Noite Tortuosa

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As gotas de chuva caíam sob minha pele trazendo um leve pavor ao imaginar oque meu pai havia preparado para essa noite. Existia mais guardas ao meu redor do que em todo palácio, o desespero dele ao olhar o relógio a cada segundo que se passava esperando o momento em que finalmente o cocheiro iria parar aquela maldita carruagem, e nos deixar na imensidão da floresta negra que aos rodeava. Até que pela minha surpresa com abrupto solavanco ele parou em frente uma caverna onde uma mulher de vestido escarlate se resguardava da chuva. Era uma mulher que beirava seus 40 anos havia algumas rugas em seu rosto, mas oque chamava a atenção era o seu sorriso malicioso que tentava miserável esconder.

- Está atrasado meu rei
- Devia estar grata pela minha presença sua bruxa sórdida.
- Para alguém vem clamar pela ajuda você me parece um tanto quando, queira me ressaltar ingrato.
- Aqui está ela, minha primogênita.
- Fontes seguras me afirmaram que esta é a filha segunda, o seu primogênito e o talentoso.
- E mas é essa que tem os temidos poderes que lhes chama atenção.
- Dominadora de mentes ?
- A única que de todo reino Norta.
- Ora só que diria que o poder que os guardiões tanto quiseram acabaram vindo com uma gravidez de atraso - ela passava a mão pelos meus cabelos enquanto eu passava a mão pela minha espada determinada a arrancar a cabeça dessa bruxa maldita- Não pense nisso, minha cara nem tente ler minha mente também, sei pode.
E para meu desespero ela com levantar de um dedo arremessou minha espada contra parede.
- Hoje será o início de uma nova vida para você minha cara.
- Pai, oque ela quer dizer com isso.
Com o pesar no tom de voz ele disse
- vá e obedeça ela é uma ordem de seu pai e principalmente de teu rei, guardiã.
Com um leve aceno ele me entregou aos cuidados daquela sub ateniense, que me guiou pela trilha de pedra da caverna. O caminho era escuro iluminado por uma lamparina, que carregava em sua mão, era escuro lá dentro mas, o que me aterrorizava era o silêncio massivo que se  existia ali. Até que nós demos contra uma parede de pedra que parecia ser o fim da caverna, bom parecia. Logo, o cordão que aquela mulher carregava no pescoço, com uma espécie de medalhão de uma pedra rosa, se levantou de seu pescoço ficando esticado e fazendo com que aquela parede de pedra se abrir dando origem uma floresta muito mais densa e uma carruagem que parecia ser feito do mais raro ouro.

- vamos entre.
Apesar do incômodo de horas de silêncio, ou minutos que pareciam horas, nada me deixava mais incomodada que a voz daquela mulher.
- Posso saber a onde você pretende me levar, bruxa ?
- Entre logo guardiã inunda.
Aos empurrões fui arremessada dentro dela carruagem, que nem nos palácios do meu pai eu havia visto igual.
- Você deveria parar de me chamar de bruxa.
- Por que? pretende me enfeitiçar?
- Sabe... apesar de bruxa tenho mais caráter que seu pai.
- E oque?
- Ele me deu você.

- como assim te deu ?
- A guerra varre toda Atenas, ele me pediu para transformar você em uma maga como eu. Isso, o termo correto e maga ou magitrix, não bruxa, sua tarki
- Que ? É impossível criar novas B r u x a s - ela falou sorrindo adorava provocá-la era quase que satisfatório.
- Não exatamente - em meio caretas de desconforto devido os solavancos da carruagem ela continuou- Houve a um tempo uma maga, que seu pai procurou o nome dela era Nevis, ele pediu a ela que desse um fim à guerra de norta e reinos do sul, que lhe desse uma arma, uma magitrix que pudesse lutar ao lado de Norta.
- Por que uma bruxa iria ajudar Norta na guerra, nos  dizimamos seu povo - o olhar de ódio da bruxa fez Electra repensar o termo que havia usado e pela falta da sua arma achou que seria prudente refazer a frase - quero dizer uma maga.
- Não faz mal, aquela sim era uma bruxa, uma traidora, se vendeu e vendeu sua nação em troca de liberdade. Quando seu pai a procurou ele queria uma arma, uma arma que poderia vencer a guerra contra os reinos do sul queria uma maga que lutasse ao lado de Norta contra sua própria natureza. Ela disse que era impossível,mas ele não quis ouvir como sempre a covardia dela condenou todos nós.
- Pensei fosse impossível.
- E era mas ela tinha uma forma, desde que ele a pagasse muito bem, ela disse que para existir uma maga que lutasse contra os ideais ela tinha ser criada como uma guardiã real, mas que carregasse sangue  místico.
- Pelo que eu sei um guardião não pode se deitar com uma maga sem condenado a danação e ter sua garganta cortada. Além de ser impossível os magos são feitos pelo sangue da própria Atena.
- Não se ele for rei..
- Você tá sugerindo que meu pai...
- Infelizmente, oque e um adultério para quem matou milhões em guerra. Com seu treino de guardiã concluído deveria vir aos reinos do sul aprender sobre a dominação da magia assim que seus dons florescessem.
- Mas eu sou dominante da mente não da magia não sei percebeu.
- Você não é maga, mas vai se tornar uma. Só quem nasceu com esses dons são capazes de aprender a dominar a magia.
- Quer dizer eu posso aprender a dominar mas, e não domino?
- Exatamente, ninguém que não nasceu com os poderes pode de um dia para noite levitar penas, mas quando se é dominador da mente e o primeiro sinal  que manipulador  do poder, ou seja com ensinamentos certos pode sim dominar o poderes da magia.
- Como é seu nome bruxa
- Pode me chamar de hadegar.
- Você é a líder dos magitrix.
- Sim meu nome é hadegar Cloudyn, serva da natureza suas forças.
- Sim,serva.
Com um olhar meio confuso Electra, provocou Sua mentora, sua Hadegar a explicar melhor.
- As vezes me esqueço de como sua raça é elitista e arrogante, é lógico não sabe o papel das magas pela sobrevivência de Atenas. Quando Atena, que guie nossa magia, criou todos nós os primordiais antes mesmo da raça humana caminhar sob a terra ela deu juntos nossos dons uma tarefa como você j - á sabe suponho.
- Sim os guardiões seriam responsáveis pela lei e a ordem e por punir aqueles que da lei de Atena se esquivarem. Por isso somos fortes e temos dons que nos ajudam a guiar a gente por essa missão.
- E nós magas também temos, antes do seu povo declarar guerra contra o sul. Nossas terras não eram divididas vivamos juntos em harmonia - nesse momento por mais que essa ideia conturbasse os pensamentos de Electra ela se esforçou para imaginar tal cenário imagine só uma terra farta e cheia de pessoas, ela imaginou as ruas de Norta carregadas de pessoas do sul fazendo frutas da feira da rua principal voar e crianças correndo  um cenário que jamais passou pela sua cabeça.
- Me parece um paraíso.
- E era, cada um de nós respeitávamos as leis de Atena, e cuidávamos das nossas responsabilidades, enquanto os guardiões cuidavam da ordem nós magas usávamos a magia para manter o equilíbrio. Os dons de cada um de vocês, e o fluxo da vida como Atena desejou. Ela por sua vez grata pelos esforços de nós Atenianos ela presenteou os guardiões com a sabedoria de seu poder e nós com fogo azul que determinava como devíamos agir, e nutria nossos poderes nossa cidade. Pode imaginar por odiamos aquela bruxa que lhe deu a vida. Ao por você no mundo ela acabou com equilíbrio que lutamos para manter, já você é a união entre os magos e guardiões. Entende por que você precisa vir comigo ?
- Sim. Acho que sim
- Ótimo por que já chegamos.
Com um levantar das mãos da maga, as portas se abriram dando origem um lugar fizeram os olhos da Electra saltar,mesmo que havia passado sua vida inteira dentro dos palácios de Norta nunca poderia imaginar tamanha beleza, já era de dia o tempo havia corrido Mais de que depressa, nem tinha se dado conta disso. A luz do sol revelava uma paisagem incrível, floresta densa deu origem a uma cidade cercada por jardins e música, pessoas caminhavam de um lado pra outro e seus vestidos pomposos de todas as cores, as bolsas simplesmente flutuavam ao redor de seus donos. O falatório desenfreado chamou atenção de Electra que não era acostumada com tanto barulho, pessoas riam, crianças corriam. De repente todo aquele alvoroço se cessou no momento em que aquela mulher repousou sua bengala no chão, ao que indagava Electra pq uma mulher tão nova precisava de uma ? Ora ela não era tão velha a esse ponto. Todos voltaram seus olhos aquela carruagem responsável por deixar as aquelas moças em seu destino e a medida em tempo passava mais perceptível ficava o silêncio causado pela sua chegada. Então um homem na beira dos seus 50 a 60 anos se curvou a presença delas, será que notícia que filha do imperador de Norta chegado lá ? Entretanto,mesmo que tivesse lá era território inimigo Electra não entendia de muita coisa mas, com toda certeza esse não era um comportamento esperado.
- Peço sua benção Hadagar, a senhora deseja algo de minha banca? vendo deliciosos pães. - os olhos daquele velho clamavam por misericórdia e as rugas em seu rosto evidenciavam sua vida sofrida.
- Não será preciso amado amigo, considere dada a sua bença.
- Muito obrigada senhora pela sua amada atenção a mim.
Com um sorriso doce ela seguiu seu caminho sendo referenciada até fim da rua. Nela havia uma praça cercadas por flores e bancos onde outras pessoas liam e conversavam tranquilamente. Era uma praça redonda comum com arbustos árvores e uma torre ao fundo, mas algo chamou atenção de Electra era uma espécie de fogo que brilhante e que chamava Electra. Ele estava numa bacia gigante? Os pensamentos dela não paravam eram rápidos de mais até para  ela. Seus próprios pensamentos desornados mas sempre retornavam ao mesmo ponto aquele fogo azul que de alguma  forma fazia seu corpo caminhar em sua direção, era como uma hipnose que ela não conseguia resistir, passo a passo ela caminhava em sua direção. Até que o braço de sua hadegar a impedir.
- Acho melhor não minha jovem.
- É estranho ele me puxava em sua direção como uma correnteza.
- E poder do fogo azul, ele atrai iniciante como mel atrai mosca. Ele serve como um canalizador de poder, nós usamos ele para nós energizar. Pensar como se fosse uma pilha gigante da cidade.
- Então essa chama que mantém tudo funcionando?
- Não. Sou eu
- Você ?
- Temos que entrar.
- Por que aquelas pessoas se ajoelharam ?
- Por que faz tantas perguntas ?
- Por que ninguém desde que eu nasci adora fazer mistério e ama meias metades. Odeio suspense
- Sou uma Hadegar, na língua da magia significa líder. Sou a líder dos reinos do sul.
- Uma rainha? Interessante as coisas aqui parecem bem mais toleráveis.
- Não sou rainha. Sou líder fui escolhida pelo sangue, não por ter sangue de uma família especial.
Electra soltou uma risadinha e um sorriso irônico.
- Au, a onde vamos realmente ?
- Para dentro
Entao elas caminharam até uma espécie de casarão ele era todo colonial, parecia quase como castelo sua faxada era de madeira, havia uma entrada com jardim com inúmeras variedades de flores e plantas havia uma sacada na frente da porta principal que era de madeira maciça e rústica. A Bruxa tirou um molho de chaves, as chaves eram antigas e aparentavam ser pesadas, um empurrão forte a porta abriu fazendo um rangido, que ecoava pela casa enorme. Havia uma sala com um tapete vermelho e uma ladeira enorme, havia poltronas de couro e uma mesa de centro de Carvalho antigo. Havia um mesa de bebida, e casa tinha forte de ervas, alecrim e cravo, dentro da casa tinha uma vasto tipo de vasos com vários tipos de plantas que não pareciam nada com plantas ornamentais.
- Para que chaves você é uma bruxa, pensei que teria trancado a casa com um feitiço. Tipo da caverna, enfim decepção.
- Feitiços são pra lugares com acesso fácil, ninguém dessa vila invadiria minha casa todos são de confiança diferente do seu povo totalmente corrompido cheio de ladrões e assassinos. E pela última vez só existem dois tipos de bruxas as traidoras do povo e da natureza e as com sangue humano. Não sou nenhuma das opções então não me chame assim. Se não invés de te ensinar oque sei vou explodir sua cabeça.
- Posso não saber de muitas coisas sobre minha história mas ter sangue de Atena me faz imortal correto? - com um sorriso sarcástico ela desafiou a maga anciã.
- Claro corretíssima, mas aí vai sua primeira lição pode ter sangue de Atena na suas veias. Mas eu sou maga a 200 anos, sei como matar imortais assim como já matei. Me respeite.
- Claro vovó pode deixar
- Vamos pro jardim terá sua primeira lição.
- Mas já ?
- Quer eu vá assar biscoitos e fazer um chá ?
- Sim
- Lá vai sua primeira lição não me incomode assim - o olho da anciã mudou para uma forma que Electra nunca tinha visto antes, ele ficou totalmente branco como se suas pupilas tivessem sumido  e ela foi tomada por uma inexplicável falta de ar. Como se todo planeta tivesse perdido o oxigênio,não entendia o porque disso ela foi ficando tonta e se viu obrigada a encostar suas mãos no chao para não cair.
Ate que magicamente como ar havia sumido ele voltou, enchendo seus pulmões, e ela pode respirar novamente.
- oque foi isso?
- Minha fúria
- Me enfeitiçou?
- Quando se fica forte suficiente pode fazer mágica sem usar palavras, uns só com movimento das mãos e outros só de pensar e olhar pra seu alvo, levei anos para chegar nesse nível de força. 200 para ser mais clara e você minha cara não vai viver tanto. Não é o curso natural da vida, somos magas nosso papel é proteger e manter o equilíbrio entre as espécies e entre a magia. Nascemos, crescemos e morremos, a morte é necessária é natural precisa vivida. Qualquer coisa além disso perturbaria o equilíbrio do cosmos.
- Mas você tem 200 anos onde isso é natural ? Os primordiais todos são imortais eu sou imortal. Onde isso é equilíbrio, parece que sua história tem furos.
- A imortalidade só existe pelo sangue de Atena, só que tem o sangue dela consegue esse feito. Só temos o sangue dela por que somos filhos legítimos dela, nossos filhos já não possui o suficiente para viver para sempre. Somos condenados a ver todos amamos morrer. Mas somos os únicos capazes de governar pois não morremos.
- Como eu tenho o sangue dela então?
- Você é foi criada por uma bruxa que rompeu o equilíbrio da vida e da natureza. Que faz isso pode muito bem usar sangue de Atenas também, você é uma arma, nunca se esqueça que sua única função e utilidade e para matar. Você não é uma guardiã, nem maga e muito menos humana. Por isso não vai viver tanto quando sua missão acabar vai ser assassinada, é importante que sabia disso para quando ocorrer não doer tanto.
Aquelas palavras marcaram Electra, ela não era das mais emocionais mas, pensar toda sua existência só existe para vencer uma guerra sem sentido. Era de mais para qualquer um, os seus olhos não se encheram de água, ela não expressou dor, ela nem se quer respirou fundo. Ela era guerreira, forte e não iria demostrar suas fraquezas, mas isso não significava que elas não existiam, não significava que ela não estava machucada, pelo contrário seu peito doía, ela sentia mal, mas ela aprendeu a transformar essa dor em ódio, ódio escuro, ódio verdadeiro, o ódio era forte, era sentimento que ela se agarrava toda vez que se perdia dentro da imensidão da sua alma. O ódio a aquecia e mantinha focada em se vigar ela não sabia como entretanto, sabia que a magia iria te ajudar. Então, ela sorriu e disse com a maior falsidade que conseguia.
- Vamos começar ?

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