Capítulo 1

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Nossa, não lembro da minha cama ser tão macia. Que cheiro bom é esse? Parece um perfume de chocolate? Pelo jeito estou deitado no peito de alguém. Deve ser o Jungkook. Desde quando o Jungkook usa perfume de chocolate? Ou será que esse pilantra comeu meus chocolates enquanto eu dormia? Se ele tiver feito isso, juro que como todas as balas de menta dele.

Comecei a abrir os olhos lentamente, o quarto estava bem iluminado, Jungkook esqueceu de fechar as cortinas de novo, eu ainda bato nesse garoto. Enquanto me acostumava com a claridade, planejava métodos de como bater no meu irmão sem deixar marcas, mas meus pensamentos foram interrompidos quando percebi que aquele quarto não era o meu. Que aquela cama não era minha. E que com certeza, aquele peito no qual eu estava deitado, não era do Jungkook. Que merda era essa?

Não pensei duas vezes em me afastar, acabei levantando com tudo, logo reclamando de dor, quando senti minha bunda arder. Não. Não aconteceu o que eu acho que aconteceu. Não pode ter acontecido. Olhei em volta, era um quarto luxuoso, tinha várias roupas jogadas, algumas eram minhas. Olhei para meu próprio corpo, eu estava pelado e cheio de marcas vermelhas e roxas. Olhei pra pessoa deitada ao meu lado, que devia estar em um sono profundo pois nem se mexeu. Era um alfa de cabelos pretos e pele bem branca cheia de tatuagens, mas o que mais chamou minha atenção foram as marcas, claramente de chupões, e os arranhões em seu braço.

Entrei em desespero. Eu não sabia onde estava. Nem com quem estava. Pretendia levantar, pegar minhas coisas e sair, mas qualquer movimento que eu fizesse, meu corpo reclamava de dor. Merda, o que eu vou fazer?

Procurei pelo meu celular, mas ele parecia não estar em lugar nenhum. Jungkook deve estar morrendo de preocupação, já até imagino ele ligando pra polícia. Eu precisava sair daqui.

Enquanto pensava em um jeito, senti o alfa ao meu lado se mexer. Ele estava acordando e quando me viu, se levantou com tudo, com os olhos arregalados.

- Quem é você?

- Eu que te pergunto.

Ele não disse nada, apenas começou a olhar pro próprio corpo, depois pro meu e em seguida pro quarto. Não sei por que, mas do nada um desespero cresceu dentro de mim. Mas eu não me sentia desesperado. Confuso sim, desesperado não. Estranho.

- Preciso do meu celular.

Ele disse, se levantando, pegando sua cueca do chão e a vestindo. Eu já sabia o que tinha acontecido, mas ver as costas dele toda arranhada só tornava tudo mais real. Eu tô muito fodido. Nos dois sentidos.

- Pode pegar o meu, por favor?

Pedi, vendo o procurar pelo aparelho, logo o encontrando no chão, perto da porta do banheiro. Como ele foi parar ali?

Ele apenas me entregou e sem dizer nada, saiu do quarto, com seu próprio celular em mãos. Nem me importei, minha preocupação agora era ligar pro Jungkook. Assim que desbloqueei o celular, vi várias mensagens e chamadas perdidas. Eram duas horas da tarde, e ele estava me ligando desde ontem a noite. Não morri, mas tenho certeza que se eu aparecer na frente dele, ele me mata. Ignorei o medo e disquei seu número, já preparado para os gritos.

- PARK JIMIN EU ESPERO QUE VOCÊ ESTEJA ME LIGANDO DO ALÉM, PORQUE SE EU TE ENCONTRAR, EU MESMO TE MATO SEU FILHO DA PUTA.

Tive que afastar o celular da orelha. Eu era mais velho que ele, mas no momento estava me sentindo igual uma criança.

- Olha o jeito que você fala comigo garoto, eu ainda sou mais velho.

- FODA-SE, EU ESTOU DESDE ONTEM TE LIGANDO. EU JÁ ESTAVA PRONTO PRA LIGAR PROS NOSSOS PAIS PRA AVISAR QUE VOCÊ TINHA SIDO SEQUESTRADO OU MORTO POR UM SERIAL KILLER.

Nem é exagerado.

- Eu estou bem, não fui sequestrado, eu acho. E nem estou morto.

- Eu ainda quero te matar, mas estou aliviado por estar bem. Onde você está?

- Sobre isso, eu não faço ideia de onde eu estou.

- QUE? COMO ASSIM NÃO SABE ONDE ESTÁ?

- Para de gritar idiota. Eu estou no quarto de alguém. Acho que é do alfa que estava aqui, mas não sei o nome dele. Mal educado, nem se apresentou.

- ALFA? JIMIN VOCÊ ESTAVA FODENDO ENQUANTO EU QUASE MORRIA DE PREOCUPAÇÃO?

- Eu juro que se você gritar mais uma vez, eu que vou te matar.

- Ok, desculpa. Não tem nada aí de referência pra você saber onde está?

- Eu nem levantei da cama ainda.

- E por que não?

- Não importa. Vou esperar aquele idiota voltar e perguntar. Depois eu te ligo.

- A noite pelo jeito foi boa. Tá nem conseguindo levantar da cama.

Bufei quando Jungkook começou a rir de mim. Ele não estava preocupado?

- Vai se fuder. Tchau.

- Ia falar pra você ir também, mas acho que alguém já fez isso.

Nem respondi, só desliguei na cara dele. Eu odeio meu irmão. Enfiou o respeito no cu.

Tentei me levantar, mas por conta da dor, me deitei novamente. Eu transei com aquele alfa ou ele me espancou? Porque não é possível, nunca fiquei tão dolorido depois do sexo.

Me ajeitei lentamente na cama e agarrei o travesseiro que o alfa estava deitado. Ele tinha cheiro de chocolate e eu amava chocolate.

Resolvi olhar melhor o quarto. Era enorme, as paredes eram de cores escuras, tinha uma televisão de frente para a cama, uma janela enorme de vidro, consegui ver vários prédios, então deduzo que estou em um apartamento no centro da cidade. Tinha mais duas portas, uma aberta e outra fechada, a aberta era o banheiro e a outra provavelmente o closet, já que não via guarda roupa nenhum ali. Em uma das paredes havia um mural cheio de fotos, o alfa estava em quase todas. Aquele quarto com certeza era dele.

Antes que eu pudesse começar a julgar algumas coisas do quarto, o alfa voltou. Ele ainda estava vestindo só a cueca e pareceu estranhar eu ainda estar na cama. Se ele reclamar eu juro que bato nele. A culpa de eu ainda estar aqui é totalmente dele.

- Desculpa não ter falado com você direito. Qual o seu nome?

- Jimin e o seu?

- Prazer Jimin, eu sou o Yoongi. É… você… lembra o que aconteceu ontem?

- Eu lembro de estar em uma boate com o meu irmão, fora isso, não lembro de nada.

- Droga, eu também não lembro de nada.

Ele parecia desapontado e preocupado. E eu estranhamente, sentia isso. Era confuso, eu sabia que não estava desapontado ou preocupado. Por que eu estava sentindo os sentimentos dele?

Só tinha uma explicação para aquilo, mas não poderia ser, né?

O desespero bateu e esse eu sabia que era meu. Ignorei toda a dor e desconforto do meu corpo e corri pro banheiro, me olhando no espelho. Meu pescoço estava pior que o resto do meu corpo, isso eram marcas de dedos?

Estava prestes a suspirar de alívio quando olhei pro meu ombro.

Não.

Não poderia ser.

Aquilo não pode ser o que acho que é.

MY.

TEM A PORRA DE UM MY NO MEU OMBRO.

AQUELE FILHO DA PUTA ME MARCOU.

Destinados - Yoonmin Onde as histórias ganham vida. Descobre agora