Capítulo 12 - Sofrendo

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Chegamos em Hogwarts ao amanhecer do dia.

- Granger, se quiser, não precisa ir às aulas da manhã hoje.

- De que adiantará ficar no quarto, diretora? Dormir não me ajudará em nada.

- Tem certeza, querida? - Ela toca meu ombro.

- Tenho.

- Então, é... Bom, não posso deixar você fazer a ronda sozinha durante o tempo em que Draco estiver hospitalizado, então tentarei encontrar um monitor substituto.

- Quem a senhora tem em mente?

- Ninguém, por enquanto. Chamarei você em minha sala quando souber.

- O.k.

Começo a me direcionar ao quarto, mas Minerva segura meu braço levemente e diz:

- Sinto muito, Hermione. Percebi o quanto Draco significa para você.

Forço um sorriso, depois pergunto:

- Professora, só por curiosidade, por que a senhora chamou Draco em sua sala?

Se antes a atmosfera já não estava agradável, só piorou quando ela dicidiu que responderia minha pergunta.

- Não sei se Draco lhe contou que, desde o término da guerra, Narcisa Malfoy começou a enlouquecer...

- Enlouquecer? - Surpreendo-me. - Ela parecia ser uma mulher equilibrada...

- E era. Mas, após Draco tornar-se Comensal, ela sofreu um leve desequilíbrio, que, aparentemente, foi controlado. No entanto, ela veio a realmente enlouquecer após tudo o que houve. Narcisa diz ver Voldemort em todos os cantos, a ouvi-lo chamando-a...

- Que horror! - Ofego. - E ela está em casa?

- Não. Está internada no St. Mungus, numa ala especializada em seu caso.

- E contaremos a ela sobre Draco?

- De jeito nenhum! Não podemos arriscar piorar seu estado mental, uma vez que já atingiu um nível muito preocupante.

- Hum... Que coisa triste...

Após alguns instantes em silêncio, despeço-me de Minerva e ponho-me a andar em direção ao quarto. Chegando lá, atravessei a sala rapidamente e subi para o quarto dele.

Ao abrir a porta, senti o cheiro do perfume de Draco me embriagar. Antes que pudesse chorar de saudades, aproximei-me da luxuosa cama e deslizei os dedos por ela. Parei de frente à escrivaninha e percorri os olhos por alguns objetos sobre ela, fazendo-os parar na pasta de desenhos. Peguei-a e abri. Nunca vi todos os desenhos, e tenho vontade de vê-los.

Passei por um breve desenho de Pansy - onde ela realmenteestava parecendo um buldogue -, uma caricatura de Snape - feita há muito tempo, talvez antes de Voldemort voltar -, o desenho de um piano, uma linda paisagem onde eu podia ler embaixo 'A paisagem que eu gostaria de ver ao acordar', o desenho de Hogwarts que ele fez na primeira noite do ano letivo, um simples desenho de rosas e... um desenho meu. Parei de observar rapidamente ao chegar em meus desenhos. Todos de ângulos diferentes, como se ele me observasse meticulosamente, como se monitorasse não só os corredores, mas a mim também. Achei curioso encontrar um desenho onde minha aparência era antiga.

- Quarto ano... - Sussurrei.

Eu estava com o vestido do Baile de Inverno. Cada traço feito com maestria, deixando o desenho nada menos que perfeito. Mas como assim? Há quanto tempo Draco Malfoy me "monitora"? Que eu saiba, nós nos apaixonamos esse ano, a partir da obrigação de acordarmos todos os dias e darmos de cara um com o outro.

Meu Amado MonitorWhere stories live. Discover now