𝐀𝐝𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫

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- Mas manda em mim! Ele pode facilmente chegar aqui e me dar um castigo!

- Ele não manda em você! Precisa entender isso! - Queria que isso fosse verdade.

     Só percebi que já tínhamos chegado na sala de treinamento quando paramos de andar.

- Olha só, você não é obrigada, mas é a forma que temos para facilitar a sua carga. - Suspirou. - Mas se não quer, vou parar de insistir.

- Só não quero perder minha novela. - Coloquei as luvas de boxe.

- Acabamos antes da novela, eu prometo. - Voltamos ao treinamento.

    Continuei treinando os socos e fazendo exercícios, flexão, abdominais, agachamentos... Tudo o que podia e dava para fazer, eu fiz, ele disse que vamos melhorar minha força física primeiro para poder fazer o resto.
   Paramos antes da minha novela começar, como eu tinha pedido. Tomei um banho demorado e depois deitei para assistir, mesmo que estivesse com fome, só levantei quando acabou. Fui até a cozinha, ver se tinha algo pronto, como era de se esperar, tinha muitas coisas como bolo, biscoito e sobras da janta.
    Me sentei para comer as sobras da janta, esperei a comida esquentar no micro-ondas e coloquei o prato na mesa, sentei e comecei a comer devagar. Estava muito boa, como sempre.
    Encontrei Asterin depois de um tempo, esteve no quarto esse tempo, dentro do closet. Não tirei ele de lá, estava quieto e bem, não queria estragar isso, mesmo que seja estranho ele estar quieto, já que normalmente é muito agitado.
    Voltei para a cama e me deitei, precisei tomar outro remédio para dor. A cólica piorou pelo esforço físico que fiz a tarde inteira.
   Tentei ficar aconchegada entre os travesseiros e a coberta, pedindo para que a cólica me deixasse em paz. Só aconteceu quando eu peguei no sono.

◇◇◇◇

    Acordei no dia seguinte com o sol entrando pela janela e batendo no meu rosto. Me espreguicei e levantei da cama devagar, olhando em volta. Silêncio e mais silêncio.
    Caminhei pro banheiro e lavei meu rosto, depois fui direto para a cozinha tomar café da manhã. A mesa estava posta e Íris estava lavando roupas, me disse bom dia quando me viu.

- Bom dia... - Me sentei, pegando café.

- Bom dia, querida. Como está se sentindo?

- Uma merda. - Ela me olhou, me repreendendo. - Um saco de lixo ambulante. - Forcei um sorriso.

- Você está linda, se a questão for aparência.

- Não é a aparência. - Quem dera fosse isso.

    Sei que meu rosto está com espinhas e inchado, mas ainda não ligo para isso, sei que muitas garotas dariam de tudo para ser como eu. É mais o cansaço que não foi embora, mesmo com mais de oito horas de sono, e agora vou precisar de uma jarra de café inteira.
    Íris está me olhando quieta, talvez pedindo para tudo voltar ao normal rápido, ou só esteja cansada de cuidar de mim.

- Tome isso, vai ajudar com as dores. - Ela colocou remédios na minha mão, enquanto beijou minha testa.

    Concordei com a cabeça e tomei os remédios junto do café, não me importo se vai fazer mal ou não. Ela me disse que eu teria o resto da manhã livre, só treinaria a tarde. É um alívio ouvir isso, acho que é um alívio ouvir qualquer coisa, isso mostra que não estou surda.
    Perguntei onde o John estava e se ele podia me levar até o hospital. Ela disse que ele podia, corri para tomar banho rapidamente. Foi tão rápido, que nem lavei meu cabelo, prendi ele num coque.
    Corri pro carro, John já estava me esperando lá, pelo menos parece menos cansado que o dia anterior. Entrei e fiquei quieta, pus o cinto e me encostei no banco. Não demoramos para sair de casa, muito menos para chegar ao hospital. Entrei direto quando chegamos.
    Ganhei o adesivo de visitante e fui pro quarto do Tine. Ele estava olhando a enfermeira enquanto ela refazia curativos nos braços dele, sorriu assim que me viu.

Marriage of ConvenienceWhere stories live. Discover now