𝐀𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐝𝐨 𝐨𝐮 𝐚𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐚𝐭𝐨?

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- Morgan? - Segurou o meu queixo, balançando minha cabeça.

- Eu não sei o que está falando. - Falei quando recuperei o meu fôlego, regulando minha respiração. - E não, não me afoguei. - Abri os olhos.

    Posso ver uma expressão mais séria que antes no rosto dele, o maxilar está travado e posso jurar que tem uma veia saltada na testa dele.
   Suspirou e me soltou devagar, me deixando encostada na parede da banheira.

- Não faça isso de novo. - Se levantou.

- Eu não fiz de propósito. - Está com mais raiva? - Posso sair se quiser tomar banho.

- Pode ficar aí se quiser, só não durma.

- E o Asterin? Ele está sujo ou preciso dar outro banho nele?

- Pensei que não quisesse mais ele por perto.

- Eu... Só não quero ser infantil, preciso focar nas minhas responsabilidades. - Agora a expressão é neutra.


Constantine

    Pelo visto, Cristine causou mais impacto do que eu imaginava. Não me importo que a Morgan goste de brinquedos, entendo que talvez nunca tenha tido a oportunidade de ter essas coisas, não vou tirar isso dela. Também sei que precisa ser mais responsável em alguns quesitos, ela aceitou um posto e agora precisa, no mínimo, agir como adulta na frente deles, em qualquer outro lugar, pode ser a Morgan que eu adoro ver brincando.
    Ajudei ela a sair da banheira e a sequei com cuidado, vendo se estava machucado, apenas achei um arranhão no cotovelo, dei um beijo leve nele.

- Vá dormir. - Falei depois que colocou os aparelhos.

- Preciso arrumar minhas coisas.

- O que precisa arrumar? Tem empregadas para isso, é só chamar elas.

- Preciso guardar as bonecas. - Caminhou para fora do banheiro, a segui.

   Por que quer guardar as bonecas? Sei que acredita em tudo que as pessoas falam, vai pela cabeça dos outros do que eles acharem melhor ou pior para ela. E como não era de se esperar, acha que o que Cristine disse é relevante.
    Agora ela está tirando as bonecas da estante e as colocando juntas em cima da mesa, depois as construções de lego.

- Eu desmonto e guardo na caixa?

- Você não precisa guardar nada disso.

- Vão me achar infantil, não acho que uma mulher da máfia deva ser infantil. - Está tentando se encaixar no meu mundo? Na verdade, eu que tento encaixar ela nisso.

     Morgan nunca demonstrou querer entrar no mundo de máfia e guerras entre famílias, mas eu a forcei sem perceber, fazendo que aprendesse a atirar, fizesse treinos e uma tatuagem, que vai determinar quem ela é e qual o lugar dela nesse mundo, e ela não vai poder tirar, já que estamos longe de conseguir um divórcio. - O que não deve acontecer. - Então, está com uma marca de maldição no corpo para sempre, uma marca que eu determinei que seria melhor ela fazer, tudo isso, para não perder ela.
   Realmente, não posso perder ela, não me imagino sem os toques, beijos, carinhos e abraços dela, muito menos os sorrisos e risadas, ou quando briga com o Ast dizendo que ele deve ficar parado para foto ou quando reclama que estou sendo muito pegajoso. Preciso dela para viver, talvez eu esteja viciado nela, ela deve ser uma droga, uma droga muito forte e viciante pro meu corpo.

- Não precisa achar nada, se gosta, deixe a mostra.

- Não posso deixar a mostra, todos vão esfregar na sua cara a esposa que tem, a esposa que não consegue fazer nada que o marido faz. - Não se compare a mim, não sou tão bom quanto pensa. - Não sei porque não escolheu Cristine, ela iria te dar mais credibilidade, ela não iria passar o dia brincando como uma criança ou estudando como uma burra.

Marriage of ConvenienceWhere stories live. Discover now