𝐂𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐯𝐨?

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- Abre a porta! Abre! - gritei enquanto batia na porta.

Senti lágrimas descerem no meu rosto, minhas mãos já devem estar ficando vermelhas de tanto bater na porta. Eu não gosto de lugares escuros, não consigo escutar o que tem nele e não consigo ver também. Preciso sair daqui.

Constantine

Eu contei 36 chicotadas dessa vez. 18 a mais que da última vez e igual a antepenúltima. O dobro simplesmente porque paguei dois castigos, e não me arrependo.
Consigo ouvir as batidas na porta da frente, Morgan bate e grita para ela ser aberta, mas ninguém faz nada. Caleb não deixou passar uma única chicotada sem estalar nas minhas costas, isso inclui aquela que a Morgan levou ao entrar na frente.
Meus braços já estão cansados de aguentar o peso do meu corpo, estou com o rosto quase de encontro ao chão. Esse é o único momento em que deixo o meu orgulho escorrer, junto do meu sangue.

- Vamos, caia logo. Quero ver você cair - ele fala isso toda vez, é um prazer pessoal me ver no chão, rebaixado aos seus pés. Mas não vou. Prefiro mais dez estalos no meu corpo a cair mais uma vez na frente dele.

Ele balançou o chicote no ar para o sangue respingando ficar no chão. Ele ia bater mas minhas costas de novo se não fosse pela Íris. 15 minutos, esse foi o tempo que fiquei no chão daquele escritório.

- Já chega, ele já aprendeu a lição - ela dizia, segurando os braços do meu pai.

Caleb não gosta da Íris porque ela o desafia, não se intimida com suas encaradas, e não mede esforços para me defender. Se não fosse por mim, ela seria a empregada perfeita para ele.

- Aconselhe o seu menino a seguir as minhas ordens, se fosse obediente essas coisas não aconteceriam - o chicote foi de encontro ao chão. Meus olhos estão turvos, mas consegui ver Caleb saindo do escritório e caminhando para fora, acompanhando do imbecil do Scott.

Ela esperou para vir até mim. A mesma expressão de todas as vezes, aflita.

- A porta... Abra a porta - na frente dela eu me permito cair no chão de vez e apagar.

Morgan

Continuei batendo na porta sem parar, imagino que todos estejam me escutando soluçar de tanto chorar. Minhas mãos já estão doloridas e eu estou começando a me sentir mal, está difícil de respirar, meu peito está doendo e sinto minha cabeça girar. Parei de bater na porta porque acabei caindo no chão. Meu peito está subindo e descendo tão rápido, que não consigo acompanhar nem mesmo isso. Bati mais uma vez na porta, sentindo que iria acabar desmaiando mais uma vez hoje.
Preciso respirar direito, mas eu não consigo. Ainda sinto minha cabeça girar, ela também está doendo. A luz da porta apareceu no minuto seguinte, ela foi aberta. Mãos quentes e macias seguraram o meu rosto.
Imaginei ser o Scott, abrindo para ver o porquê de eu ter parado. Mas para a minha felicidade, era a Íris. Apontei para o meu peito, tentando falar algo mas nada saia, a falta de ar não me permite falar.
Apoiei as duas mãos no chão, sentindo meu corpo começar a fraquejar. Minha visão ficou turva e começou a escurecer, nunca fiz aula de natação para melhorar a minha respiração, então não consigo ficar sem respirar direito por muito tempo, só por uns 30 segundos.

- Não consigo respirar... - sussurrei, tentando recuperar o ar que perdi enquanto falava.

- Querida, olhe para mim, está tudo bem agora - ela está segurando o meu rosto firmemente.

Olhei para o que ela está falando, não consigo entender metade por conta da minha visão turva e escurecendo.

- Meu peito... - segurei o braço dela, puxando ar pela boca e tentando focar no rosto dela...

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