O Corpo de Nós Dois

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Subi os degraus e a subida me fazia resignar-se aquela situação. Eu seria obrigado a fazer as vontades dele. Fato é que ele é um cara que curte gordinhos.

No ponto mais alto da escada, havia um corredor do lado direito a porta do banheiro. Me dirigi a ela pensando no que aconteceria amanhã. Náuseas se faziam presentes, mas não vomitei!

Tentei fechar a porta com trinco, mas não existia. Ele, aquele-maldito, retirou todas a fechadura e a lingueta da porta. Terei que tomar banho na eminencia dele me ver pelado. Bom, levando em conta, o que irá acontecer comigo. Isso não é nada.

A água morna me cobria, relaxava, me fazia sentir um pássaro sendo guiado apenas pelo vento com a certeza que o gavião não iria me encontrar. Passei shampoo nos poucos cabelos encaracolado mais para o crespo que eu tenho. Sempre cortei meu cabelo na 1 bem curto. Sou prático.

- O banho tá bom? – Mesmo com tudo transmitia, aos meus olhos fechados, conforto.

- Aaahhh!!! Não me toque – gritei de susto!

Tirei o shampoo o mais rápido e tentei tampar minhas partes intimas.

- HAHAHA!!

Ouvia e agora via ele gargalhar olhando para minhas mãos tampando meu pênis.

- Relaxa! – Mostrou os dentes – Vou ver muito essa rola ai!

Cruzou os braços e um deles colocou no seu queijo como um pensador. – Gostei gordinho, com estrias, celulite. Deve ser muito bom de apertar. – Silencio – Sabia que eu também tenho estrias. Acredite. Meus músculos estriam. Fazer o que.

Silencio de novo. E eu irrompi.

- Calado! Seu canalha! Estuprador! Infeliz! Desgraçado! Ordinário!

Ao final o silencio volto a reinar. A cara de espanto de Marco foi de se assustar. Eu decidi que apanharia sentando no chão. Foi sem querer. Eu não queria! Na verdade, queria, mas... ai ai.

Ele em meio ao oceano de silencio desligou o chuveiro.

- Levanta! – Disse sério e impassível.

Fiz o que ele havia ordenado.

- Sai do box agora! – Voz firme, de comando.

- Sim – Respondi com um fio de voz. O resto era medo.

Ele andou até mais a frente onde havia um armário embaixo da pia e enquanto isso eu só observava suas costas. Ah, como eu adoro costas de homem. Ele era bem definido, será que tomou termogênico ou suplemente?

Ele havia pegado uma toalha. E voltou a sua posição original a minha frente. Ficou parado e levou a mão até meu rosto. E no susto fechei meus olhos. E não senti a dor, só seu toque suave. Para mim tudo aquilo era o fim do mundo, mas quando abri os olhos para vê-lo, vi um homem que aquela situação era parte do mundo dele.

-Sabe, se você quiser que seja pelo modo mais difícil. – Inspirou – Vai ser – Expirou. – Cara entenda, me respeite! Você a partir do momento que entrou no meu carro, você é meu! Então, se eu quiser te tratar com carinho eu posso, mas...

- Desculpe, não era a minha intenção te xingar e eu nunca....

- Shhh – Colocou o dedo nos meus lábios. – Não me prometa isso. Afinal, você não está aqui por livre escolha. Entendo você me odiar, mas guarde para si. Não quero ouvir seus lamentos. – Entregou a toalha. – Se enxugue! Na nossa cama tem uma cueca para você. Quero que você vista só uma cueca nada mais. E desça para jantar.

Realmente, tinha uma cueca do meu tamanho e curiosamente um modelo que gosto, pois as de pano não deixa minha pele respirar. Descer as escadas de cueca era mais fácil do que pelado. Já havia estado de cueca ou sem ela com outros homens. Já havia feito sexo. Mas ali era diferente. Num pedaço da minha mente dizia para ser maquiavélico e tentar seduzi-lo para escapar ou viver melhor. Naquele banheiro eu pude ver o homem frágil que se esconde. E iria explorar isso.

Aconteceu Sem Eu PerceberDonde viven las historias. Descúbrelo ahora