3: Um cupido meio lerdo

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Eu não sei porque achei que ficar perto dele era uma boa ideia. Eu estava sendo vigiado por ele muito mais do que eu estava vigando ele.

Parecia que todo movimento que eu fazia tinha que ser calculado com antecedência. Para piorar agora já fazia mais de um mês que eu comecei a seguir ele e até agora não encontrei ninguém para Andrew.

Mais um treino tinha acabado de terminar, e Kevin estava pegando pesado comigo. Ele ainda não tinha esquecido o meu teste para entrar para a equipe, e agora parecia que eu estava sendo punido por ele. Ele insistia para nós treinarmos fora do horário habitual e eu estava exausto.

Todo dia quando eu chegava no dormitório compartilhado com Andrew, Kevin e Aaron, não conseguia fazer nada antes de desmaiar na cama.

Falando em Kevin e Aaron, o clima entre os dois estava esquisito, os dois se ignoravam o tempo inteiro e quando se falavam era só poucas palavras.

Como um cupido eu não estava indo muito bem, começava a achar que teria que interferir entre os dois. Minha consciência estava pesada sobre a amizade dos dois que eu estraguei.

Quando finalmente alcancei o vestiário não esperei para ir tirando a blusa enquanto caminhava até o chuveiro. Normalmente eu me importaria, mas hoje foi um dos dias que Kevin insistiu para ficarmos para treinar um pouco mais. Então o lugar estava vazio depois que ele deixou as coisas para eu arrumar.

Ajudar Andrew estava sendo muito mais cansativo que o esperado.

Para minha surpresa percebi que estava enganado sobre estar sozinho quando alguém limpou a garganta perto de mim para chamar a atenção.

Quase tive um ataque cardíaco.

-Caralho, Alison.

A garota loira de olhos verdes estava sentada no banco, as pernas cruzadas e a postura perfeita mesmo que desleixada. Algo que só ela era capaz de fazer.

-Você tá nojento, Neil.

Caso não tenha ficado óbvio com o olhar que ela me lançava ela decidiu verbalizar também.

O capuz preto mesmo que agora não estivesse sobre sua cabeça realçava de toda a sua roupa. Mas é óbvio que a Alison não podia ter deixado isso assim e decidiu decorar o manto com algumas joias pretas.

Deixei um sorriso escapar, mesmo agora, depois de quarto anos, ela era a mesma garota de guando chegou na faculdade.

Era bom ver que isso não abalava ela.

-E você continua a mesma esnobe, Alison.

Um sorriso ameaçava se abrir no rosto dela.

-Você disse que entraria em contato sempre que terminasse um trabalho. Já faz um mês, se esquecendo dos amigos, Neil?

Revirei os olhos, sabia que estava demorando mas se até a Alison notou então eu estou pior do que imaginava.

-Não, é o mesmo de um mês atrás.

-Ainda?

A surpresa no rosto dela parecia misturada com diversão, ela ia me zoar pelo resto da vida se eu continuasse a demorar.

Em média era para eu gastar de uma á duas semanas em cada pessoa.

Eu ia responder ela quando a voz de alguém vinda da porta me interrompeu.

-Trazendo a namorada pro vestiário? Quem diria, Josten.

Pelo susto minhas mãos com a camiseta voaram tentando me cobrir da melhor maneira possível. Era Andrew.

Diferente de mim, Alison só fez uma careta antes de responder, ainda inabalável.

-Eu não sou a namorada dessa coisa.

Ela disse apontando para mim.

Como sempre, muito gentil.

-Não importa, garotas não deveriam entrar aqui. Descumprido regras na primeira semana, que feio Josten.

-Surpresa é ele ter esperado uma semana pra começar.

Eu ainda mato ela.

Se ela não fosse uma ceifadora no caso.

-Você não tem nada melhor para fazer, Alison?

-Caralho Josten, falando assim com uma mulher.

Ele estava me zoando, o sorriso no seu rosto deixava isso claro.

-Isso é um complô.

Alison riu antes de se levantar e aproximar de mim. Estranho, ela nunca faria isso por causa do suor. Em uma posição meio estranha, onde eu sabia que ela conseguia ver Andrew, Alison se inclinou e deixou um beijo na minha bochecha.

O que deu nela?

-Eu já estou indo.

Meio desorientado eu consegui capitar por uma fração de segundos a cara de Andrew com uma expressão de raiva antes de voltar a ser o cubo de gelo de sempre.

Ou podia ser só impressão minha.

É, devia ser isso.

-Eu... vou tomar banho.

Meio desconcertado continuei meu caminho até o box.







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Eu n estava brincando quando disse que amo escrever essa fic. É praticamente a minha terapia.

Se puderem deixar a ⭐️ me ajuda muito, e obg por ler até aqui :)

Um cupido à soltaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu