𝐀𝐣𝐮𝐝𝐚 (𝐢𝐧)𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐝𝐚

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Morgan

Falar aquilo feriu meu orgulho, mas prefiro que ele fique com aquela tal Sarah do que me culpe por ter virado um infeliz sem amor.
Assim que saí do meu banho e fui pro quarto, me sentei na cama e peguei meus cadernos na mochila. Se a professora não teve a paciência de me explicar, eu irei entender sozinha então.
Dito e feito, comecei a estudar tudo o que passou nas aulas de hoje. Só me levantei da cama para ir pegar outra fatia do bolo que a Íris fez, aquela mulher tem mãos muito boas para comida!
Depois que peguei o bolo, voltei para o quarto. Fiquei nesse vai e vem várias vezes porque sempre que terminava a fatia do bolo, voltava para pegar outra...Continuou nisso até o bolo acabar de uma vez só, agora não estou nada feliz com isso.
Parei na frente da mesa onde o bolo estava, encarando o prato que só estava com migalhas do delicioso bolo de chocolate. Maldita fome, como odeio quando as comidas que eu gosto acabam!

- Só porque eu gosto do bolo, ele acaba! Inferno! Nada sai como planejo! - Comecei a resmungar igual criança, voltei para o quarto logo depois.

Constantine passou esse tempo todo no closet, fazendo não sei o que. Estava me encarando até agora, antes de pegar meu caderno e olhar o que eu estava estudando.

- Vai reclamar dos cadernos agora?

- Estão incompletos.

- Eu sei que estão, por isso estou estudando - Ele está fazendo caretas para o caderno, é culpa da minha caligrafia, certeza.

Constantine suspirou e foi até a mesa, pegou a própria mochila e trouxe pra cama.

- Compare os cadernos, o principal está faltando.

- Está faltando porque os professores são impacientes.

- Ou você é muito lenta.

- Não sou lenta, eles que não ensinam direito quando eu peço - Está me olhando com olhos semicerrados.

- Comece copiando a matéria direito, só assim vai entender, lenta.

- Se for atrapalhar, é melhor sair - Peguei o caderno dele, por mais que eu não goste disso, preciso estudar direito.

Até o caderno condiz com o dono, a caligrafia é impecável e reta, as letras são longas e por incrível que pareça, rebuscadas. Não gosto disso, mas pelo menos é completo.

Observei de canto enquanto ele se sentava na cama e começava a rabiscar algumas coisas no meu caderno e grifar outras.

- Ei, está bagunçado meu caderno!

- Estou organizando, metade disso aqui está fora de contexto.

- Também só consigo entender coisas fora de contextos, metade das vezes explicam estando de costas para mim.

- O que não entendeu?

- Tudo - Ainda não sei como não virei analfabeta depois do acidente.

Ele suspirou e passou a mão na testa, tirou o sobretudo que estava vestindo e começou a me explicar o conteúdo. Prestei atenção em tudo o que ele começou a explicar, vou me lembrar de agradecer por isso de alguma forma. Detalhe por detalhe - até demais - tirando as anotações que ele também fez, ficamos ali sentados por horas até eu absorver o conteúdo, pareceu uma meta que ele se obrigou a cumprir.

- Obrigada, agora pode ir fazer o que precisava - Ele olhou a hora e se jogou na cama.

- Passo.

- Passa?

- Já é tarde. Entendeu tudo?

- Entendi - Disse enquanto arrumava minhas coisas.

- Entendeu tudo? - Ele disse enquanto chutava meu traseiro, não foi forte. Acho que repetiu a última parte do que tinha dito antes. Olhei para ele com cara de "É sério?".

Marriage of ConvenienceOnde histórias criam vida. Descubra agora