Chapter Four

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𐦔 ❁ֹ 𓈒 🗓️𖧚 ග . ⁕ 𑇛
⠀⠀ Olá, meus querides leitores!

໑𓈒ʿʿ𖧷 ⵓ Hoje lhes trouxe uma longfic na categoria do drama/Sad, é um enorme prazer estar dando continuidade nesse trabalho que por muito esteve em longa pausa.
໑𓈒ʿʿ𖧷


Havia um buraco negro sugando qualquer coisa paralela que eu ousasse sentir. Não pude calcular quanto tempo havia se arrastado; fora o bastante para que a dor secasse meus olhos, mas incapaz de tirar-me de perto de Harry. Eu não queria soltá-lo, pois de algum modo, acreditava que por estar em seus braços, o estava prendendo ali. O fundo de minha consciência sabia que ele há muito tinha partido, me deixado ali para sempre, entretanto, eu não conseguia simplesmente desistir dele, eu não poderia, pois havíamos prometido não desistir um do outro.

Quando o som de um helicóptero rasgou a pseudo-calmaria na qual me encontrava, permiti que meu corpo levantasse apenas um pouco, tentando buscar orientação em meio ao cenário perturbador. Não muito depois, Joseph irrompeu pela grande porta da frente, deixando-a entreaberta, e o som que seus sapatos criavam ao tocar o grande piso ecoavam em minha mente, fazendo minha cabeça doer. Os raios solares eram poucos, mas ainda assim propagaram-se o suficiente até seu rosto, quando ele pôs-se em minha frente, avaliando a situação.

Suas feições preocupadas eram tão jovens e dóceis... Mesmo quando ele deixava a barba escura crescer, o ar infantil permanecia incrustado em si, como um amante fiel. Quantos anos Joseph tinha quando eu nasci? Dezessete? Dezoito? Isso não parecia abalar sua postura patriarcal.

— O que... — Ele hesitou, passou a mão pelos fios castanhos e respirou pesadamente. — O que aconteceu, Clarice?

— Eu não sei — respondi devagar, mas tenho a certeza de que não soei como alguém são naquele instante.

Meu pai encarou-me por um momento, talvez aguardando mais algumas palavras, porém eu nada disse. Ele abaixou-se, não encontrando outra alternativa senão puxar-me para os seus braços. A princípio eu não retribuí, apesar de não ter recusado. Sem saber o porquê, meus olhos encheram-se de lágrimas outra vez, e derramei-as da maneira menos compulsiva que pude, não demorando muito para que elas manchassem o tecido de sua camisa, qual deve ter lhe custado algumas centenas de dólares, ao mesmo tempo em que ele afagava meu cabelo, em um breve silêncio.

Encontrei certo obstáculo para articular as palavras, mas não desisti de falar. Eu precisava colocar para fora tudo aquilo que estava entalado em minha garganta.

— Eu não sei o que fazer, Joe... — Apertei seu terno entre os dedos. — Nós estávamos na merda e íamos resolver tudo... — Fechei meus olhos com tanta força, que os faço doer. — Então o encontrei assim...

— Shhh... — Ele afagou meus cabelos, aproximando-nos ainda mais. — Vai dar tudo certo, querida.

— Só quero ir embora daqui... — choraminguei.

Ele ponderou a possibilidade por um momento.

— Para quem você já ligou?

Aquilo era a porra de um assassinato. Para quem eu deveria ligar?

Escondi o rosto em seu peito. Um grito fraco escapou por entre meus lábios, fazendo com que o mais velho apertasse-me ainda mais e proferisse palavras calmas, em uma tentativa falha de consolo.

— Você quer que eu fale com a polícia? — questionou, por fim.

— Não. — Meneei a cabeça. — A polícia nunca vem primeiro — lembrei.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 05, 2022 ⏰

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