu estou ignorando você?

Algo doloroso torceu no peito de Draco. Então Potter o estava ignorando. De propósito.

Draco conseguiu manter a voz firme enquanto dizia, — Porque você é um idiota feio e vaidoso. Sua própria existência insulta minha sensibilidade. Não posso evitar.

O olhar de Potter ficou frio. — Bem, tente. Porque você tem razão. Eu tenho um cargo no Ministério esperando por mim- o que você tem?

Draco cerrou os dentes com tanta força que sua mandíbula doeu. Ele os abriu o suficiente para dizer, — Agora esse é o Potter que eu conheço e detesto. Tenho certeza que você está morrendo de vontade de se vangloriar. Vá em frente, não se segure.

Surpreendentemente, o olhar de Potter suavizou e ele fechou os olhos por um segundo, parecendo cansado. — Não estou me gabando, Malfoy. Só estou dizendo que todos, inclusive eu, parecem se importar mais com o seu futuro do que você.

— Claro. Você não está se gabando. Você só se importa com o meu futuro. Bem, eu não estou insultando você, Potter. Eu só me importo com a sua aparência.

— Sim, eu me importo, — Potter disse rispidamente. — Se eu não fizesse, eu não iria- — Potter fechou a boca abruptamente.

— Você não faria o quê? — Draco perguntou. Ele podia sentir a veia em sua têmpora pulsando furiosamente.

— Eu não diria que sim, — Potter disse calmamente.

As batidas do coração de Draco estavam batendo em seus ouvidos enquanto ele se perguntava se Potter queria dizer mais alguma coisa. Ele sentiu vontade de bufar. São Potter se preocupava com seu futuro, não é? Honestamente, um deles deve ter comido alguns cogumelos engraçados hoje. Draco temia que tivesse sido ele. Isso explicaria por que ele estava quase disposto a acreditar que Potter estava dizendo a verdade. Exceto que Potter já havia declarado que lamentava ter salvado Draco daquele terrível incêndio.

— Você não pode simplesmente calar a boca e segurar o maldito pergaminho por duas horas? — Potter disse, quase suplicante.

Rosnando, Draco cerrou o punho e o bateu no pergaminho.

— Escreva as malditas falas e pare de me importunar, Potter!

Potter abriu a boca, parecendo indignado, mas então ele apenas os fechou, virou-se e pegou sua pena. Sons de arranhões encheram a sala novamente.

Draco encarou a orelha de Potter, contemplando a possibilidade de mordê-la. Isso provavelmente lhe renderia uma expulsão, no entanto. Embora, na verdade, ele estaria fazendo um favor a Potter; o idiota tinha orelhas engraçadas. O lóbulo de sua orelha parecia muito carnudo, mole e mordível.

— Malfoy, — Potter suspirou, — segure o maldito pergaminho firme.

Blá, blá, blá, Draco pensou irritado. Merlin, Potter era um chato chato.

— Malfoy, eu disse- mph!

Draco congelou em choque e encarou os grandes olhos verdes de Potter que estavam inexplicavelmente olhando para ele mesmo que a cabeça de Potter tivesse sido virada apenas um segundo atrás. De alguma forma, uma coisa terrível aconteceu. Draco deve ter se inclinado demais e Potter não estava pensando quando se virou para gritar com ele. Essa era a única explicação que poderia esclarecer como os lábios de Potter acabaram pressionados firmemente contra os de Draco.

Draco deveria ter afastado a cabeça e dado um tapa bobo em Potter; ele deveria ter enxugado os lábios e gritado, "Urgh!"; ele deveria ter dito alguma coisa, feito alguma coisa, mas tudo que ele podia fazer era deixar seus pensamentos girarem em círculos quando uma vozinha em sua cabeça entrou em pânico e engasgou, eu estou beijando Harry Potter.

The Ties That Bind Us | Drarry Where stories live. Discover now