Território inimigo

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IVARSEN

Aquela era a primeira Noite do Diabo da qual fazíamos em território inimigo, e nada me pareceu mais excitante do que reconhecer o domínio sobre algo proibido. Eu era fascinado por querer coisas das quais não me pertenciam o que realmente não era algo admissível o suficiente para causar orgulho em um homem beirando os vinte e quatro anos de idade.

Quando Madden sugeriu o Cove como nosso alvo do ano meu coração martelou em antecipação, eu gostava da atmosfera insana do parque abandonado cercado de florestas do outro lado da ponte. Thunder bay era o céu dos cavaleiros, mas nós procurávamos pelo inferno esse ano e não hesitamos em atravessar com a galera até a maldita ilha do capitão onde as pessoas agiam como recatadas e do maldito lar.

Embora o litoral também se estendesse pelos arredores da ilha, Sunn Bay era úmida demais até mesmo no verão o que demorou mais de horas para conseguir-mos ascender uma enorme fogueira no centro do parque. Não havia residências por perto, mas não demoraria muito até os moradores ouvirem nossos gritos de terror quando jogávamos. A galera se posicionou em volta da fogueira com a bebida e os cavaleiros se prepararam para o jogo em um círculo grande.

Nossa família era grande demais para que a caça se estendesse por toda noite. Havia pessoas de fora, escolhidas a dedo por nós mesmos, pessoas das quais gostaríamos de roubar quando ninguém mais estivesse por perto.

Gostávamos da adrenalina da caça, afinal, nascemos dela.

Ao meu lado Madden tinha um sorriso largo no rosto mas seus olhos não estavam em mim, estavam em minha irmã mais nova do outro lado do círculo de partida, e embora Octavia não fosse uma presa, ele a devorava como se fosse.

Nosso primo Madden era movido pelo desafio, e capturar Octavia ficava cada ano mais impossível, ela era sorrateira e esperta demais para qualquer um de nós.

Athos tocou no meu ombro e não deixei de sorrir para a mais velha de nós. Ela também não era uma presa, mas não era uma alfa como minha irmã.

— Quem é seu alvo? — perguntei para minha prima, observando o movimento pesado das ondas loiras de seu cabelo.

— Wiil Grayson IV.

— Você realmente gosta dele — comentei reconhecendo que seu alvo ainda continuava o mesmo à partir dos anos.

— Ele fode bem...

Eu ri e ela perguntou:

— E o seu? Qual seu alvo nessa Noite do diabo?

Eu pensei e hesitei em responder. Não havia palavras para minha resposta porque simplesmente não havia uma, eu não havia mirado ninguém. Lá estavam os mesmos rostos do ano passado e do ano anterior, e não havia nenhuma daquelas meninas que eu já não tivesse caçado em noite de halloween.

Eu estava entediado, mas queria jogar algo.

— Fane disse que vocês encurralaram Isac Benner hoje mais cedo.

— Ele levou um susto, apenas. — confessei lembrando das minhas mãos no indivíduo — Mas quase se mijou nas calças.

Athos e eu rimos. Ela gostava, assim como eu, assim como todos nós.

As lembranças do início da noite me atingiram como um soco no estômago quando lembrei do horário estimulado para pegar Isac na volta do trabalho medíocre do imbecil e o encurralamos na ponte junto com mais um monte de trabalhadores inocentes que não tinham culpa das atitudes de merda daquela muleque do caralho. Mas não era a afronta com Isac que me deixou atingido, foi a garota que saltou de um carro aleatório e socou meu rosto com força.

Hunting - Ivarsen Torrance Onde as histórias ganham vida. Descobre agora