12| I'm a vampire?

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— Espero mesmo, porque eu não aguento mais você. — eu disse irritada e eu nem sei porque eu estou tão irritada.

Deve ser porque Nicholas só fudeu com a minha vida desde que me conheceu? Provavelmente.

Resolvi tentar ignorar a existência dele e encostei minha cabeça no vidro da janela, enquanto mandava uma mensagem para minha mãe dando uma desculpas tosca por eu ter sumido.

Resmunguei quando apareceu uma notificação dizendo que meu celular estava apenas 15%. Desliguei a tela e fechei meus olhos, fingindo que eu não estava em um carro com um demônio, indo ver uma bruxa para desfazer a ligação da minha vida e de Nicholas. Isso parece um roteiro de um filme bem louco e que eu provavelmente não iria ver.

Mas infelizmente, isso é a minha vida.

Eu adormeci e quando acordei, o carro estava parado e Nicholas me chamava.

— Acorda, chegamos. — ele disse e eu desencostei minha cabeça confusa por causa do sono.

Olhei ao redor, para as ruas e percebi que Seattle era uma cidade bonita.

— Escuta, você vai fazer exatamente o que eu mandar e não fale nenhuma besteira. — ele disse tirando a chave e se virando para mim, enquanto me olhava seriamente.

— Você não manda em mim, já falei. — eu disse me virando pra ele também. — Idiota. — murmurei em um tom baixo, mas esqueci que Nicholas não é uma pessoa normal.

— Como é que é, vadia? — perguntou indignado e eu o olhei com raiva.

— Por que você fica me ofendendo?

— Porque você é a porra de uma vadia de merda que não faz o caralho que eu mando. — senti meu sangue ferver e uma raiva súbita tomar conta de mim.

Minha mão com força se virou contra a bochecha do Nicholas, causando um barulho de estalo e fazendo ele virar a cabeça. Quando voltou a me olhar, pude ver toda a surpresa e indignação pelo o que eu fiz, mas eu estava tão irritada por ele ficar o tempo todo me chamando de vadia.

Nicholas agarrou minhas bochechas e aproximou seu rosto do meu. Segurei em seu pulso, tentando fazer ele soltar meu rosto.

— Nunca mais encosta a mão em mim, se não eu corto ela. — ele disse em um tom baixo e ameaçador. — E não duvide que eu faça, já que se eu arrancasse qualquer membro do seu corpo agora, você não morreria.

O olhei irritada e no fundo eu estava surpresa porque pela primeira vez, eu não estava com medo dele. Eu estava com ódio. Muito ódio.

Ficamos nos encarando por algum tempo e eu tinha a certeza que ele podia ver toda minha raiva pelos meus olhos, assim como eu via toda a sua pelas duas órbitas fervendo em ódio.

Seu olhar desceu para minha boca e eu senti meu coração acelerar. E eu não sabia porque caralhos o meu olhar também desceu para a sua boca. Em um instante, Nicholas ficou tão atraente pra mim e sua boca estava um tanto quanto convidativa. Sentir atração por ele, me fazia ter vontade de me socar.

Eu era um tipo de sociopata maluca que gosta de caras problemáticos? Qual a porra do meu problema?

Engoli em seco e voltei a olhar para seus olhos, que ainda estavam vidrados na minha boca. Não sei exatamente quem se aproximou, mas quando dei por mim, estávamos nos beijando. Nunca pensei em beijar ele e pior, que eu iria gostar.

Sua mão soltou minhas bochechas e senti as suas duas mãos na minha coxa, passeando por elas. Senti seus dedos chegarem no meu quadril e Nicholas me puxou para subir pro seu colo, que eu não sei porque, mas eu fui. O beijo estava ficando cada vez mais quente, mas de repente, senti minha cabeça bater contra algo.

Abri meus olhos confusa e assustada. Percebi que eu estava no meu banco e que o carro ainda estava em movimento.

— Acordou bela adormecida? — escutei ele me perguntar e virei meu rosto na sua direita ainda assustada, percebendo que tudo o que aconteceu, não passou de um sonho. — Estamos quase chegando.

Eu ainda sentia meu coração acelerado e minhas bochechas estavam quentes.

— Você está estranha. — ele disse e eu tentei evitar olhar para ele, mas eu sabia que tinha um sorriso sarcástico no seu rosto. — Me diz uma coisa, com o que estava sonhando? — seu tom era ironico e eu tentava disfarçar meu desconforto.

— Para de entrar na minha cabeça. — eu disse quando me lembrei do primeiro dia em que eu o conheci. Através do meu sonho, ou melhor, pesadelo.

Me virei para olhar para ele e lá estava o maldito sorrisinho no seu rosto.

— O que te faz pensar que eu estava na sua cabeça?

— Você faz isso, entra na minha cabeça e me faz ter sonhos... Estranhos. — eu disse fazendo uma careta.

— Se você aceita fazer coisas indecentes nos seus sonhos, a culpa não é minha. — ele disse se fazendo de sonso.

— Então você admite que entrou na minha cabeça? — perguntei indignada virando todo meu corpo pra ele.

— Então você admite que teve um sonho indecente comigo? — ele perguntou desviando o olhar da estrada por um segundo pra me olhar com toda a sua arrogância.

— O que?

— Eu não entrei na sua cabeça, docinho. — ele disse rindo e eu senti minhas bochechas esquentarem mais ainda.

A essa altura, eu deveria estar parecendo um pimentão.

— Só pra você saber, não foi um sonho indecente. — eu disse me sentando direito no banco e cruzando meus braços me sentindo desconfortável.

— Ah, não? — perguntou irônico, deixando bem claro no seu tom que não acredita na minha mentira.

— Não. — sustentei minha mentira. — Foi um sonho horrível... Onde você me... Matava. — eu disse sentindo minha voz falhar por conta da mentira.

Eu sou uma péssima mentirosa.

— Se você diz. — ele disse rindo da minha cara.

Eu não acredito que eu sonhei que estávamos nos beijando. E nem era o Nicholas por trás disso.

Era a minha mente perversa.

Dark SoulmateWhere stories live. Discover now