Lovers on the Sun

Capítulo 2: Deus está de férias

Foi um tanto difícil convencer os moradores do Bunker de que a situação estava sob controle. Sendo todos caçadores experientes, não se convenciam da ausência do perigo facilmente.

A maioria dos moradores eram legados de antigos Homens de letras que morreram em serviço, poucos ainda tinham os pais. Os outros eram filhos desses legados, maridos ou esposas dos mesmos.

Mary Winchester, a mãe de Dean e Sam, era antes de se tornar uma mulher de Letras, uma caçadora. Era basicamente o mesmo trabalho, mas menos burocrático. Os caçadores trabalhavam de forma independente. Localizavam os monstros e matavam, simples.

Dean levou o anjo para as celas antigas, essas que eram feitas de barras de metal. Castiel tinha conseguido quebrar o vidro, certamente seria bem mais complicado fazer isso com as barras. Fora que, sendo de uma tecnologia um pouco mais primitiva, aquela cela tinha sigilos mais potentes.

Aquele era o melhor que Dean poderia fazer e, se não fosse o suficiente, então eles estariam em maus lençóis. Nunca tinham prendido um anjo, apesar de terem sigilos para isso. Ninguém seria louco de comprar briga com o céu.

Bem, Dean Winchester era, aparentemente.

O anjo permanecia desacordado no chão da cela, as mãos algemadas em frente ao corpo,  e Dean permanecia de pé em frente a ele, esperando que ele acordasse. Charlie aparentemente tinha batido com muita força, visto que já faziam uns bons minutos que ele estava desacordado.

O loiro levou um susto quando ouviu um barulho alto vindo da porta, se virando para trás com a mão em cima da arma na cintura. Suspirou quando viu que eram seus pais, de alívio ou desânimo ele não saberia dizer.

— Você capturou um anjo?! — John, seu pai, perguntou, parecendo raivosos. Ele havia saído em uma caçada com Mary a duas semanas, não via Dean a duas semanas e essa foi a primeira coisa que ele disse.

— Oi, pai. Sim, eu capturei um anjo. — Dean disse, desanimado. John nem sempre foi tão frio. Tinha sido complicado quando Dean se assumiu bissexual, ele tinha sido mais hostil do que apoiador, porém, quando o loiro começou a namorar Lisa, foi como se a sexualidade do filho nunca tivesse sido um problema.

Mas agora Dean estava se divorciando e a hostilidade estava de volta.

Como se Lisa tivesse extinguido a atração por homens que Dean tinha e o divórcio com ela fosse reviver essa atração.

— Posso saber o motivo?!

— Ele lutou com outro anjo até a morte. Se tem um confronto entre os anjos é importante que saibamos o motivo.

— Ele tem razão. — Mary concordou com o filho, sorrindo para ele do modo mais apoiador que conseguiu. Ela sempre tentava apoiar, visto que John era muito duro, principalmente com Dean.

— Não importa, se os anjos souberem que temos um deles em cativeiro vamos ter sérios problemas!

— Eu vou solta-lo logo que souber o que está acontecendo. — Dean garantiu, tentando se manter firme. — Isso é só uma precaução, não podemos ficar no escuro.

— Certo, se está tão seguro disso, a responsabilidade é sua. — John sentenciou, dando às costas e saindo sem mais nem menos. Mary sorriu de modo compassivo para o filho antes de seguir o marido.

Dean suspirou e levou a mão ao rosto, fechando os olhos e massageando a têmpora direita, dizendo para si mesmo que John só estava estressado por causa de seu divórcio. A mídia estava fazendo muita pressão, era só estresse.

Quando abriu os olhos de novo, o anjo o encarava de volta, sentado com as costas apoiadas em uma das grades.

— Você estava ouvindo?