𝐌𝐮𝐝𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐥𝐚𝐧𝐨𝐬

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- Suas coisas já estão lá em cima, mas pode dormir até no chão se preferir - percebi que ela não estava nem prestando atenção em mim, na verdade estava me ignorando enquanto olhava a casa inteira - ou pode fingir que não estou aqui, também serve - ela continuou e eu apenas a ignorei também.

    Segui para o andar de cima, para o quarto que não é mais só meu, acompanhado de uma garrafa de Whisky que encontrei no escritório e que será a minha companhia pelo resto da noite. Apenas consegui ouvir um barulho de algo caindo no chão, seja o que for, espero que continue no chão, meu destino é a minha cama e não desviarei dele por nada neste mundo. 

    Estou frustrado, muito frustrado, tudo na minha vida aconteceu por esforço meu, porém, mérito do meu pai, isso me cansa, me enoja, sinto vontade de morrer  todos os dias, mas isso seria satisfação para aqueles que me querem morto.

Morgan

     Estava olhando a casa enquanto Constantine falava comigo, acabei "ignorando" ele, dessa vez foi de propósito. Assim que ele subiu as escadas, acabei tropeçando no meu próprio vestido e caindo no chão.

- Merda! - praguejei por ter caído, se não fosse pelo vestido com várias camadas por baixo, meus joelhos estariam comprometidos agora.

     Acho que ele ignorou o barulho da queda, não consigo perceber um passo sequer no corredor... Bom, de qualquer forma não iria ouvir nada de ninguém. Apenas me levantei e sentei em algum lugar, orando para conseguir tirar o maldito salto alto. A casa, ou melhor, a mansão é gigantesca, porém a única luz acesa é a da sala que estou agora, lutando para soltar o feixo do salto.

- Aquele idiota nem sequer me perguntou se estava bem! Olha o tamanho desse salto, eu deveria enfiar ela no lugar onde não bate sol nele! - reclamei em um tom alto, mas não ligo para isso, não me incomodo com os sons ou tons altos e baixos.

    Me levantei ainda resmungando, e em um dos primeiros passos que dei em direção a escada, o meu salto quebrou. Quase cai de novo, acho que posso dizer que a energia dessa casa não é uma das melhores, ou eu que sou muito negativa, talvez eu esteja sendo expulsa de casa a fora pelas entidades que rodeiam esse lugar, parece um mausoléu. Ajeitei minha postura e subi as escadas mancando, procurando pelo canalha do Constantine.
    Subi as escadas com pressa e parei no final dela, olhando o corredor e o que tinha atrás das portas, tudo na casa parece ser antigo, uma construção velha então todas as portas são de madeira escura e grossa. Prestei atenção em cada detalhe desse corredor e só depois me toquei o porque de eu ter subido... Constantine Hill, ou deveria dizer Hell?
    Consegui encontrar aquele que será nosso quarto, o imbecil está sentado na cama, bebendo. Assim que entrei ele deu um sorriso cínico que me fez revirar os olhos. Caminhei até uma poltrona, mancando pelo salto quebrado, me sentei tentando tirar aquelas coisas dos meus pés da forma mais rápida. Constantine me observa sem tirar os olhos, o encaro de volta, mas isso só tem efeito com pessoas normais, pessoas como ele não iam parar de encarar com uma encarada.

- Quer ajuda? - ele se levanta.

- Não. Ainda mais vinda de você.

- Oh, isso magoa, sabia? - caminhou até mim e sem mais nem menos abaixou-se na minha frente, começou a tirar meu salto. Tentei chutar a cara dele, mas o homem segurou minha perna com uma das mãos, ela rodeou minha perna facilmente a deixando presa.

    Foi um trabalho rápido, tirar o salto e me pegar no colo.

- O que está fazendo?! Me ponha no chão! - estou batendo no peito dele para me soltar.

- Pare de escândalo, só estou sendo gentil.

- Enfie a sua gentileza no... Você sabe onde! - ele me colocou sobre a cama e entregou um copo com bebida.

- Agora cale a boca. E se jogar essa bebida em mim, vai se arrepender de formas inimagináveis - o homem de cabelo verde-água me lançou um olhar de cobra enquanto falava isso.

    Não ousei contestar ou reclamar, bebi um pouco do que tinha no copo e fiz careta, é forte demais. Constantine está massageando meus pés, isso é... Estranho. É bom. Mas por quê?
Só porque nos casamos ele não precisa fingir gostar de mim. Poderia me deixar em um quarto isolado e viver sua vida com suas amadas mulheres, quem iria reclamar? Eu agradeceria. O fato dele ser absurdamente bonito não me chama a atenção, o cabelo é estranho, nunca vi dessa cor antes, um verde muito claro, parece estar muito desbotado.
   Tentei puxar meus pés para perto de mim, mas ele não deixou, instalou uma de suas mãos próximas ao meu joelho, para me manter parada.

- Seu idiota, não precisa fazer isso.

- Pelo contrário - pegou o copo das minhas mãos e deu um gole - estou zelando pelo que é meu.

- Meus pés não são seus. - ele continuou a massagem, subiu um pouco para os calcanhares.

- Mas você é minha.

Marriage of ConvenienceOnde histórias criam vida. Descubra agora