Ela fez uma expressão brava.

— Em uma cadeira de rodas?

— Não, alguém encantador e muito bonito.

— Oh — soltou desfazendo a cara de brava. — Sendo assim pode continuar olhando. Papai é mesmo muito bonito e precisa de um namorado.

— Mina! — repreendeu Hinata soltando uma risada nervosa. — Chega, vá pegar a minha carteira, por favor.

— Mas ela está no seu colo.

— Mina, apenas vá para dentro okay? Ou você só vai comer metade de uma fatia de pizza doce.

— Já estou indo, já estou indo.

Ela saiu cantando e saltitando. O pai a acompanhou com o olhar e um sorrisinho bobo no rosto. Depois que ela desapareceu na esquina do pequeno corredor o olhar suave se voltou para Atsumu.

— Eu posso te incomodar mais um pouco? — perguntou coçando atrás da orelha.

— É claro.

— Posso pedir para você entrar e deixar o pedido em cima da mesa? Eu ainda não me acostumei a fazer as coisas dessa cadeira.

— Ah, sem problemas. Com sua licença.

Hinata se afastou para deixá-lo passar. Atsumu retirou os sapatos na entrada e observou a casa enquanto seguia o homem. Haviam fotos nas paredes, a maioria com o pai e a filha que moravam naquela casa. De resto, a casa parecia muito colorida e aconchegante. Mas não parecia adaptada para um PcD. Atsumu deixou o pedido em cima da mesa do jantar.

— Aqui está senhor...

— Ora, por favor, você está fazendo eu me sentir velho. Pode me tratar por Shoyo.

Shoyo... Atsumu sorriu um pouco. Em questão de minutos eles acertaram o pagamento e a gorjeta do motoboy, que foi escoltado a saída.

O coração de Atsumu martelava no peito, em ansiedade ao que estava para fazer. Antes da porta se fechar, ele se virou.

— Espere, eu... — Shoyo inclinou a cabeça, lindamente esperando. — Eu... Posso pedir o seu número?

Aqueles adoráveis olhos castanhos se arregalaram em surpresa.

— Meu, meu número?

— Sim. Eu realmente te achei encantador. Gostaria de te conhecer melhor.

Shoyo piscou várias vezes, olhando de um lado para o outro.

— Ah, eu tenho 31 anos — avisou meio incerto e temeroso.

Céus, ele não parecia ter tudo isso. Atsumu só tinha 23.

— Tudo bem. Não temos tanta diferença de idade. E apesar da minha carinha de bebê eu sou maior de idade.

Shoyo riu de sua brincadeira estúpida, ainda mais depois de sua piscada.

— Eu tenho uma filha e uma ex-esposa muito chata.

— Eu gosto de crianças, mas vou evitar sua ex.

Mais risos. Breves, pois Shoyo ficou sério.

— Eu estou em uma cadeira de rodas.

— E? — Não tinha muito o que dizer. A cadeira de rodas não mudava nada de quem Shoyo era. — Quer dizer, você não deve pesar mais que 100 quilos, e eu levanto 200.

O sorriso voltou aquele rosto pontilhado.

— Eu nem sei seu nome.

Atsumu deu um passo para perto, segurou a mão de Shoyo e a ergueu até os lábios.

Por Favor (AtsuHina)Where stories live. Discover now