2 // nunca lloré por tu amor

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Nunca me quisiste
Nunca te he querido
No te despediste
No nos conocimos
Nunca lloré por tu amor

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— Eu nem sei por que tô aqui, sinceramente. Vocês já fazem um trabalho ótimo com minha ajuda ou não — Tony começa, com um sorriso de lado enquanto mastiga um salgado qualquer. — Mas, já que não conseguem viver sem mim, vou fazer esse favor. 

As mãos ágeis de Stark expandem o holograma na mesa, sem mais delongas. Seus olhos castanhos estão eufóricos, mas inegavelmente distantes de Steve. Fogem da figura acuada no canto da sala feito o diabo foge da cruz, e nem há como culpá-lo. O loiro mesmo não queria estar ali, era pura obrigação. Às vezes ser um super soldado tinha seus malefícios. Não poder recusar uma missão era um deles. 

Uma voz vem surgindo ao longe, o despertando dos pensamentos:

— Mas não desse jeito... Não é, Steve?

— O quê? — Steve pisca, lançando um olhar perdido a Rhodes. De rabo de olho ele percebe Tony ainda mexendo no holograma, completamente absorto no que estava fazendo. Ou fingindo muito bem, pelo menos. — Eu não prestei atenção, desculpa.

— Essa é nova — Tony zomba, num murmúrio que não teria sido ouvido se todos não estivesse em silêncio.

Rhodes encara Steve, então se vira para Natasha. Há uma tensão palpável no ar, e uma resignação pertinente no rosto da ruiva, principalmente; ela odiava a infantilidade do gênio. Em momentos como aquele, em especial. Bruce, que esteve calado desde que se sentou, foi o primeiro a erguer as mãos em um gesto impaciente e se retirar. Logo restavam somente Rogers e Stark, mas quaisquer palavras permaneceram do lado de fora, semelhante a seus colegas de equipe. 

Steve decidiu de última hora que ainda não daria o braço a torcer, não daquela vez. Era como se estivesse preso em um loop. Fundamentalmente era o oposto de Tony em tudo, mesmo no modo como resolvia suas desavenças; onde o moreno enchia a pessoa de comentários irônicos até ela perder a paciência, o loiro preferia ser franco e pôr as cartas na mesa. Sinceridade era a sua maior qualidade, muitos diziam, e o tato também. Porém, todos tinham limites. E, curiosamente ou não, Tony Stark era o seu. 

Eles sustentam um olhar severo e quase mutuamente desafiador. A intensidade natural das orbes do gênio é o suficiente para desestabilizar qualquer desavisado e Steve não é um desses, felizmente, então azuis encaram de volta castanhos de igual pra igual. Quantas desculpas já não haviam sido gastas até aquele momento? E de nada adiantavam. Parecia que todo o ressentimento não passava de uma espécie de erva daninha, sempre retornando em momentos indesejados. As palavras amargas trocadas em cada momento de raiva eram como cuspe, grudavam na alma, e voltariam dias depois na próxima discussão. Logo, era melhor que elas continuassem na garganta. Não ditas. Não gastas.

Não há nada além de silêncio quando Steve se levanta, fechando a porta na saída. Em vez de remoer tais pensamentos por mais tempo, mais produtivo seria ir resolver as pendências da missão com Rhodes. Como num passe de mágica, Tony não estava mais em sua mente. Havia ficado pra trás, mais uma vez.

Nunca se conheceram. 

n/a:

hihihi

HURTING BAD MAN | 𝘀𝘁𝗼𝗻𝘆Where stories live. Discover now