Ceres - Você sabe quem é o Inimigo [LIVRO 1 - COMPLETO]

Capítulo Quatorze

– Hã? Onde estamos? – ela olhou em volta para a trilha a céu aberto e nada que lembrava vida humana por perto. – Lucky!

– Olha, eu e esse amigão aqui – Lucky passou o braço em volta o ombro do homem –, estávamos indo para o leste. – Ele fez uma careta e olha para cima. – Mas acho que agora estamos indo para o oeste.

– O quê?! Lucky! – Mia gritou pasma, seus olhos percorreram para ver o homem que controlava os cavalos.

– Eu já não o vi em algum lugar?

Ele olhou para ela por cima do ombro.

– Ora, vejam só! Eu dando carona para a princesa de novo!

Samir. O homem que lhe ajudou, ou melhor, tentou me ajudar quando Mia fugia.

– Vocês já se conhecem, ótimo! Me poupam as apresentações.

– Que mundo pequeno, não? – Samir comentou, feliz.

Virou seu olhar para Lucky.

– Você só pode estar brincando comigo. Para onde está me levando?!

– Você não ouviu o que disse? – ele apoiou o braço em sua coxa torcendo o corpo para trás, fingindo estar impressionado. – Agora, nem eu sei mais.

Mia olhou para ele, boquiaberta, depois para Samir.

– Eu também não sei mais não, princesa.

– Me leve de volta agora Lucky! Isso é uma ordem! – ele lhe atirou um olhar debochado. – Você me sequestrou, com qual direito me tirou do castelo?! Mandarão guardas atrás de você!

– Serão os mesmos homens de quem você fugiu em sua primeira fuga? – ele arqueou a sobrancelha. – É... acho que estaremos seguros.

– Isso é um sequestro!

– Ah, ah, ah, a minha vítima está sendo levada por livre e espontânea vontade. Lembra-se como implorou chorando para mim levá-la comigo, princesinha? – Ele se inclinou sobre o feno arrancando o fio da boca e o jogando para o lado. – "Oh, corajoso Berbatov, eu lhe imploro para que me arrance deste terrível castelo e me proteja de todas essas pessoas hipócritas e mentirosas as quais eu estou cercada". – Fizera uma imitação excêntrica.

– Eu não falo assim, patife.

– Eu não falo assim, patife – ele repetiu numa voz aguda. Mia arrancou um pedaço da planta ceifada e seca, e a atirou em sua boca. Ele se virou novamente para frente.

– Princesinha, eu até lhe levaria para seu castelo encantado – ele cuspiu o feno –, mas nem eu, nem Samir sabemos onde estamos neste momento. Não é mesmo amigão? – Disse, dando um tapa amigável em suas costas.

– Olha princesa, eu não estou mentindo para você não – o modo como ele repetia as palavras apenas deixava a princesa mais irritada. – Estávamos indo para um festival de mimica, mas aí... aí nos perdemos.

– Me diga qual será a sua próxima ideia genial, Lucky? – Mia virou um olhar furioso para ele.

– Agora estamos tentando encontrar um vilarejo, os cavalos precisam comer – disse com toda a tranquilidade do mundo. Mia meneou a cabeça incrédula. O reino estaria um motim pensando que ela fugira novamente quando na verdade foi sequestrada por um sádico maluco que sabia o maior segredo de seus pais... ela pensou em Thor, ele deveria estar cheio de preocupação, mas em seguida se censurou, não deveria pensar nele.

– Eu consegui isso para você – ele jogou para trás uma calça, uma camisa e um espartilho. Ela ainda trajava a roupa do baile.

– De onde você roubou isso?