𝐌𝐚𝐬𝐜𝐨𝐭𝐞

Mulai dari awal
                                    

- Não faz diferença se ele me trata bem, ele tratou todas assim, né? - Observei o cachorro do meu lado. - Você também finge gostar de mim? Eu sei fazer um bom carinho, não sei? - Meu rosto está coberto de lágrimas involuntárias.

Ele só me olha e lambe meu rosto, depois vai deitar na caminha dele.
Toda essa situação me cansa, estou cansada de tudo isso, realmente exausta, me arrependo até de ter feito a cirurgia.
As olheiras no meu rosto estão escuras, minha cara é de cansaço, meu celular sempre está despertando com o horário do remédio e eu sinto o sutiã cirúrgico me incomodar todas as noites e manhãs, depois que eu acordo.
Ouço a porta da frente ser aberta, é ele? Não, não deve ser...
Me levantei fazendo mais esforço do que o permitido, indo até a porta, tirar minhas dúvidas. Era ele, acompanhado... Estava guiando uma mulher para dentro.
Não consigo raciocinar direito, por que ele está com outra? Eu não entendo, eu realmente não entendo.
Observei quieta os dois, a mulher parece ser mais velha que ele alguns anos. Ela é parda, tem o cabelo longo e cacheado, castanho escuro para ser mais exata, da mesma cor dos olhos.
Ela me lembra alguém, mas eu não sei quem...
E não estão sozinhos. Um menino entrou com eles, está segurando a mão da mulher, seu cabelo é ruivo escuro, não parece ter mais que 6 anos, mas quem são essas pessoas.

- Obrigada, querido. - A mulher disse para o Tine, sorrindo. Até arrumou a gravata que ele estava usando.

- Ah... - Não sei o que dizer, por que abri minha boca?

- Oh! Você deve ser a Morgan.

- Sim? - Quem é ela!?

- É mais bonita do que me falaram. - Ela riu fraco.

- Obrigada?

Tine veio até mim e me deu um selinho, outro e depois outro, está bem animado, o menininho se escondeu atrás da mãe, parece estar com vergonha.

- Sentiu minha falta tanto quanto senti sua? - Meu marido disse.

- Sim... Mas quem é ela? - Encarei ele.

- Uh verdade, não se conhecem. Essa é a Morgana.

- É a sua nova esposa?

- Em? - Falaram ao mesmo tempo.

- Desculpe, é que Caleb veio aqui... - Me sinto envergonhada.

- Caleb esteve aqui?

- Sim, foi quando você parou de responder as mensagens.

- Eu não podia responder as mensagens. Você está bem? Ele fez alguma coisa?

- Estou e não, não fez. - Senti ele segurar meu rosto com cuidado, me fazendo levantar a cabeça. - Eu só não estou conseguindo dormir às vezes, está tudo bem. - Ele me puxou para perto, está me aconchegando.

- Eu não sei que história é essa de esposa.

- Mamãe, eu quero o papai...- O menininho disse, foi a tentativa de um cochicho.

- E ele? - Tentei me soltar do aconchego para ver o garotinho.

- O nome dele é Pietro.

- O seu pai já vem, sim? - A mulher disse, arrumando o cabelo do garoto.

Eu reparei quando John veio pela porta da cozinha um pouco apressado.

- Carinha! - Ele disse abrindo os braços.

- Papai! - Pietro se soltou da mãe e correu até John sorridente, abraçou o homem. - Abraço de urso!

Confesso que é estranho isso, acho que seria estranho se o John recusasse o abraço.
John segurou ele no abraço e apertou de leve, como se fosse realmente um urso.
Não pude reparar quando fiz o mesmo com o Tine, abraçando ele como se esperasse que retribuísse igual, igual um abraço de urso. E ele retribuiu, com cuidado, para não me machucar, mas é bom sentir o seu cheiro de novo, parece que não sentia isso a décadas, talvez seja esse o efeito da saudade.

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