— Pode deixar a garrafa. — disse, antes que o homem colocasse a rolha no recipiente novamente.

O homem obedeceu e depois se afastou, entendendo pelos feromônios do alfa lúpus que ele precisava ficar um pouco sozinho.

Bebeu o primeiro gole do vinho barato.

Recordou-se da amargura que tomou conta do seu ser após saber da traição do ex-noivo. Sentia-se novamente como nas primeiras semanas após o término, completamente desiludido e melancólico diante da vida. Como Jae-hyun havia sido capaz de ser tão baixo? Como pôde entregar o seu coração a um ômega assim?

Bebeu o segundo gole.

Racionalmente, sabia que o melhor que tinha lhe acontecido era a separação. Jae-hyun amava outro alfa. Talvez ainda casasse consigo caso tivesse voltado em bom estado da guerra, mas seria apenas por interesse, apenas pelo o que ele poderia lhe proporcionar, pois amava outro homem. Era isso que queria para si?

Terceiro gole.

Choi Seung-hwan dificilmente se comprometeria com alguém. Do pouco que conhecia do alfa, era muito mais adepto à libertinagem e só deixaria tal vida se fosse realmente arrebatado por um amor avassalador, que virasse sua cabeça completamente, o que, no momento, parecia bem difícil de acontecer. Jae-hyun não era esse amor. Jae-hyun nunca teria Seung-hwan. 

Quarto gole

Quando ouviu pela primeira vez do interesse de Jae-hyun em Choi, acreditou que o ômega apenas estivesse desesperado para se casar e havia se iludido com as possíveis promessas do alfa. Afinal, vinha de uma família importante e também possuía uma vasta fortuna, que era o que o Kim precisava. Cogitou que o ômega estivesse atrás do alfa por necessitar de um bom casamento rápido, e não que estivesse apaixonado. Saber que Jae-hyun realmente estava interessado em Seung-hwan havia mexido consigo de uma forma bastante perigosa.

Encheu a taça e bebeu seu quinto gole. 

Seu ego estava no chão. Fora abandonado não só pela aparência. Jae-hyun já pretendia deixá-lo, estava apaixonado por outro. Será que algum dia o ômega realmente o amou? Será que realmente um dia o desejou?  

Sexto gole.

Lembrou-se do primeiro encontro que tiveram, em um baile em Seul. O ômega tinha acabado de ser apresentado formalmente à sociedade, tinha apenas 18 anos. Todos os olhos estavam sobre ele, afinal era um belo ômega e já estava na idade de casar. Apesar de toda atenção que recebia, parecia um pouco indiferente a isso. Em vez de olhar para os alfas, estava rindo e conversando com os seus amigos ômegas, completamente alheio aos olhares que atraía.

Quem o apontara para si fora Jang Seung-gi. O amigo disse que o ômega fazia muito o seu estilo, e tinha razão. Assim que colocara os olhos no Kim, Namjoon ficara encantado com a sua beleza angelical. Aproximou-se, constatando que a sua essência era quase tão viciante quanto a sua aparência. O Kim, apesar de tímido e de não olhá-lo diretamente nos olhos, aceitou o seu convite para uma dança. E foi ali que tudo começou, foi ali que o ômega conquistara o seu coração. 

Sétimo gole.

Sabia que aquela lembrança era uma ilusão. Kim Jae-hyun não era o ômega que imaginou. Revelara-se mesquinho, egoísta e superficial. Recebera-o da guerra com escárnio. Todo o amor que jurava sentir havia desparecido num piscar de olhos, ao olhar para ele.

O alfa passou dois dedos pela própria cicatriz. Nunca havia imaginado que Jae-hyun pudesse olhá-lo com tanto nojo. 

Oitavo gole. 

Por um lado, sentia-se minimamente vingado ao saber que Jae-hyun não conseguiria o que queria com Choi Seung-hwan. O Kim poderia ser belo, educado, de boa família e representar tudo o que a sociedade valorizava em um ômega, mas Seung-hwan não largaria sua vida atual por ele. Sabia muito bem das histórias do alfa, do que fazia principalmente às escondidas em tavernas e casas para alfas no subúrbio de Seul. Ele não largaria aquela vida que tanto amava por Jae-hyun e nem por ninguém.

O ômega do Conde | NamjinWhere stories live. Discover now