O Começo da Força

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Y / N


Já faz uma semana que viemos morar em Swellview, minha mãe sempre quis viver na costa oeste do Oregon e quando ela recebeu uma promoção em seu trabalho definitivamente não pensou duas vezes antes de nos mudarmos para cá. Claro, no começo eu definitivamente não gostei da ideia, Swellview sempre é tachada como um lugar perigoso, tanto que a polícia local não foi o suficiente para cuidar da onda de crimes, fora necessários super heróis, e mesmo que eu ache isso bastante interessante ainda é um pouco assustador se parar para pensar. Agora, que estou mais acostumada com a ideia, me adaptando com o lugar e conhecendo a região vejo que estava até um pouco errada, aqui não é tão ruim quanto eu imaginava.

- Y/N, você já tirou a louça da máquina que eu te pedi? - minha mãe entrou no quarto, arrumando seu uniforme bem passado para ir trabalhar.

- Não, eu tô terminando de arrumar meu quarto. Já já eu vou lá!

- Ai, sinceramente, Y/N, você é muito lenta! - como de costume, minha mãe gosta de passar o dia me depreciando - Pelo amor, você pode ir um pouquinho mais rápido, por favor?

- Tá bom, mamãe, eu vou ver o que posso fazer.

- Escuta, eu vou deixar Ricky na babá dele e tô indo trabalhar. Se você puder dar um jeitinho na casa, preparar o almoço, dobrar e guardar as roupas lavadas eu agradeço.

- Tudo bem, eu vou fazer isso. - e então ela deixou meu quarto como um sopro.

Ricky é meu irmão mais novo, chamamos ele assim porquê o papai colocou esse apelido nele quando nasceu, na verdade seu nome é Richard, uma tentativa falha de nos passarmos por norte-americanos aqui. Minha família é completamente brasileira, tanto minha mãe quanto meu pai e eu nascemos no Brasil. Richard nasceu em Wisconsin.

Passei um período curto do meu dia fazendo os afazeres de casa, no final da tarde eu já estava cansada de assistir a programação de Swellview então decidi dar uma volta na vizinhança, as únicas vezes que "explorei" o lugar foi quando cheguei e quando fui em um mercadinho comprar ovos para o café da manhã junto com a mamãe.

Peguei minha bike e comecei a pedalar pelas ruas pacatas enquanto em meus airpods tocavam uma música calma do meu país natal. Estava distraída com a paisagem acolhedora no Oregon quando notei uma garota sentada em um branco de praça quase cochilado, ela estava com uma mochila preta e um livro na mão. Resolvi ir acorda-la, não seria legal se ela fosse assaltada ou algo assim. Desci da minha bicicleta e me aproximei, ela despertou no momento em que se assustou com a minha existência ali, ficando na defensiva.

- Hey, quem é você? - ela se levantou de pressa, levantando seu punhos em minha direção que apenas me afastei.

- Ahm?! Olá, muito prazer! Eu me chamo Y/N, sou nova na cidade e só estava garantindo que não fosse assaltada! - ela abaixou a guarda lentamente.

A garota é muito bonita, mais ou menos da minha altura com o cabelo castanho e curtinho, suas roupas indicavam que ela era uma tomboy.

- Eu me chamo Chapa. - ela estendeu a mão, eu apertei com um sorriso no rosto mesmo que não fosse recíproco. - Aliás, já levaram meu celular, não precisa se preocupar...

- Sério?! - fiquei espantada, não sei o que seria da minha vida sem meu celular, em solidariedade peguei o aparelho do bolso de trás da minha calça jeans e estendi em sua direção. - Quer saber? Pode pegar o meu um pouco emprestado! Ainda tem Angry Birds se você quiser jogar!

- Tá falando sério? - fiz que sim com a cabeça. - Acho que seremos amigas daqui pra frente!

Ficamos mais uns vinte minutos ali conversando até que escureceu, as luzes dos postes iluminava a grande metrópole que Swellview era, depois que Chapa verificou as novas notícias do mundo dos famosos, jogou Candy Crush e curtiu fotos de algumas celebridades no Instagram ela resolveu me levar para conhecer alguns lugares que ela gosta. Fomos a um restaurante chamado Nacho Ball, depois passamos na pista de skate - não que ela saiba andar de skate, ela só gosta de se divertir assistindo alguns manés caindo por causa de um buraco no concreto. -, e por fim ela resolveu me levar em uma montanha onde tinha algo que ela gostava de chamar de tronco do chute. Pelo o que eu entendi é um tronco que ela gosta de chutar quando está com muita raiva.

One & Only - Bose O'BrianWhere stories live. Discover now