𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱𝚞𝚌𝚔𝚢 𝙱𝚊𝚛𝚗𝚎𝚜

4 - Invasão

Daiana virou-se para ele, contente por ouvir aquilo. Já ouviu pessoas dizerem que o nome de sua gata era estranho, gostando de saber que pelo menos alguém discordava e tinha bom gosto.

— E o seu amigo conseguiu algum animalzinho para pôr este nome? Talvez até uma filha ou amiga? Poderíamos providenciar um encontro dos Alpines — sugeriu divertida como se não estivessem neste exato momento muito provavelmente sendo perseguidos pela S. H. I. E. L. D. e derrubado alguns de seus homens em um apertado elevador para depois saltar de um dos mais altos andares, levantarem e saírem andando sem muitos danos.

Viu um pouco de tristeza cruzar as feições do homem que abaixou a cabeça curvando sem vontade um canto de seus lábios para cima. Talvez eu não devesse ter perguntado...

— Ele nunca teve a oportunidade — disse lentamente, escolhendo as palavras. — A guerra interferiu.

Daiana abriu a boca, mas nada saiu. Queria confortá-lo de alguma maneira ao não tardar em entender suas palavras, lamentando que tantas pessoas que não se odiavam, tivessem que matar e morrer por aqueles que se odeiam. Steve tentava demonstrar que não se afetava tanto quanto realmente afetava, mas ela conseguia ver que não havia superado a perda daquele que parecia ser tão importante para o Capitão. Quis lhe perguntar se esse, a quem ele se referia como amigo, era desta época ou de antes de ser congelado, mas seria indelicado então conteve a curiosidade.

— Odeio guerras — foi tudo o que conseguiu dizer.

Um clima pesado se instalou por todo o ambiente, deixando a ambos desconfortáveis. Percebendo que o Capitão não pretendia dizer algo mais naquele momento, provavelmente refletindo sobre o passado como ela vinha tentando evitar o seu próprio, tratou de tentar dispersá-los do assunto indesejado.

— Não quer se sentar um pouco? Vou preparar um café.

— Não precisa se incomodar com isso — negou educadamente caminhando para perto da janela, fechando as cortinas e espiando por uma fresta. — Não podemos ficar aqui por muito tempo.

— Como é? — Piscou algumas vezes com as sobrancelhas elevadas.

— A S. H. I. E. L. D. sabe sobre nós e neste momento devem estar te vendo como uma traidora por ter ficado do meu lado.

— Como eu não ficaria do seu lado? Você é o Capitão América — apontou para ele como se pensar o contrário fosse ridículo. — Quem ficaria contra o Capitão América?

Ficou contente por ouvir sua fraca risada que dissipou parte da tensão que sentiam de instantes anteriores.

— Ficaria surpresa se eu te contasse — virou-se brevemente para fitá-la. — Precisamos trocar de roupa — fechou a cortina — e sair daqui.

— E iremos para onde?

Ele pensou um pouco.

— Preciso recuperar algo antes de pensarmos sobre isso.

— Certo... — mordeu o lábio encarando-o pensativa também. — Não tenho roupas masculinas para você aqui em casa, mas posso tentar conseguir com algum vizinho — sugeriu.

Visto que seu apartamento estava destruído de seu encontro com Fury ferido no sábado, não poderia levá-la até lá, seria perigoso para ambos. Também não poderia andar na rua com o uniforme quando estava sendo perseguido e provavelmente tinha a S. H. I. E. L. D. espalhando o rosto de ambos como fugitivos perigosos por todos os lugares. Precisava se lembrar de evitarem câmeras de segurança.

— Certo — cedeu. — Eu agradeceria se conseguisse.

— Eu já volto — foi seu último aviso antes de sair pela porta.