Capítulo 12 - Sofrendo

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E então passei para o próximo desenho, onde eu estava sentada numa poltrona, lendo um livro. E o flashback me tomou...

Ler é incrivelmente fascinante, ainda mais um romance como este. Mas ler com os olhos de alguém em mim não é nada agradável.

- Por que está me observando, Malfoy? - Pergunto com rispidez.

- Nada. - Ele dá de ombros e dirige o olhar para a prancheta a sua frente.

- Que droga é essa que você está fazendo?

Seus maravilhosos orbes azul-acinzetados fixam-se nos meus olhos castanhos e, com o típico tom arrogante, ele diz:

- Nada que diga respeito a alguém como você.

Encolho-me, devido a seu tom de voz.

Ergo as pernas à poltrona e sento-me em posição de lótus.

- O que está lendo? - Agora seu tom é despreocupado.

- Nada que diga respeito a alguém como você! - Repito suas palavras.

Malfoy revira os olhos, dá um sorriso sarcástico e volta a seus afazeres.

- Ah, a segunda semana de convivência, quando eu estava terminando de ler o livro trouxaDiário de uma Paixão.

E agora entendo porque ele perguntou o nome do livro: para escrevê-lo no desenho, onde a capa do livro está em branco. Procuro um lápis e, encontrá-lo, escrevo, tentando imitar sua letra, o título.

Passo para o próximo desenho, onde estou na aula de Poções, desenvolvendo algum experimento maluco sugerido por Slughorn. Draco deu um tom de graça ao desenho, deixando meus cabelos mais armados que o normal e deixando meu rosto levemente preto devido a fuligem e... ESPERA! Esse desenho é do sexto ano, quando eu fiz - tentei fazer - a Poção do Morto-Vivo! Divirto-me com o desenho, lembrando do fracasso que foi a aula, onde apenas Harry conseguiu desenvolver a poção.

Mais um desenho, em que me encontro nos jardins de Hogwarts, lendo novamente. Dessa vez, ele me desenhou sorrindo, e, observando a data, vejo que é deste ano. E outro flashback me toma.

"- Ever, fique tranquila. Está tudo bem - ele diz sorrindo, oferecendo sua mão."

Ler Para Sempre me acalma. Cada trecho lido transmite-me algo diferente, talvez um aconchego, como se o livro pudesse me abraçar.

Ficaria melhor se Zabini não estivesse discutindo com Malfoy num banco há apenas três metros de mim.

- Cara, você carrega essa droga pra todo canto. Por que, hem? - E reparo que Malfoy está segurando a mesma prancheta da noite passada.

- Isso não é da sua conta, Blásio.

- Caramba, você nem presta mais atenção no que eu falo!

- Você só fala inutilidades, por que prestarei atenção?

E me pego rindo da fala de Draco. Ambos olham para mim, e sinto meu rosto corar. Malfoy dá um sorriso de canto e pergunta:

- Se divertindo, Granger?

Penso rapidamente numa resposta:

- Apenas rindo das inutilidades que você fala.

E deixo-o com a cara no chão. Zabini ri da cara dele e faz um sinal de positivo pra mim. Apenas ignoro-os e volto a ler.

- Ah, Merlim, como eu gostaria de ter Draco aqui comigo... - Suspiro.

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