Capítulo 5

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— Para

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— Para... para...

— Senhora!

Uma mão estranha me toca, enquanto grito com a Rainha dos meus sonhos.

— Por favor... não... não... — resmungo.

— Mila!

Eu estou no hospital, no mesmo quarto que me vi quando acordei ao lado do Benjamin. Não entendo por que não consigo me mover, na verdade, não entendo nem como estou conseguindo me ver. Se fosse um reflexo, eu saberia, e se aquela parada na frente da enfermeira não fosse eu, também reconheceria. Quero muito ir para casa, quero abraçar o Peter, e pedir perdão ao meu marido.

Por que não consigo me mexer? Nunca tinha me visto assim, como uma pessoa de carne e osso, frente a frente.

— E-espera...

O que está acontecendo? Eu agarrei o pulso daquela moça. Por que estou fazendo isso?

Aquela sensação de ter alguém nos olhando, cresce a cada minuto, como se não estivéssemos sozinhas na sala. E eu não estou. Tem duas de mim, por algum motivo tem duas Rainhas, duas, Mila.

Eu consigo ver o quarto todo do alto, enquanto o outro eu, apresenta uma figura violenta. Vozes estão me perseguindo, de dentro da escuridão, mas diferente das pessoas que enxergo, essa outra presença era nova para mim.

— SOCORRO! — A enfermeira grita.

— Solta! — Grito com minha outra eu. — Solta ela!

— VOCÊ PRECISA ACORDAR! — A voz estranha berra em meus ouvidos.

Que porra é essa? Por que tem uma quarta voz?

— Não faça isso, por favor... por favor... — a pobre enfermeira pede.

— Para... para... O que eu estou fazendo?

— Sinto muito, mas estou morrendo de fome! — A outra eu, fala.

— O-o quê?

— Pelo amor de Deus, por favor... eu tenho famíl...

NÃO!

— NÃO! — Grito.

— SENHORA CLIFFORD! — Berrou a voz estranha, me balançando.

— SOLT... — desperto assustada, me chocando com um sofá de couro branco. — Que... que merda é essa?

Estava em dúvida se o que tinha acabado de acontecer era real, ou se o lugar onde eu estava era total fantasia.

Seringas, e uma cama de hospital, foram substituídos por uma parede de livros, com metros de altura. Uma enorme biblioteca, com escadas ligando as prateleiras altas, cobrem as minhas vistas, me fazendo acreditar que eu tinha realmente tomado alucinógenos.

Se o acidente com o Thomas tinha sido verdade, ou não, eu só saberia quando voltasse para parte que estou no quarto com a enfermeira.

— Oi, está me ouvindo? — O monstro que estava dentro das sombras, me toca de novo, gerando um salto que me faz sentar na mesma hora.

A Escolhida (COMPLETO)Where stories live. Discover now