✔ 𝗕𝗔𝗗 𝗗𝗥𝗨𝗚 ✗ vinnie hacker

31. vinnie hacker

- Tá. E como? se vocês estão se evitando? - foi a vez dele debochar.

- Eu esbarrei com ela mais cedo no corredor. E será que dá para você prestar atenção no que realmente importa? Eu disse que ela está com o braço machucado, e rouca. - Jack parou do outro lado da bancada.

- E ela disse o que era? O quê parecia?

- Eu acho que alguém machucou ela. - falei, pensando em quem poderia ter sido. Eu não sabia nada da Liana e isso dificultava muito as coisas.

- E o que ela disse?

- Disse que foi um acidente, que não era da minha conta e que estava bem. - Murmurei irritado.

- Claramente mentira, mas, certamente se alguém fez isso ela vai resolver. Não podemos ajudar ela, se ela mesma não quer a nossa ajuda, muito menos a sua.

- E se alguém estiver fazendo algo com ela? - Perguntei, com raiva apenas com essa hipótese.

- Ela mora sozinha? -

- Não sei. Ela me disse que o pai tem problemas e que a mãe e ele se separaram quando ela era bem pequena, se ela não mora sozinha certamente mora com a mãe, porque, meio impossível morar com o pai problemático. - Jack  mexeu a cabeça concordando com a minha linha de raciocínio.

- Mas você não tem certeza. Do que você tem certeza sobre a vida dela? - Eu desviei o olhar.

- Nada. Eu não sei nada. A única coisa que eu sei é que eu não sei de nada. - suspirei frustrado.

- Bosta de homem. - Ele me insultou. Revirei os olhos mostrando-lhe o dedo do meio, ele me mostrou o seu dedo.

- Enfia porra. - esbravejei me levantando e retornando para a sala.

- Pode botar. - disse afinando a voz e me fazendo gargalhar ao me sentar no sofá.

- Não tem muito que possamos fazer Vinnie, então tente apenas não piorar a situação cercando ela. Tudo o que podemos fazer é esperar e observar. - Ele se sentou ao meu lado, e passou o braço ao redor dos meus ombros. Fitamos a televisão desligada.

- Eu sei. - murmurei desanimado.

- Por que não compramos um pouco de comida? Tem que estar alimentado e forte caso precise proteger a Liana ou pega-la no colo. - Sugeriu. - Ou podemos ir em uma festa, beber, foder com o coração de algumas garotas e beber mais. - O seu tom era empolgado.

Em outra época eu estaria empolgado com essa ideia, mas agora, todas as festas tinham perdido a graça quando eu lembrava que a última delas tirou Liana de mim. A bebida e as garotas não eram nem um pouco interessantes quando a única droga que me relaxava tinha nome, endereço e estava pouco se lixando para meu estado de vício.

- Prefiro comprar comida. Eu posso passar em uma casa de artigos religiosos ou algo do tipo e comprar mais incenso. - Jack riu, eu encarei ele sem achar a menor graça fazendo com que ele se contesse.

- Acredita mesmo que esse incenso vai te ajudar?

- Acredito. - Ele encolheu os ombros.

- Mas tem certeza? A festa é mais perto, pensa nas bebidas, nas garotas... - disse caindo deitado no sofá quando eu me levantei.

- Não. Eu quero dar um tempo.

- O quê? Mas você disse que me amava. - Ele afinou a voz e piscou os olhos como se estivesse prestes a chorar.

- Não você, idiota.

- Então quer dizer que tem outras? - Aumentou a voz e colocou a mão no peito forçando os olhos para escorrerem as lágrimas que ele não tinha.