Capítulo 3

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Assim que vi aquela marca no meu ombro, entrei em desespero, mas logo me acalmei. Amanhã ela já vai sumir.

Sei disso pois meu ex namorado ficou meses tentando me marcar, mas ela sempre sumia no dia seguinte. Com aquela não seria diferente.

- Me desculpa Jimin, não sei por que eu te marquei. Agora você vai morrer e a culpa é minha.

Que alfa mais dramático. Como assim morrer? É só uma marca que logo vai sumir.

- Como assim morrer? Do que você está falando?

- Você não deve ter percebido, mas eu sou um lúpus, uma marca minha é muito forte para um ômega comum aguentar. Você vai ficar doente e morrer e a culpa é minha. Me desculpa.

Eu me segurei muito pra não rir, sentir o desespero dele me ajudou nisso. Fiquei com dó.

- Isso realmente seria um problema se eu fosse um ômega comum, mas que bom que não sou, né? Você também não percebeu, mas eu também sou um lúpus, então não se preocupe. Eu não vou morrer.

Achei que isso iria acalmá-lo, mas pareceu que seu desespero aumentou mais ainda. Qual o problema agora?

- Você é um ômega lúpus? Isso piora tudo.

Em vez de explicar, ele simplesmente saiu do banheiro, me deixando lá sem entender nada. Mas é um idiota mesmo.

Como a adrenalina e o desespero já tinham passado, voltei a sentir as dores de antes e só agora percebi que estou pelado. Tentei andar até a porta, mas a dor no meu quadril era tanta que eu estava quase cogitando me jogar no chão e ficar ali mesmo.

Eu sabia que lúpus eram brutos, se eu que sou lúpus estou assim, imagina como um omega comum deve ficar?

Depois de muito sacrifício, consegui chegar na porta do banheiro e quase chorei quando percebi que a distância dali até a cama era maior ainda.

Yoongi estava andando de um lado pro outro no quarto. Só parou quando me viu na porta. Ele pareceu se tocar que eu estava sem roupa, pois pegou minha cueca do chão e me entregou. Finalmente fez algo que presta.

Foi um pouco difícil, mas consegui colocá-la sozinho. O problema era ir até a cama, comecei a calcular quantos passos eu teria que dar, mas fui tirado dos meus pensamentos quando me senti sendo retirado do chão. Yoongi tinha me pegado no colo e estava me levando pra cama. Meu lado ômega tinha ficado muito feliz com aquilo.

- Desculpa, minha cabeça está tão cheia que nem lembrei de te ajudar, precisa de alguma coisa?

Preciso de um mata-leão, pra apagar e esquecer essa dor.

- Só estou com dor no quadril, mas quando eu chegar em casa tomo um remédio, não se preocupe.

- Eu tenho um analgésico para dor, já volto.

Ele nem esperou eu responder e já saiu do quarto. Alfa doido.

Sem escolha, tive que ficar ali e esperar por ele, que não demorou a voltar. Me entregou o remédio junto com um copo de água, que tomei rapidamente. Eu odiava sentir dor.

- Você disse que eu ser um lúpus piora tudo. O que quis dizer com isso?

- Eu não tenho certeza, mas pelo que me lembro, assim que um lúpus marca outro, a Marca se torna permanente.

Achei que aquilo tudo não podia piorar. Claramente, eu estava errado.

- Você está querendo me dizer que agora estamos presos um no outro?

- Acredito que sim. Eu já volto.

Se isso for realmente verdade, eu vou matar ele. Como alguém marca um ômega que nem conhece? Agora vou ser obrigado a ficar com um alfa que eu nem gosto e muito menos conheço.

- Eu consigo sentir sua raiva, então antes que você comece a me xingar. Olhe isso.

Eu estava realmente pronto pra xingar ele, mas a marca em seu ombro me fez calar a boca.

Ele tinha uma tatuagem de lobo no braço e bem próximo da cabeça do desenho era possível ver uma marca cicatrizada.

PJ.

Eu tinha o marcado também.

- Pqp. Como isso aconteceu? Por que aconteceu? O que vamos fazer? Eu e você nem nos conhecemos.

A ideia do mata-leão ainda está de pé, mas desta vez é pra me matar de vez.

- Eu também não sei como ou por que. Eu sei de alguém que pode nos ajudar a entender o que aconteceu. Podemos ir lá hoje, mas antes tenho que buscar meu amigo na boate.

- Ir para onde? Se isso for um plano pra me matar, eu juro que te mato antes.

- Estamos sozinhos aqui e você mal consegue andar, se eu quisesse te matar, já teria feito isso faz tempo.

Mas é abusado. Sou dar um soco nele.

- Vamos pra onde? Falar com quem?

- Vamos pra casa dos meus pais, falar com eles. Eles também são lúpus, devem saber o que aconteceu.

- Espero que eles saibam mesmo. Eu aceito ir só se meu irmão puder ir junto.

- Por mim tudo bem. Consegue se vestir?

- Só pega as roupas pra mim.

Mal conheço esse cara e já vou conhecer os pais dele. Junseo chora no banho, demorei três meses para aceitar conhecer os pais dele.

Depois que Yoongi me entregou minhas roupas, me troquei rapidamente, o remédio já tinha dado efeito, a dor tinha diminuído bastante.

- Vou ligar pro meu irmão. Falo pra ele esperar aonde?

- Era com ele que você estava ontem?

- Sim.

- Então na boate de ontem, meu amigo está lá.

- Ok.

Falei com Jungkook enquanto Yoongi se arrumava. Obviamente ele me encheu de perguntas, mas eu disse que explicaria tudo pessoalmente.

Depois que Yoongi ficou pronto, saímos do quarto juntos, e assim como aquele cômodo, o resto do apartamento também era luxuoso. Eu transei com um burguês. Que decepção Park Jimin.

- Quer comer alguma coisa antes de ir?

- Quero. Nem lembro a última vez que coloquei algo na boca.

Assim que disse isso, Yoongi abriu um sorrisinho malicioso. Eu vou socar ele, tô falando.

- Algo comestível seu pervertido.

- Eu nem disse nada.

Mas é um fingido, resolvi só ignorar aquilo e olhar melhor o apartamento. Era grande e bonito, acho que só a sala era do tamanho da minha cozinha e da minha sala juntas.

- Nem perguntei se você gosta de panqueca, espero que sim.

Tive vontade de responder que não gostava só pra irritar, mas achei melhor deixar quieto.

- Gosto sim. Obrigado.

Comemos em silêncio e logo saímos. Espero ter as respostas que preciso.

Destinados - Yoonmin Where stories live. Discover now