Capítulo 47

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HELENA ON

Alguns dias depois...

Hoje acordei com um sentimento muito ruim, algo não estava certo, alguma coisa iria acontecer.. o Luan já tinha saido para a boca hoje então resolvi não mandar as crianças para a creche, nós já estamos na casa do Luan que ele reformou...
Fiz o café da manhã das crianças e depois que tomaram banho foram brincar no quarto... Quando as crianças subiram log ouvi barulho de fogos e logo após tiros. Peguei as crianças uma arma e o celular e fomos para um quartinho que o Luan construiu no sub solo do quintal onde quem não conhecesse nunca imaginaria.
Entrei com as crianças e ficamos ali dentro, não dava para ouvir nada do lado de fora. E só dava para trancar por dentro. Ali tinha uma cama de casal, um ventilador e um armário com comida... As crianças sentaram em um cantinho e foram brincar de massinha e eu fiquei mechendo no celular para saber o que estava rolando. Já tinham 5h de operação, era policia que estava subindo o morro, as crianças tinham cochilado e eu estava ali em busca de saber de algo. 8h depois e eu ainda estava sem notícias. Passado alguns minutos meu celular toca e é o número do Gaspar...

LIGAÇÃO ON

Gaspar: Helena?

Helena: oi, cadê o Luan?

Gaspar: Estão no esconderijo?

Helena: sim. A invasão acabou?

Gaspar: acabou sim, tô aqui na sala. Tá tudo limpo ...

Helena: tá bom.

LIGAÇÃO OFF

Eu sabia que algo tinha acontecido se não ele mesmo teria vindo busca a gente.

Helena: Cadê ele?- pergunto entrando na sala.

Gaspar: Prenderam ele...

Helena: Não pode ser? E agora?

Gaspar: mandei um advogado para lá.
Vamos ter que esperar. - diz passando a mão na cabeça.

Helena: quero vê-lo.

Gaspar: não tem como, precisamos esperar o que o advogado vai falar. Não se precipita e também tem as crianças.

Heitor: mamãe cadê o papai?

Helena: precisou viajar meu amor.- digo com uma dor no coração.

A Alina, o gigante e a Helô vieram para cá, fui fazer janta mais minha cabeça estava explodindo...

Alina: amiga vai deitar, a gente vigia as crianças...

Helô: é irmã, vai lá.

Eu Assenti e fui para o quarto, e ali eu desabei chorei me perguntando como seria daqui para a frente. Quanto tempo eu iria ficar sem ele, como iria ser isso tudo, meus filhos com saudades do pai.
Isso me doía muito.
Então ali eu dormi.

MACACOLOUCO ON

Quando a invasão começou eu passei minha fuzil nas costas peguei duas glocks botando na cintura, munição e fui pra guerra. As trocas de tiros eram intensas, e muito corpo no chão, os canas acertavam tudo o que viam pela frente. Eles não queriam saber se eram ou não bandidos eles só metiam bala, e meu bonde não baixava a guarda. Entrei em um barraco abandonado e acertava tudo o que tinha farda.

Xxx: mãos para o alto você está preso...
Você tem o direito de ficar calado ou tudo o que disser será usado contra você...

Levantei as mãos em forma de rendição e eles me levaram. E quando chegamos na delegacia começou o interrogatório.

Xxx: quem é o dono do morro?- ai que eu percebi que eles não me reconheciam..

MacacoLouco: não sei.

Xxx: quem está de frente do tráfico da Rocinha?

MacacoLouco: não sei...

Xxx2: o advogado chegou. - disse outro policial.

Me mandaram para uma cela onde entrou meu advogado o Carlos.

Carlos: Bom dia senhor Luan.

MacacoLouco: bom dia. Deixa eu te falar, eles não sabem quem eu sou.

Carlos: isso facilita com o processo.

Conversei com o advogado e ele iria agilizar as coisas para uma audiência, amanhã mesmo eu seria levado para um presídio.
Eu estava preocupado com minha família e com saudades.
Preocupado em deixá-los sei lá quanto tempo sozinhos....

A GORDINHA DO TRÁFICO (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora